night

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Estacionei o carro ao lado de uma picape cinza que fazia eu me sentir deslocada da maneira que cheguei.

Eu não estava com saia, e sim, uma calça jeans branca. Mas continuei com a blusa de sempre.

Respirei fundo e assim que abri a porta, sinto um frio na barriga. Talvez fosse só o ar gélido de Nova York, quem sabe. Cheguei quarenta minutos adiantada, e isso me lembrou a primeira vez que eu cheguei na empresa de Sadie.

Sadie... Como será que ela está? Quero dizer, provavelmente a mesma coisa de antes, só não estarei lá, qual é a diferença?

- Oi! - Bia apareceu repentinamente na janela, esboçando um sorriso.

- Costuma ser tão animada logo de manhã?

- É... - Deu ombros. - Ainda não aconteceu nada para me deixar triste, acho melhor me animar antes que aconteça.

- Isso é... Inteligente. - Realmente, é um bom pensamento.

- Vamos?

Assenti e então finalmente saí do carro.

A clínica não era muito diferente das fotos, e isso foi bom. Sem mentiras ou efeitos. Uma sala de espera enorme, balcão da recepção de frente para a entrada. O corredor era extenso, com várias salas separadas por números.

- Sala seis, doutora Millie. - Bia abre a porta e espera ansiosa por alguma reação minha.

A sala era branca do chão até o teto. No centro tinha um tapete marrom redondo e uma mesa parecida com a que eu tinha. Cadeira giratória, suponho que seja a minha. E uma maca branca no canto.

Claro, como esqueci do vaso ao fundo da sala.

No geral, era diferente do que eu estava acostumada. Mais outras quatro pessoas circulavam pelo corredor, sem contar conosco. O que dizer? Acho que estou sentindo falta do cheiro de café, pessoas gritando uma com as outras, barulho de ventilador velho e saltos pro todo lado, fazendo barulho pelos corredores. E aqui? Tenho silêncio. Tanto silêncio que me faz ouvir meus próprios pensamentos (e isso não é bom.), A máquina de café me faz passar por todos os pacientes na sala de espera, até agora só vi pessoas usando sapatênis e um ar-condicionado que funciona perfeitamente.

- Parece bom - Segurei firme minha bolsa. Em alguns minutos eu estaria sentada naquela cadeira, segurando uma lista com o nome dos meus pacientes e colocando em prática o que estudei na faculdade anos atrás. - É.. Bom.

- Eu sei que parece simples, mas se quiser, pode deixar mais sua cara - Ela sorriu. - Bem, se precisar de alguma coisa é só procurar pela chefinha.

E então quando ela saiu, eu estava sozinha, presa comigo mesma.

- Tempo ao tempo. - Falei a mim mesma enquanto me sentava na cadeira.

/

Não trabalhei muito hoje. Na verdade, só duas pessoas com atendidas por mim, já que ao que parece, outros médicos por aqui eram conhecidos numa clínica que fica em Massachusetts.

E eu, sou só a novata.

Coloquei as sacolas com as compras dentro do porta-malas e liguei o carro. Precisei de um GPS para saber como ir até o escritório, mas não chegava a dar uma hora.

As luzes estavam apagadas. São sete da noite e estou entrando pela porta dos fundos.

Durante a noite, o silêncio predominava, as sacolas que se agitavam nas minhas mãos faziam um barulho enlouquecedor. Me aproximei da sala com uma luz acesa e abri a porta cuidadosamente

Hey, boss • SillieOnde histórias criam vida. Descubra agora