Prólogo

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— O que estamos fazendo aqui? — Disse Grey, um pouco apavorado. - esse lugar me dá medo.
    — Se esse lugar te deixa com medo, não deveria ter se tornado um Patrulheiro do real. — Disse o capitão de patrulha Vergil, com um tom de voz penetrante.
    — Esse lugar, é mais um entre outros que você visitará um dia. Se você tem medo ainda, por quê se tornou um patrulheiro real? Se eu fosse você, sairia desse cargo, antes que morra por meros saqueadores.

    Nesse momento, Grey ficou com um pouco de vergonha por estar ouvindo aquilo, isso por ser um patrulheiro real.
 

   A patrulha de Vergil, estavam explorando as profundas florestas negras de Winrrel. Conhecida por sua profunda escuridão, fora que também, não podia ser iluminada pelos raios mais brilhantes do sol. Segundo lendas, a floresta de Winrrel era lar de sábios elfos antigos que um dia vivera por lá. A lenda diz que o reino do oeste atacou a floresta e os eliminaram. Antes de morrerem, os elfos amaldiçoou a floresta com a eterna escuridão. E cada ser que ousasse entrar na floresta, seria amaldiçoado. A patrulha estava explorando a floresta pela ordem do rei Sir Hetwen Wanderion. Por haver monstros da raça Strakna, segundo a suas visões.

     A raça Strakna, era conhecida por sua aparência, que pareciam carvalhos de uma árvore apodrecida com algumas gramas crescendo em volta de seus corpos, e olhos azuis que brilhavam igual a uma lâmpada. E era também extremamente violenta e impetuosa. Eles também possuíam sua própria língua, e também era capazes de se reproduzir com quaisquer tipo de seres, exceto os elfos. E as únicas maneiras que poderia matar um Strakna era espada ou uma flecha em seu coração, ou a luz do sol.
     O rei queria que Vergil e sua patrulha, investigasse a floresta e eliminasse as criaturas o mais rápido possível. Antes que eles atacassem o castelo Wanderion, ao sudoeste da floresta, e nem os demais reinos. 
 

   O rei Wanderion, era o rei mais conhecido de Northgard. Ele era inteligente e justo e possuía duas filhas, e preservava seu povo mais do que os demais reinos de Northgard, sendo que em três gerações, seu reino nunca tinha entrado em colapso por causa de economia ou fome. O rei também era conhecido por suas visões futuras, sendo que nenhuma delas estivessem erradas. Se o rei teve visões com os Straknas, algo não estava certo.

    — Eu queria que esses monstros não existissem também - disse Ray para o consolo de Grey. Ray era outro membro da patrulha. - se aquele dragão desgraçado não tivesse tomado a relíquia de Northgard, nada disso teria acontecido.  
 

   — Não é grande demais para acreditar em dragões, Ray? — Disse Vergil com um tom de deboche. — Dragões, relíquias, tudo isso não passa de uma dessas lendas que uma criada conta para uma criança .
    — É por isso que eu acredito.

    Grey olhou para o céu, tendo esperança de que enxergaria algum brilho do luar, enquanto flocos de neve caiam em seu triste rosto.
    Depois que a brigada continuou cavalgando, sem descobrir o que podiam ver ao seu redor, e medo de serem atacados de repente. Todos ouvira um grito de desespero. 
 

  — o que é isso!? — Gritou Grey apavorado. — Quem está aí!

    — Se acalme, Grey! — Gritou Vergil, e o olhou com um olhar de reprovação.

   — o que devemos fazer, capitão? — Disse um dos patrulheiros de Vergil.
    — Devemos pensar em algo — Disse Vergil. —, não dá para ver pela escuridão da floresta.
    — talvez isso pode ser algum truque dos Straknas. — Disse Ray.
    — E se não for? E se for realmente alguém? — disse Grey trêmulo e gaguejando.
    — talvez essa deve ser a estratégia deles. Nós atrair com os gritos.
    — tive um plano. — Disse Vergil, que virou-se com seu cavalo de pelos negros e crista castanhas para os seus colegas. — Estamos em um grupo de doze homens, podemos nos dividir em três grupos e nos separarmos para descobrir esse mistério. Alguém tem algo a dizer? — ninguém respondera a sugestão de Vergil. — Então que assim seja.
    — Esperem eu tenho algo a dizer. — disse Ray, antes do grupo iniciarem a partida.
    — Senhor, não acha que nós deveríamos ficar em grupo, não sabemos quantos inimigos tem a nossa volta. E nos separarmos só iriam deixa-los com mais vantagem nesse caso.
    — alguma vez os meus planos já deram errado? - disse Vergil.
 

   — Não senhor.
    — então, não precisa ficar preocupado.
   Ray abaixou a cabeça com um olhar de indignação, pensando no orgulho exagerado de seu senhor capitão.
     Vergil colocou seu capuz preto, que escondia seu rosto por um profunda escuridão, iguais a sua roupa de couro com um semblante do reino localizado em seu peito esquerdo. Com o símbolo de um leão dourado. Que todos os membros da patrulha usava, exceto Grey. O símbolo de seu peito representava a de um cervo, representando sua inexperiência diante do grupo.
     Depois da separação do grupo, Grey se viu no mesmo grupo de Ray e outros dois homens. Indo em direções completamente diferentes. Em quanto o grupo de Ray cavalgava entre as árvores da floresta, e só podiam enxergar o fogo de suas tochas. Grey sentiu algo por de trás de suas costas. Algo como se alguém passa-se com tanta velocidade que cortava o ar em sua volta. Olhou por entre os ombros, para ver o que poderia ter passado por ele. Quando percebera que um dos patrulheiros desapareceu subitamente sem qualquer explicação. E que seu cavalo estava morto no chão com um profundo corte em seu pescoço que se parecia com uma garra.
    — ca-cadê e-e-ele? su-sumiu! — gritou Grey, com a voz tão assustada que fez até com que Ray ficasse assustado.
    — Qual é o problema Grey, por quê gritou assim tão de repente?
    — Olha senhor, um dos nossos patrulheiros sumiu e seu cavalo está morto!
    Ray desceu de seu cavalo com tanta pressa, que quase escorregou na neve. Corria entre a neve segurando sua tocha, em frente a todo aquele breu para poder descobrir o que poderia ter matado o cavalo, e talvez descobrir algum motivo do que poderia ter causado o desaparecimento do patrulheiro.
   — essa marca. — pensou Ray, enquanto examinava o cavalo. — Grey, você disse que ele só sumiu, não é?
   — Sim
    Ray virou-se rapidamente para a direção de Grey, e antes de ele ter terminado de dizer "vocês dois somem daqui!" Em um piscar de olhos, sua cabeça já estava girando pelos ares. Grey em desespero puxou as rédeas de seu cavalo, e virou-se para a direção do patrulheiro, e viu que o patrulheiro estava abatido no chão com uma estaca de madeira entre sua nuca e garganta.
    Perdido em tanto desespero, e não sabendo o que poderia fazer naquele momento, a única coisa que pensou foi cavalgar até onde o destino lhe guiasse. Cavalgou por bastante tempo, sem saber onde pudera estar. Já até tinha aceitado que poderia morrer a qualquer momento. Depois de ter parado de cavalgar, sentou apoiando as costas em uma árvore e abraçou as pernas só esperando a hora de morrer. Até que poucos minutos se passaram, e Grey ouviu um som, um pouco longe dele, que parecia aço se chocando uns com os outros. Com medo de se levantar, fez força para conseguir. Montou em seu cavalo e cavalgou até conseguir ouvir o som do aço mais alto.
    Cavalgou por pouco tempo, até que os barulhos pararam, Mais continuou a cavalgar na mesma direção. Quando o cavalo começou a galopar, por já estar cansado de tanto correr. Grey conseguiu ver algo no chão, algo que se parecia com um corpo, desceu de seu cavalo e correu para a direção do corpo com esperança de que talvez a pessoa apoiada a neve estivesse viva. Grey chegou perto do corpo e percebera que era de Vergil, e viu que havia mais quatro corpos em torno de Vergil, eram corpos de Straknas. Se aproximou de Vergil, e percebera que ele tinha muitos hematomas, e um enorme corte em seu olho direito.
    — Senhor, você está bem? — disse Grey, horrorizado.
    — Ainda estou vivo. — respondeu Vergil, antes de desmaiar.
    — Aguente senhor, vou tentar nos tirar daqui.
    Grey pegou uma corda que ele deixara na cela de seu cavalo antes de sair em patrulha, e amarrou Vergil em suas costas e montou em seu cavalo e cavalgou até onde podia. Em quanto cavalga, uma flecha passou de raspão no braço esquerdo de Grey e rasgou o couro de sua manga. Quando olhou entre os ombros percebera que muitos straknas estavam atrás deles. Olhou de volta para frente e começou a cavalgar sem olhar para trás.

    Quando o fogo de sua tocha estava prestes a acabar, e os monstros estavam chegando cada vez mais perto dos dois. Grey conseguiu olhar atentamente, algo que parecia ser com uma luz amarela que machucava seus olhos, quando percebera que era a luz do sol.
     Grey fez com que seu cavalo cavalgasse o mais depressa possível para chegar perto daquela luz, para que finalmente pudesse sair daquele pesadelo. Finalmente conseguiu sair daquela maldita floresta. Quando saiu da floresta, puxou as rédeas de seu cavalo para ver se ainda poderia estar sendo perseguido, viu que os Straknas que estavam o perseguindo, estavam queimando e virando cinzas debaixo da luz do sol.

    Ficou olhando os Straknas desaparecendo diante de seus olhos com um pequeno sorriso de orgulho em seu rosto. Mais voltou a observar o estado grave de Vergil e então puxou as rédeas de seu cavalo escuro em direção ao sudoeste para voltar para o castelo. Para ter chance de salvar a vida de seu capitão.

As Crônicas De Northgard: O EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora