feelings

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Me pergunto por que não percebi isso bem antes.

Quero dizer, ela estar bêbada todas as vezes ou nunca ouvir um "eu te amo".

E agora que está claro, dói.

Verifico as horas e percebo que passei mais tempo do que deveria pensando nisso. Outro paciente é chamado para minha sala, e eu agradeci por não ser Jeanne.

Me sinto mal, uma dor de cabeça forte me faz querer sair dessa sala e ir até um quarto frio e escuro, onde ninguém possa me incomodar.

/

De alguma forma, o apartamento não estava com cheiro de mofo, mas sim de cigarro.

Um som de guitarra está vindo do quarto, Finn estava lá.

- O que você está fazendo aqui? - Pergunto.

- Isso se classifica como invasão? Achei que estava vazio.

- Vai, sai daqui.

- Calminha, aqui também é minha casa.

- Faz o que você quiser então, caralho.

Vou para o quarto reserva, mas a cama estava tomada de discos e restos de comida. Sem muitas opções, voltei para onde ele estava e me deitei sem dizer nada, virando as costas para ele.

- Teve um dia ruim?

- Eu sou uma vadia burra, lembra?

- Percebeu que ele não valia a pena?

- Finn, eu não quero falar com você.

A música para, ele acende outro cigarro e saí do quarto.

Puxo o colarinho da blusa para perto do meu nariz e sinto o cheiro do perfume de Sadie. É como se ela estivesse aqui.

Fecho os olhos e aperto eles o máximo que posso, tentando não chorar agora. Não na frente de Finn, mostraria que sou fraca.

- O que... você fez depois de terminar comigo? - Pergunto quando me se sento ao lado de Finn.

- Fiz o de sempre - Ele serviu um copo de cerveja para mim. - Fui para o bar e depois até a casa da Mandy, me "consolar".  - Fez aspas com as mãos.

- E o seu trabalho de manobrista?

- Eu não sei a senha do cartão dela, aí precisei trabalhar pra conseguir pagar bebida.

- Idiota.

- Tem razão, você foi idiota de ter deixada o seu cartão comigo.

- Eu sou uma idiota em todos os sentidos da vida.

- E você? Fez o que depois de ter me expulsado? Já tem semanas que estou dormindo aqui mas nunca te vi - Falou. - Só uma xícara com café até a metade e a geladeira quase vazia.

- Estava saindo com alguém.

- Isso já estava na cara.

- E por que você não está na casa da Mandy?

- Sei lá, ela costuma gritar comigo e me mandar fazer as coisas como se eu fosse seu empregado.

- E em algum momento você pensou em mim? Ou no que tivemos? - Perguntei.

- Algumas vezes - Ele pegou minha mão e analisou. - Você não, pelo visto.

- Eu não podia ficar com uma aliança sendo que nem estávamos juntos.

Peguei o cigarro da sua mão e dei uma tragada desajeitada, o que fez ele sorrir.

- Você não leva jeito pra isso.

- Ainda bem - Apago e então passo as mãos pelo meu rosto. - Eu voltei, você precisa ir embora.

- Não podemos ficar juntos, né?

- Você e eu? Não consigo mais. A filha da mãe me deixou mal pra caralho.

- Noah está preocupado com você.

- Noah - Pergunto espantada. - Você e o Noah se falam?

- Ele me mandou uma mensagem perguntando onde estava.

- Eu deveria ter resolvido logo tudo com ele.

- Você brigou com todo mundo? Caramba, isso é novidade.

- Sou uma idiota, Finn. Estou cansada de toda essa merda.

- Ei, ei, ei, descansa, tá bom? - Ele colocou seu braço sobre meus ombros.

- Por que está fazendo isso?

- O que?

- Fingindo que gosta de mim.

- Mas eu gosto de você.

- Chega de mentiras, é por causa dessa merda chamada amor que eu estou desse jeito.

Saio do apartamento disposta a fazer o que tem que ser feito.

Hey, boss • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora