turbulence

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Conversar com alguém bêbado é um desafio e tanto. E foi por isso que minha conversa com Finn só aconteceu ontem, na véspera da viagem.

É claro que eu pretendia contar antes, mas o que posso fazer? Tivemos que adiantar a viagem para a sexta-feira dessa semana, e isso deixou tudo mais complicado. E quando eu digo tudo, é realmente TUDO.

- Ei - Finn entrou no quarto enquanto eu arrumava a mala. - Então você vai mesmo me deixar?

- É só uma viagem, não seja dramático.

- Não estou sendo dramático. Só estou pedindo que você fique.

- É o meu trabalho - Fechei a mala e coloquei no chão. - Não vou até o Texas para conhecer pontos turísticos ou sair pra beber. É trabalho.

- Então amanhã de manhã eu não vou te ver aqui?

- Como se você estivesse em casa pela manhã, Finn.

Isso foi suficiente para ele se levantar, mas dessa vez não saiu sem dizer nada.

- Não sei por que você me trata assim - Ele olhou para minha mala e em seguida para mim. - Mas se lembre, você ainda é minha noiva.

E saiu.

Comecei a colocar os meus produtos de pele dentro da nécessaire, afastando meus pensamentos sobre essa conversa.

Às 22:00 estava tudo pronto. Minha mala na sala, a roupa de viagem separada em cabides e meu celular carregado.

/

Quase não consegui dormir durante a noite, mas acordei exatamente no horário, mesmo ainda com sono. Fiz uma vitamina de frutas e sentei no sofá, para esperar qualquer notícia sobre o clima.

Dia de sol, como de costume.

Respirei fundo antes de abrir a porta e sair do apartamento. Gostaria que Finn estivesse aqui. O táxi esperava lá em baixo, o motorista me ajudou com as malas e seguimos para o aeroporto.

- Trânsito - O homem bateu no volante e verificou seu relógio. - Seu vôo é às onze?

- Onze e dez - Verifiquei o celular mais uma vez. Inúmeras mensagens de Noah, perguntando por mim. - Estamos perto?

- Vamos seguir em frente nessa avenida e depois virar à direita.

O sinal abriu, Math quase passava com o sinal vermelho, mas ainda bem que não aconteceu.

Entrei no aeroporto correndo — O lado bom de usar tênis. Enquanto arrastava minha mala e segurava meu casaco.

- Portão 7 - Olhei a mensagem de Noah e fui até o andar de cima. - Dez e cinquenta e oito, consegui. - Falei a mim mesma quando vi os dois sentados nas cadeiras.

Recuperei o fôlego e estava prestes a falar, mas Sadie se levantou, Noah acompanhou e fez uma expressão esquisita para mim.

A ruiva que usava calça moletom preta, uma regata vermelha e um salto baixo nos guiou até o portão de embarque e então ficamos em silêncio, aguardando.

Noah ficou nervoso enquanto andava pelo corredor procurando nossos assentos.

- Ali. - Apontei para o número 15.

- Vou aqui - Ele se sentou na poltrona do corredor. - Precaução, caso eu tenha que correr.

Sadie vinha logo atrás de nós e colocou todas as malas no bagageiro. Ela seguiu em silêncio até chegar na poltrona do canto, onde se sentou confortavelmente. Sai do corredor e sentei entre os dois.

Hey, boss • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora