Selado com um beijo 〖Drarry〗

Capítulo 19

O som de risadas e alunos conversando vinha do Salão Comunal. Draco estava sozinho em seu dormitório, sentado em sua cama e encarando a porta. Que porra, por que todos estavam tão felizes? Ele lançou vários feitiços do Silêncio na porta, mas nenhum deles funcionou. Ele suspeitou que sua habilidade estava uma droga, o que não era uma surpresa, já que ele sentia como se alguém tivesse arrancado seus membros. Era estranho, de verdade, que ele não se arrependia de ter entregado o antídoto para Potter - mais uma vez, já que o de Blaise não funcionou - e nem se arrependia de ter contado a verdade - uma pequena e vaga parte dela. O que ele se arrependia mais, era de não ter dormido com Potter. O esforço que ele fez para não aceitar a oferta, foi enorme. Sua cabeça tinha doído por causa da enorme vontade de beijar Potter mais uma vez, mas ele sabia que se tivesse feito isso, nada o teria parado. Ele não teria sido capaz de se virar e ir embora. Sua dor de cabeça não passou. Apenas ficou mais intensa, o fazendo querer levantar e ir atrás de Potter, mesmo sabendo que era um desejo irracional. Ele temia por sua sanidade e segurança. Se Potter tentasse o azarar no dia seguinte, Draco não seria capaz de se defender. A menos que se jogar no moreno e tentar beijá-lo, conte como defesa. Draco pensou passar mais tempo pensando na retribuição de Potter do que em beijá-lo - essa chance estava perdida para sempre - mas sua mente simplesmente não estava colaborando. Merlin, ele ia ser um alvo tão fácil no dia seguinte. A porta do dormitório abriu e fechou. Draco piscou, confuso por um momento, mas sua mente ficou em alarme e ele se levantou da cama, varinha em sua mão e pronta. Ele pensou estar completamente paranoico, e mesmo depois de Potter tirar sua capa da Invisibilidade, ele ainda achou estar imaginando que o moreno estava ali em seu dormitório. Segundos se passaram e a visão de Potter se recusava a ir embora.

— Você não vai precisar disso. – Potter disse, olhando para a varinha. Falava. Portanto era real. Draco piscou e rapidamente deu uma olhada em Harry. Potter não parecia furiosos. Ele parecia... vazio. Era mais preocupante do que qualquer outra coisa que o loiro podia pensar. A expressões de Potter nunca eram vazias. Ele era simplesmente incapaz de esconder suas emoções. Ele parecia mais perigoso que nunca. Era um pequeno conforto que o grifinório não estava armado; ele poderia pegar sua varinha quando quisesse.

— Blaise disse que vai subir em um minuto. – Draco mentiu.

— Eu só preciso de um minuto.

Algo apareceu nos olhos de Potter; algo que parecia com dor. Fez Draco querer andar até ele e o beijar. Mas então ele lembrou que era o motivo da dor, mas o desejo não diminuiu. Harry colocou a mão no bolso, Draco engoliu em saco e apertou sua varinha com força, no entanto, Potter pegou a última coisa que Draco esperava ver - um Sapo de Chocolate amassado.

— Você não o comeu. – Draco respirou, perplexo. E esperançoso. Sem pensar, ele deu um passo para frente, achando que Potter ainda estava enfeitiçado, mas o olhar nos olhos do outro o fez parar. De repente lhe ocorreu que Potter não queria tomar o antídoto que Draco fez.

— Eu não preciso comer, Draco. - Harry se aproximou lentamente, e a varinha de Draco tremeu. Se ele planejava se defender, teria que o fazer agora. Infelizmente, ele parecia ter esquecido todas as azarações que conhecia. Não que isso importasse. Potter não tinha pegado sua varinha e não parecia estar prestes a dar um soco. Na verdade, Potter chegou perto o suficiente para Draco perceber que seu rosto não estava vazio, apenas petrificado, como se Potter tivesse medo de mexer um músculo facial. A emoção em seus olhos era clara- tristeza. A vontade de beijá-lo apareceu novamente. Draco abaixou sua varinha, de repente certo de que Potter não iria azará-lo, mas isso não era confortante. Potter parecia ter coisas para dizer e Draco sabia que elas não seriam agradáveis de se ouvir.

— A sonserina que estava vendendo Poções do Amor foi pega e ela me contou tudo que aconteceu.

— Eu vejo. – Draco, não sabendo o que mais falar. De um certo modo, ele estava feliz.