A raça de lobos puros de sangue foi a primeira linhagem a ser criada, os primogênitos de toda uma espécie de ouro conhecida por suas habilidades e força superiores a um lobo comum.
Devido a magia no sangue de um puro, um Labonair, todo o povo foi m...
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HAYLEY BLAKE
O dia chegou ao fim num piscar de olhos. Após ter jantado com minha família e conversado com Clary por longas horas, a kitsune acabou pegando no sono graças às ervas de Rebecca. Sozinha em meu quarto, me permiti pensar nas sombras do meu passado, no tempo onde minha inocência não foi roubada pelas mãos de nossos inimigos.
Me perguntei como meus pais estariam hoje. Se papai continuaria ensinando Aiden a pescar no lago próximo de casa, se mamãe me ensinaria a plantar minhas flores favoritas, lírios brancos, no jardim diante do nosso antigo lar. Recordar tudo que me foi tirado somente abriria feridas cicatrizadas pelo tempo.
Olhei entre as janelas abertas do meu quarto para o céu escuro e estrelado. Sentada sobre a casa, segurei o antigo livro em minhas mãos, naquelas páginas velhas foi escrito os nomes de todo lobo puro da linhagem Labonair que nasceu e morreu, era uma forma de conhecer sobre nossa linhagem e homenageá-los após suas mortes. Tracei com cuidado os nomes ali. Bem abaixo dos nossos pais, os falecidos Alfas da matilha dos Crescentes.
Aiden Labonair.
Arabella Labonair.
Sorri fraco, novamente sentindo aquele aperto doloroso no peito. Mantive fechada aquela porta da minha vida antiga, as lembranças de um passado que preferia esquecer. Aquelas recordações apenas me causavam mais dor e amargura.
Ouvi batidas na porta do quarto e apenas por seu cheiro, o reconheci.
-A porta está aberta, Peter. Pode entrar.
O macho colocou a cabeça para dentro do quarto.
-Posso falar com você, querida?
-Sim, claro.
Observei Peter entrar no quarto, ele passou as mãos no tecido da calça, evitando meus olhos diretamente. Ele se sentou no cantinho do colchão e fitou o chão, nervoso. A ansiedade dele me atingiu e eu me vi tensa, reagindo aos meus sentidos sensíveis. Nas poucas vezes que vi Peter daquela forma, algo ruim viria pela frente e tal pensamento me fez enrijecer.
-Aconteceu alguma coisa? Algum ataque?
-Não, todos estão bem, vim aqui por outro motivo.
Tentei buscar os olhos de Peter, mas ele me bloqueou.
"Algo está muito, muito errado. Não gosto disso."
-Peter, o que aconteceu?-Minha voz tremeu ao perguntar.
Ele engoliu em seco.
-Hayley, tem uma coisa que você precisa saber, e me sinto na obrigação de te contar pessoalmente. Não me interrompa até que eu termine de falar, ok?
-Está bem, continue.
Peter enlaçou os dedos, respirando fundo e eu me preparei para o que estava por vir.
