A Floresta Das Fadas

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Depois de vários dias de viagem, faltava mais dois dias para Vergil e sua companhia chegarem a floresta. Todos estavam muito calados, principalmente Mary, que não falara com ninguém depois de todo aquele ocorrido.
     O cair da noite chegou. Vergil e Grey montavam as barracas, enquanto Flora fazia uma espécie de magia protetora. Depois de terminarem tudo, Mary, Harry e Flora foram dormir. E Vergil e Grey ficaram acordados diante uma fogueira.
     — Você deveria dormir também — disse Vergil
     — Ah não, está tudo bem capitão — respondeu Grey. — Eu não estou com muito sono.
     Vergil pegou uma bolsa e tirou de dentro dela uma garrafa com vinho. Pegou um copo e ofereceu a Grey.
     — Nós não somos mais patrulheiros — disse Vergil, sorrindo. — Não precisa mais me chamar de capitão.
     Grey pegou o copo e deu um gole no vinho.
     — Eu sei — respondeu Grey. —, mais é você que está liderando esse grupo. Então, você ainda é o meu capitão.
    Vergil riu, mais melancólico. Pegou um copo de vinho e começou a beber também.
     — Me diz, porque você quis se tornar um patrulheiro?
     — Eu não me tornei patrulheiro por que quis — disse Grey, enquanto dava alguns goles nós vinho. — Eu nunca fui motivo de orgulho para o meu pai. Ele sempre quis que eu fosse mais forte, já que de todos os meus 7 irmãos, eu sempre fui o mais fraco. Por isso, ele me alistou contra a minha vontade.
     — Os seus irmãos também são patrulheiros?
     — Foram. Dois deles saíram da patrulha, e quatro morreram. Um deles morreu a uns três anos.
    Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos enquanto compartilhavam o vinho. Mais depois retornaram a conversar.
     — Você me salvou várias vezes — disse Vergil. — Eu sou muito grato por isso. Me perdoe se eu fui muito rude com...
     — Não precisa me pedir perdão — respondeu Grey depressa. — Eu sei que você só queria que eu fosse mais forte.
     Vergil sorriu melancólico. Terminou de beber o vinho, e foi se acomodando em frente a fogueira.
     — Eu vou dormir agora — disse Vergil. — Teremos ainda muito chão pela frente.
     — Eu também já vou me deitar. — disse Grey, enquanto se deitava diante da fogueira.
     — Boa noite, capitão.
     — Boa noite.
    A manhã chegou, o céu estava nublado, e fazia um pouco frio. Vergil e Grey recolhiam as coisas do acampamento, e Flora e Harry arrumavam os cavalos e os pôneis. Mary ficou observando eles, melancólica sentada em uma pedra. Fazia dias que ela não falava com ninguém, inclusive com Harry. O susto que ela tomara no bar de Will ainda assombrava.
     — O que foi, Mary — disse Vergil, sentando na pedra ao lado de Mary. — Ainda está mau por causa daquilo?
     Mary não deu uma palavra. Mas Vergil sabia que esse era o caso.
     — Sabe, Mary — começou Vergil. —, todos nós sabiamos que isso não iria ser fácil. Nós estamos em uma jornada que talvez nem tenha volta. Mas, não é por isso que nós temos quer ficar deprimidos.
    Vergil se levantou e se ajoelhou de frente para Mary. Para a olhar nos olhos.
     — Mary, é uma certeza que nós passemos por isso de novo. Mas nós precisamos ser fortes. Não podemos desistir, tá bom?
      Mary fez que sim, com a cabeça baixa.
     — Vai ficar tudo bem. Tenha fé.
     — Veeeeergil — disse Flora, em um tom cansado e lento. —, os cavalos estão prontos. Vamos.
     — Estamos indo.
     Vergil e Mary se levantaram e foram até os cavalos. Grey e Harry já estavam montados.
     — E aí? Vai me ensinar a fazer magia? — perguntou Harry.
     — Talvez — respondeu Flora. — quando chegarmos a floresta, vamos ver se vai dar para lhe ensinar alguma coisa. Se bem que...
     Flora ficou ali parada encarando o garoto por alguns segundos. Isso o estava deixando ansioso.
     — Qual é o problema, Flora...?
     — Não, não é nada — respondeu Flora nervosa. — Eu só... estava pensando um pouquinho.
     Não era isso que Harry pensava. Mais decidiu que era melhor ele não esquentar a cabeça com isso. Vergil e Mary estavam montando seus cavalos.
     — Ainda falta quanto tempo, Flora? — perguntou Vergil, depois de montar Mary em seu pônei, e em seguida montar em seu cavalo.
     — Talvez umas seis horas. — respondeu Flora.
     — Certo. Então, vamos.

As Crônicas De Northgard: O EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora