Capítulo 3

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Sai as pressas e fui correndo para a estação de metro. Ofegante, fiquei aguardando e olhei em volta.

O painel do tempo de espera me mostrou que eu tinha mais cinco minutos ate o próximo trem chegar. Suspirei sentei num banco próximo.

— Angel? Angel, é mesmo você? Quase não te reconheci!

Richard, meu ex, estava parado na minha frente, tão bonito quanto eu me lembrava dele. Meus joelhos logo ficaram fracos ao som da voz rouca dele. No entanto, consegui me recompor e disse:

— Por favor, saia do meu espaço pessoal e me deixe respirar. Já perdi muito tempo com você.

— Você ainda tem essa língua afiada da qual eu bem me lembro. Você se lembra de outras coisas que costumava fazer com ela?

Revirei os olhos e ignorei aquele comentário machista.

— O que você esta fazendo em Brooklyn? Pensei que nosso apartamento... a hem! O seu apartamento ainda fosse em Manhattan.

— Eu vendi. Não conseguir mais morar lá. Não depois daquilo que fiz com você.

— Oh! Certo, me lembro! Peguei você me traindo!

— Você vai se acalmar e falar comigo como uma pessoa normal?

— Por quê? Para você poder pisotear em mim de novo?

— Mudei, Angel. Voltei para te mostrar que eu...

— Ah! Olha a hora. — o interrompi. — Não posso falar, meu trem tá! Chegando.

— Não me ignore, Angel.

— Você tá! Vendo aquilo ali?! É a última vez que eu me importei com você! BOOM! Se foi! E eu também! Tchau, Richard!

— Espere, Angel!

Eu me levantei do banco e comecei a caminhar para o outro lado da estação.

Não ousei olhar para trás, mas sabia que ele não desistiria tão facilmente.

Cadê a multidão de Nova York quando eu mais preciso?!

Para a minha sorte, meu trem chegou naquele momento. Eu sorri maliciosamente para ele e entrei no vagão, esperando nunca mais voltar a ver aquele rosto desprezível, embora adorável.

— Pelo visto essa noite estamos no mesmo trem!

Mas? Como ele entrou sem eu ver?

Decidir ignorar, virei as costas para ele e coloquei meus fones de ouvido.

Algumas músicas depois, senti alguém me dar um tapinha nas costas. Quando me virei, vi Richard falando algo para mim.

— O Quê?

— Só preciso de um minuto. Nada mais. Fui um idiota por te trair, por destruir o único relacionamento significativo na minha vida.

— Você tem razão! Você foi um idiota, um burro, um imbecil, um babaca... eu consigo me lembrar de mais alguns nomes, mas eles não são muito apropriados para se pronunciar em voz alta, especialmente num lugar público!

— Certo, já percebi que não adianta falar com você enquanto você estiver toda nervosinha desse jeito. Meu número continua o mesmo, então... me liga quando você quiser falar.

Mas olha isso, nem o número dele tenho mais.

Dito isso, ele deu as costas para mim e saiu do vagão assim que o trem parou, e eu suspirei de alívio.

Uma chance para amar (CONCLUÍDA)/ RevisadoOnde histórias criam vida. Descubra agora