Swipe (KTH ♡ JJK)

8. O sol que não é Sun

Taehyung

Sempre preferi dias mais frios, mas estou fascinado pela maneira como o verão reflete na pele dele. Acabamos de transar dentro do meu carro, num calor de 28 graus, e estamos tão suados que eu sinto o sabor salgado quando Jungkook me beija assim que meu corpo desaba sobre o seu – ainda que seja o beijo mais doce que alguém já tenha me dado depois de uma sessão de 20 minutos de sexo sem compromisso. Ele sorri, convencido, e eu quase posso ouvi-lo dizer eu sabia que você não iria resistir. Porque ele sabe que é bonito e incrivelmente bom de foda. Eu não preciso sequer dizer que só estou aqui por causa dele.

Seus dedos deslizam pela minha nuca e descem pelas minhas costas molhadas até a lombar, me causando um espasmo, porque essa é uma área extremamente sensível para mim. Jungkook me olha como se tivesse acabado de fazer uma grande descoberta e deixa a mão no mesmo lugar, me acariciando de leve, enquanto aproxima o rosto para me beijar outra vez. Fecho os olhos e sinto o meu coração se agitar de novo.

— Tá tão quente, Tae — ele sussurra, demorando no meu nome.

— Quer voltar? — pergunto. Ele faz que não com a cabeça.

— Ainda tá afim de ir na praia? Vamos dar um mergulho.

— Tô afim de ficar sozinho com você, a praia era apenas um pretexto — digo baixo, cobrindo com beijos a linha do seu maxilar. Ele solta uma risada envergonhada e aperta os braços em volta da minha cintura. — Mas acho que um mergulho cairia bem agora.

Jungkook prende o meu quadril com as pernas na hora em que eu me preparo para sair de cima dele e segura o meu rosto, me beijando como se fosse a última vez que fôssemos fazer isso hoje. Beijo sua boca com a mesma vontade e desejo passar o resto do dia assim. Tento me convencer que só me sinto desse jeito porque estou carente, e isso é tudo o que eu preciso para não voltar atrás com a decisão que tomei no momento em que saí de casa.

Com a decisão que tomo repetidamente cada vez que ele me toca.

Saímos do carro como se nada tivesse acontecido e por sorte não há ninguém na rua além da gente. Jungkook evita me olhar diretamente no caminho até a praia, mas sei que percebe meus olhos nele. Ele é um pouco mais baixo e mais magro que Sun. Tirando o corte de cabelo, acho que os dois não têm muito em comum. Não fisicamente, pelo menos, e não estou certo se essa informação me tranquiliza ou me angustia. Acho que eu não deveria prestar tanta atenção assim nele. Odiaria saber que Sun-oh anda me comparando a outro cara, contente ao se dar conta de que somos totalmente diferentes e que ele tem qualidades que me faltam. É exatamente o que eu estou fazendo agora, quando Jungkook ergue a cabeça e fecha os olhos, abrindo os braços assim que alcançamos a areia da praia. Tenho quase certeza de que ele é uma extensão solar, porque eu nunca vi ninguém ficar tão lindo embaixo do sol.

Quase perco a coragem de mergulhar quando enfio os pés na beira do mar. Esse é provavelmente o dia mais quente do ano e a água não deveria estar gelada. Jungkook faz uma caretinha ao sentir a temperatura e me estende a mão, ignorando o meu pedido mental para que ele desista da ideia. Nadamos até termos boa parte dos nossos corpos cobertos e ele repousa os braços nos meus ombros, deixando que a correnteza faça o seu trabalho e o traga completamente para junto de mim. Estou de costas para a areia e não faço ideia se há alguém nos assistindo. Mergulhamos juntos, suas pernas enroscadas no meu quadril e as minhas mãos coladas na sua cintura fina. Quando voltamos à superfície, ele diz que minha pele é quente mesmo gelada.

— Você é a pessoa mais quente que eu já peguei — Jungkook continua, rindo. — Eu quis dizer que eu já toquei. Mas, nessa caso, que eu já peguei também.

Eu rio junto.

— Quente em que sentido? — pergunto, num tom provocativo, sabendo exatamente o que ele quer dizer, porque não é a primeira vez que escuto isso. De acordo com Sun, é impossível dormir ao meu lado no verão. Aparentemente, devemos a longevidade do nosso relacionamento ao ar-condicionado.