Swipe (KTH ♡ JJK)

7. Peaches

Jungkook

São quase oito quando acordo com um Namjoon mal-humorado batendo na porta do meu quarto. Namu está com cara de sono, tão inchada quanto eu imagino que a minha esteja, e sua voz soa irritada quando ele me pede para tirar a merda do celular do modo de avião e mandar minha melhor amiga parar de encher o saco dele na porra da manhã do domingo.

Sentindo meus olhos queimarem com a luz do display, vejo as quarenta mil mensagens que Pearl me enviou.

Pearl: Bom dia, flor do dia

Pearl: RISE AND SHINE

Pearl: Espero que já esteja acordado

Pearl: É melhor que não esteja me respondendo porque está no banho

Pearl: Eu não acredito que você desligou o celular

Pearl: Jungkook filho da puta eu vou te matar

Pearl: EU NÃO ACREDITO QUE VOCÊ VAI ME FAZER ATRASAR OUTRA VEZ

Pearl: Você prometeu que ia acordar cedo, EU NUNCA MAIS ACREDITO NA SUA PALAVRA SEU CRETINO

Pearl: Viado é foda, não dá pra confiar

Pearl: JUNGKOOK

Pearl: Tô saindo pra te buscar. É melhor que você esteja pronto quando eu chegar

Pearl: Ou arrume outra carona, eu não vou ficar esperando sua boa vontade

Pearl: Chego em 10

Me espreguiço na cama e uso toda a energia que me resta para não cair no sono outra vez. Aparentemente, tenho seis minutos para ficar pronto. Parece tempo o bastante. Tomo um banho rápido e me visto a caráter: shorts floridos, camisa regata branca, óculos escuros e um chapéu estilo pescador que Namjoon me deu no último Natal.

— Trouxe tudo? — Pearl pergunta assim que entro no carro, seus olhos cheio de julgamento enquanto ela analisa a minha ecobag quase vazia.

— Sim — respondo, afivelando o cinto.

— Tem certeza?

— Absoluta.

— Tá levando protetor solar?

Abro a bolsa e tiro o filtro solar de dentro.

— Eu tenho certeza que essa droga não tá na validade — ela diz, pegando o produto da minha mão para checar o rótulo. — Tá vendo? Tem quase um ano que você tá usando filtro solar vencido.

— Essa é a primeira vez em quase um ano que eu vou à praia — digo em minha defesa, guardando o filtro solar de volta. — Achei que estivesse apressada.

Pearl revira os olhos, como se estivesse cheia das minhas merdas, e se não fosse pelo sorrisinho no canto da boca talvez eu acreditasse nela. Levamos uma hora até a casa de praia de Hoseok e eu fico encarregado da nossa playlist. Não faço ideia de como nos tornamos melhores amigos mesmo sendo completos opostos, e ela me lança um olhar mortal quando Peaches do Justin Bieber começa a tocar.

— Com esse gosto pra música, não me admira você estar solteiro — ela diz.

Dou uma risada curta e viro o rosto para a janela. Sei que ela não está tentando me atacar de verdade, mas acho que ainda não estou pronto para esse tipo de brincadeira, porque começo a pensar em Eun-woo e na última conversa que tivemos. Era véspera do meu aniversário e eu havia acabado de sair do trabalho. Lembro de ter visto um embrulho azul no banco de trás do carro e da certeza de que o presente era para mim. Talvez fosse. Comemos em silêncio, parados no estacionamento do Burger King, quando ele guardou o sanduíche pela metade de volta na caixa e disse que precisava me contar uma coisa.