"Dedico este capítulo em homenagem à minha querida Júlia, que foi uma das minhas deusas inspiradoras para esta obra. Feliz aniversário, gatinha literária! <3"
— Eric, o escritor.
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Júlia atravessou o salão como se desfilasse em seu vestido dourado, que contrastava com as luvas de seda de cor preta. Segurando delicadamente a saia, subiu os degraus do palco e envolveu Arthur delicadamente em seus braços, sob os olhos de todos os convidados. No ato, sussurrou algumas palavras para o maestro, que iniciou alguns poucos acordes no piano, que iniciaram a canção de amor que ficaria marcada para sempre na história dos dois apaixonados. Júlia se separou de Arthur, sem soltar a sua mão, e pegou outro microfone.
— Quando a luz dos olhos teus, e a luz dos olhos meus, resolvem se encontrar...
*****
— Você está fugindo de mim, não é? Olha, não precisa esconder não, eu entendo os seus motivos. Você deveria descer e aproveitar a festa comigo.
— Não posso. Desculpe, Iasmin, não posso.
O segurança saiu praticamente correndo, e Iasmin o perdeu em meio à multidão.
— Matheus, espera aí, nós temos que... Droga!
Dando-se por vencida, Iasmin voltou para o salão, onde sentou em sua mesa ao lado do noivo e da irmã, que não havia dito nenhuma palavra até o momento. Era notável que havia passado a noite se lamuriando, e que estava visivelmente arrependida.
E dessa vez, não era cinísmo. Iolanda estava realmente arrependida. Havia pensado muito e colocado tudo na balança, e percebeu a grande vagabundagem que havia feito com a irmã, que tanto lhe protegeu, tanto lhe acolheu quando ela precisou.
— Está tudo bem, Iasmin?
— Está sim. — A advogada virou o rosto para a face da irmã, com um ponto de interrogação na mente. — Porquê? Está preocupada comigo?
— Estaria mentindo se dissesse que não. Olha, eu estou muito arrependida do que eu fiz. Não fechei os olhos direito nas últimas duas noites, e isso tudo me faz ficar muito mal e...
— Está perdoada. Olha, Iolanda, eu quero recomeçar a minha vida sem essas... esses acontecimentos passados. Se você puder esquecer, por mim está ótimo. E se você quiser o Carlos pra você, eu te dou ele de bandeja daqui à uns quinze dias. Não pretendo ficar casada com ele por muito tempo, não.
— Ah, não? Eu achei que...
— Que eu fosse ter três filhos com ele e vivesse sessenta anos ao lado daquilo ali? Tenha dó, minha filha.
As duas riram, era como se um furacão não tivesse passado por elas dias atrás.
*****
Carlos, sorrateiramente, se esgueirou até a ponte de comando. O primeiro-oficial foi quem recebeu o homem, cordialmente.
— Está tudo certo, oficial? Nosso plano deve ser posto em prática no momento certo.
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Escotilha Da Liberdade
Ficción GeneralEm uma viagem de navio da Espanha para o Brasil, a jovem advogada Iasmin se vê entre a cruz e a espada, tendo que decidir entre seguir uma vida infeliz casando com um homem que não ama, ou enfrentar a realidade, se entregando a uma imediata paixão a...