Hey, boss • Sillie

bad day

Se eu abrisse a boca para falar alguma coisa eu com certeza iria me enrolar nas palavras.

Claro, chame a empresa de merda NA FRENTE DA SUA CHEFE.

Minha cara de espanto denunciava tudo, mas Sadie resolveu quebrar o silêncio.

- Está bem, eu esperarei até às três. - Falou.

- S-S-Sim Sa-Sa-Sadie que-quero dizer sen-sen-senhorita si-sink.

Porque ela não tira esse ar sorridente do rosto depois do que acabou de acontecer.

Sadie voltou para a sala e quando virei para Noah ele se controlava para não sorrir.

- Aí meu Deus - Ele parecia que iria explodir se não desse uma risada. - Sen-sen-senhorita si-sink.

- Cala a boca. - Cobri meu rosto com as mãos e girei na cadeira.

- Vai fazer o relatório. - Noah parou a cadeira e colocou no lugar. - Rápido.

/

- A chefe quer falar com você. - Sasha apontou para a sala.

Assenti e respirei fundo antes de entrar e encarar Sadie.

Ela parecia que iria derreter, seu rosto estava todo suado, como se tivesse corrido uma maratona.

- O velho morre bem na hora que está tudo um merda - Reclamou. - Céus, eu vou enlouquecer.

A relação deles não deveria ser tão boa, ela não parece de luto.

- Desculpa, ainda estou na metade do rel--

- Quero que vá buscar meu almoço - Ordenou. - Estou presa aqui.

A encarei confusa, mas ela parecia convicta e pegou cinquenta dólares da sua bolsa, me entregando.

- Quero uma salada verde - Falou. - Você consegue achar um bom restaurante, certo?

- Eu ainda não acabei e... - Tentei argumentar, mas pelo seu olhar ela parecia que iria me matar. - Volto em quinze.

- Para onde você vai? - Noah pergunta assim que me vê saindo da sala.

- A sua nova chefe quer que eu vá buscar o almoço dela.

- O que? como assim? você nunca precisou fazer isso antes.

- Agora preciso, as coisas mudaram.

"Um bom restaurante." Você quis dizer caro?

No Tommy's sempre tinha salada, mas porque alguém iria querer comer só isso?

- Obrigada. - Paguei e recebi a nota fiscal.

A volta para o escritório enquanto eu corria de salto no sol de meio dia foi um tanto quanto cansativa.

O elevador não demorou tanto, nunca estive tão feliz.

Bati na porta da sala e ela me mandou entrar.

- Aqui, perdão pela demora - Falei enquanto abria a porta.

- Está bem, deixe aqui. - Ela indicou um espaço na mesa, derrubando várias canetas.

- Não vai conferir? - Pergunto hestitante.

- Qual seria um erro ao comprar salada? suponho que você não seja incompetente a esse ponto.

Irritante.

Sadie abriu o pote e se sentou na sua cadeira atrás da mesa - que se não fosse forte eu tenho a teoria que tivesse quebrado.

Ela comia a salada como se fosse uma das coisas mais deliciosas do mundo. Apenas folhas e outras verduras.

- Ainda não entendi por que está aqui todo esse tempo.

- Eu... - Tomei coragem para falar. - Bem, enquanto o senhor Sink foi meu chefe eu nunca precisei sair do trabalho para buscar seu almoço ou um café - Engoli em seco, ela parecia brava. - O que estou querendo dizer é que...

Sadie levantou as mãos indicando que eu parasse e só após limpar a boca ela falou.

- Fiquei presa nessa sala especialmente hoje, por ainda estar organizando toda bagunça deixada - Suspirou. - Acredite, eu prefiro mil vezes ir buscar meu próprio almoço.

Encolhi os ombros.

- Estarei na mesa aqui ao lado, caso precise de mim.

- Primeiro dia depois das férias - Noah se sentou na minha mesa. - Sempre uma merda né?

- Você não trabalha?

- Sadie é muito estressada, a deveria desenvolver uma boa relação com seus funcionários ou ao menos fingir.

- Ela é a chefe, pode ser estressada e rude com quem quiser.

/

Sentei no sofá e esperei a resposta da Sadie por e-mail. Fazia horas que eu tinha enviado tudo, foi bem antes da minha volta para casa.

- Por que não relaxa um pouco? - Finn me oferece um copo de cerveja.

- Estou trabalhando.

- Ah, o trabalho... - Falou vagamente. - Não sei porque precisamos disso.

- Para viver - Fechei o notebook. - Para que eu possa trabalhar e pagar essa merda de cerveja que você toma - Levantei, mas Finn segurou minha mão, seu olhar pedia para eu ficar. - Desculpa, hoje o dia foi muito, muito difícil.

- Tudo bem - Ele me puxou para perto do seu abraço. - Eu vou começar a trabalhar, prometo.

- Você fala isso há um ano. E é sempre depois de beber.

- Millie... - Finn bateu na porta do quarto de hóspedes. - Está bem, me desculpa.

Eu só preciso dormir, vai ficar tudo bem.