Jungkook
Fico meio perdido quando abro os olhos, mas só preciso de três segundos para que as lembranças da noite anterior ocupem a minha mente. Taehyung está com o braço envolvendo a minha cintura e uma de suas pernas repousa entre as minhas. Faz tempo que não acordo desse jeito, com o calor de outra pessoa mantendo o meu corpo aquecido. Arrasto de leve os dedos pelas suas costas e adoro a sensação da sua pele sob o meu toque. Ele se mexe, levantando o rosto o suficiente para me olhar, e então deita novamente a cabeça no meu peito. Não consigo deixar de imaginar se, por um instante, ele esperava encontrar o rosto de outra pessoa, e não sei exatamente de que forma devo agir. Estico o braço para alcançar o celular e vejo que já são quase onze horas. Envio uma mensagem para Pearl avisando que vou me atrasar para o almoço que havíamos marcado e permaneço na mesma posição na cama, até que Taehyung vira para o lado e se espreguiça. Acompanho atenciosamente cada movimento que ele faz. Apesar dos olhos pequenos de sono, seu rosto continua lindo.
— Bom dia — sua voz está um pouco mais rouca do que eu lembrava.
— Bom dia — respondo, me apoiando com o cotovelo na cama. — Dormiu bem?
Taehyung faz que sim com a cabeça e sorri, e eu me dou conta de que essa é, provavelmente, a última vez que vou ver seu sorriso. É também a última vez que vou poder fazer alguma coisa sobre isso, então decido que não tenho nada a perder. Sinto a minha respiração ficar desregulada só de olhar para ele desse jeito e me movo antes de me convencer de que essa é uma má ideia. Chego mais perto e distribuo beijos curtos pelo seu ombro até a clavícula, fazendo com que ele tensione os músculos em reflexo quando eu pressiono os lábios em seu pescoço. Espero pelo momento em que ele vai me empurrar e pedir para que eu vá embora, mas, ao invés disso, suas mãos tocam as minhas costas num carinho urgente e no instante seguinte eu estou por cima dele, sentindo seu pau enrijecer embaixo de mim. Sento em seu quadril e me reservo a oportunidade para decorar a maior quantidade de detalhes que posso de tudo o que a minha visão consegue alcançar. Arqueio as costas outra vez e arrasto a minha boca pelo seu peito, sem pressa, tentando cobrir o máximo dele que consigo. Taehyung afunda os dedos no meu cabelo e sua respiração fica mais alta ao passo que eu continuo descendo. Ele já está gotejando quando o coloco na boca, o que só me deixa mais duro, e começo a chupá-lo bem devagar, sentindo toda a extensão do seu pau pulsar contra os meus lábios. Olho para cima e vejo que seus olhos estão fechados, mas a expressão de satisfação é evidente em seu rosto e na forma como seu corpo se contrai a cada movimento que faço ao redor dele, e não demora muito para ele terminar dentro da minha boca. Acho que nunca senti tanto prazer em fazer outro cara gozar antes.
Enxugo a saliva do canto dos lábios e deixo um beijo perto do seu umbigo antes de repousar a cabeça no mesmo lugar. Taehyung afasta meu cabelo da testa e eu perco a noção de tempo e espaço quando ele olha para mim. Sei que parece loucura me sentir desse jeito, porque acabamos de nos conhecer e as últimas horas não deveriam significar nada, mas eu faria de tudo para que ele me deixasse conhecê-lo de verdade.
Pergunto se posso tomar um banho rápido antes de ir embora e ele se junta a mim, mas não fazemos nada além de nos beijarmos. Taehyung se veste como se também tivesse um compromisso e eu não resisto à curiosidade de saber aonde ele vai.
— Tem outro encontro marcado? — eu brinco e ele dá uma risada, balançando a cabeça.
— Eu não tenho energia para outro encontro hoje — ele diz, enquanto calça o tênis, e apesar de não ser da minha conta com quem ele sai ou deixa de sair, gosto da resposta. — Vou almoçar com uma cliente. Você veio de Uber ontem, né? Quer uma carona?
— Não precisa. Eu moro perto, vou andando.
— Imagina, Jungkook, eu te deixo em casa. O tempo não tá muito bom hoje, logo vai começar a chover.
Sei que o fato de Taehyung se oferecer para me levar não quer dizer que ele deseja passar mais tempo comigo ou que precisa desesperadamente saber onde eu moro, mas não consigo deixar de me iludir com a ideia de que existe pelo menos um por cento de chance de ele também querer adiar a nossa despedida o máximo possível.
Quando saímos do apartamento, tento agir como se eu não me importasse. Não olho para ele enquanto caminhamos pelo corredor e evito seu reflexo no espelho do elevador. Ele fala alguma coisa sobre como foi uma pena a lasanha ter queimado, porque eu não tive a oportunidade de provar a melhor lasanha da minha vida, e eu me pergunto se é uma deixa para que a gente marque um jantar ou algo do tipo. No fundo, acho que ele só está puxando papo, porque Taehyung parece uma dessas pessoas que não consegue ficar confortável com silêncio. Foi ele quem conduziu a maior parte da conversa na noite passada, mas a cada coisa que descobria sobre ele, a certeza de que nós éramos totalmente diferentes só se confirmava – o que não é indicativo de nada. Eun-woo e eu tínhamos exatamente os mesmos interesses e acho que o nosso relacionamento não poderia ter dado mais errado. Às vezes tudo o que eu preciso é de uma mudança de perspectiva, mas sei que não é nele que devo buscá-la. Me envolver emocionalmente com alguém que não pode se envolver emocionalmente com ninguém é uma péssima ideia.
Ainda assim, torço para que o tempo pare quando o carro dele entra na minha rua. Não quero ir embora.
— Está entregue — ele sorri, estacionando em frente ao prédio onde moro.
— Obrigado pela carona — eu digo, desfivelando o cinto.
— Imagina, foi um prazer. Adorei te conhecer.
Taehyung está sendo educado. É isso o que você diz quando vai se despedir de alguém, não é? Alguém com quem você planeja nunca mais se encontrar.
Me inclino em sua direção e o beijo. Ele parece surpreso, mas corresponde sem se afastar. Suas mãos estão no meu rosto e o que era para ser um beijo breve de despedida acaba sendo um pouco mais. Talvez muito mais.
— Eu quero te ver de novo — sussurro, ainda com os lábios grudados nos dele, contrariando a pouca sensatez que ainda me restava.
Taehyung fecha os olhos e inspira como se precisasse de todo o oxigênio dentro do carro. Suas mãos deixam o meu rosto e ele me analisa em silêncio, enterrando as costas no banco. Eu quase posso enxergar o que está passando dentro de sua cabeça agora.
— Não sei se é uma boa ideia, Jungkook.
— Por que não? — pergunto, mesmo sabendo qual vai ser a resposta. — Não precisa ser nada além disso.
— Eu realmente não posso me envolver com ninguém.
Abro a boca e estou prestes a rebater, mas não quero ser o cara chato que insiste quando leva um não. Acho que a lição que aprendi com o Eun-woo foi suficiente.
— Eu entendo — respondo, forçando um sorriso. — Bom, obrigado mais uma vez pela carona.
Me despeço de Taehyung e entro no prédio, resistindo ao impulso de olhar para trás quando o ouço dar a partida no carro.
Ele estava certo. O tempo não está muito bom hoje e logo começa a chover.
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Oi, gente! Espero que tenham gostado do capítulo. As atualizações da história serão publicadas aos sábados. Deixem feedback nos comentários para eu saber o que estão achando. Muito obrigada pela leitura e até a próxima! <3
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Swipe (KTH ♡ JJK)
FanficJungkook nunca leva encontros do Tinder a sério, mas dessa vez é diferente. No início era somente sobre sexo, só que parece impossível tirar o sorriso de Taehyung da cabeça.