Vilarejo lua negra (Parte 1)

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Depois de viajarem por algum tempo, o grupo já estavam chegando ao vilarejo. O céu já estava clareando, e os pequenos raios de sol já começavam a iluminar o dia. Mary e Grey estavam dormindo, enquanto Harry e Vergil estavam acordados. Vergil resistira bem ao sono, e Harry não conseguia pregar os olhos, pois dormira a tarde e acordara de madrugada. Faltava mais algumas horas até chegarem ao seu destino.
     — Me diz eh... — disse Vergil com a voz cansada. —, por que você estava naquele barril?
     — é uma longa história. — respondeu Harry. — Enquanto o resto do reino estavam no coliseu assistindo ao torneio, eu estava caçando cogumelos. Eu acabei ingerindo um, e acabei ficando com sono. Aí eu vi esse barrio que estava encostado em um canto, e entrei.
     — Ah. Mas por que um barril? — Perguntou Vergil. De certo modo ele estava curioso.
     — Acho que no momento, eu só queria descansar um pouco. Minha cabeça parece girar e era como se eu não conseguisse pensar.
     — Ah, entendo. — Vergil, riu bem baixinho. Pois já deveria imaginar que tipo de cogumelo Harry tenha ingerido. Existe muitas espécies de cogumelos espalhadas pelo mundo. E cada uma delas tinha uma individualidade em comum. Uns eram comestíveis, outros eram venenosos. E haviam uns que ao ingerir era como se fosse alguma espécie de droga. Vergil, tinha certeza que era dessa.
  Depois de meia hora de viagem, Mary acordou.
     — Bom tarde, bela adormecida! — disse Harry em tom animado.
     — B-Bom dia — respondeu Mary enquanto coçava os olhos cansados. —Onde estamos?
     — Bom dia, donzela. Estamos perto do vilarejo lua negra — respondeu Vergil. Em um tom deliberadamente animado.
     — Aí, estou com fome. — disse Grey, enquanto coçava a cabeça e os olhos cansados.
     — Não se preocupem, quando chegarmos a vila comeremos alguma coisa.
     Depois de mais duas horas de viagem, finalmente chegaram ao vilarejo lua negra.
     Era a primeira vez que Mary e Harry visitava um vilarejo, e ela não imaginava que seria tão bonito. Lojas e casas eram lindas com um aspecto novo, os grandes muros de pedra, as ruas de pedras. Tudo era novo para as duas crianças, mais não imaginavam que o primeiro lugar que fossem visitar seria tão bonito. Era como se não tivessem saído do reino. Enquanto a carroça cavalgava as ruas de pedra, Vergil encontrou um taberna com estalagem que poderia abrigar eles por algum tempo. Então Grey tirou de sua bolsa uma coberta negra bem grande e deu para Vergil.
     — Mary — disse Vergil —,  antes de nós entrarmos nesse bar, se enrole nesse cobertor. Por que se alguém ver o símbolo de leão no seu vestido, vão tentar capturar você. Entendeu?
     — Sim — respondeu a menina.
  Mary enrolou todo o seu corpo no cobertor com excessão dos olhos. Depois, os quatros entram na taberna.
    Mary nunca entrou em uma taberna antes, e nunca tinha entrado em um bar. Por isso, nunca pode imaginar que esse tipo de lugar poderia ser tão desorganizado. Os homens estavam todos bêbados enquanto outros brigavam ou cantavam, outros estavam  lançando cadeiras e mesas em direção as outras pessoas, e havia um enorme cheiro de bebida no ar que Mary e Harry não suportavam. Vergil foi até o taberneiro.
     — Vocês tem quartos? Ficaremos uma noite só. — Perguntou Vergil.
     — Temos sim — respondeu o taberneiro com uma voz rouca. —, temos mais um quarto. Mais só tem três camas lá. Não vai dar para você e seu grupo.
     — não se preocupe, eu posso dividir o meu quarto com ele. — disse uma voz em tom calmo e suave. Uma voz feminina.
    Vergil olhou entre os ombros para ver quem havia falado. A voz que falou era de uma linda mulher de pele clara, com um vestido e cabelos longos escarlate, iguais aos olhos que brilhavam como o fogo. Também estava usando um chapéu de bruxa e estava fumando algo em seu fino cachimbo. Vergil conhecia essa mulher. O seu nome era Flora, mais conhecida como "Flora, a rainha escarlate".
     — A quanto tempo, Vergil. — disse Flora com um pequeno sorriso em seu rosto e com a voz suave. — Faz tempo que a gente não se vê. Quanto tempo? Cinco anos?
     — Flora — disse Vergil sorrindo. —, você ainda continua encantadora mesmo sendo velha.
  Flora deu um peteleco na cabeça de Vergil com seu cachimbo e fez uma careta.
      — Velha, mais conservada.
  Grey, Harry e Mary (que continuava enrolada no cobertor), ficaram observando os dois confusos sem entender nada. Flora não pode deixar de notar, que Mary estava sendo mantida em sigilo. Isso a deixou curiosa.
      — Qual é o número do quarto que está disponível? — perguntou Vergil ao taberneiro.
      — O quarto de número 23. — respondeu o taberneiro.
      — Escutem — disse Vergil para as crianças. —, vão para o quarto e não saem de lá. Não deixem ninguém entrar também. Eu levarei comida para vocês depois, eu só preciso conversar com Flora sobre algo importante, tudo bem?           
      — as crianças confirmaram com a cabeça. — Ótimo.
  O taberneiro deu a chave para Mary, ela e Vergil subiram para o quarto. Vergil agora falava com Grey.
      — Grey, eu preciso que você saia e encontre alguma loja de armas ou alguma ferraria e compre armas para nós. Eu não sei o quão perigoso será. então compre armas para as crianças também. Compre uma espada para elas. Tudo bem?
     Grey confirmou com a cabeça. Vergil dera o dinheiro para Grey, e este saiu para comprar as armas. Vergil e Flora se sentaram em uma mesa vazia, os dois pediram um caneco de cerveja, e os dois começaram a conversar.
     — Então, Vergil. — suspirou Flora. — para onde você está indo? E por que está levando duas crianças?
     — Eu não sei. — murmurou Vergil. — Eu não sei o que eu tenho que fazer, e aquelas crianças são responsabilidade minha. Por isso vim até aqui. Para falar com você.
     — E sobre o que você quer falar?
     — Você já percebeu que está surgindo monstros por aí? Algumas semanas atrás, o rei Wanderion me deu uma missão para ir as florestas de Winrrel para ver se tinha Straknas. E realmente tinha. E ontem o reino foi atacado por monstros.
     — ah, sim. Eu ouvi de alguns relatos sobre essas criaturas que estavam aparecendo do nada. Eu estava desconfiada sobre isso. Mais agora, você confirmou para mim.
  Vergil deu um trago em sua cerveja. E estava pensativo
     — Isso significa — continuou Flora —, que o Eclipse está chegando.
     — Sim. — respondeu Vergil deprimido.
     — Não se preocupe. — disse Flora com um tom de voz animado. — Dá para nós resolvemos isso.
     — Como?
     — Com as esferas elementais.
     — O que? Mais isso não é só uma...
     — Lenda? É claro que não. Eu tenho mais de cento e trinta anos, eu lembro da primeira vez que um eclipse apareceu. Eu era uma criancinha ainda, mais eu me lembro.
    Vergil deu mais um trago em sua cerveja.
     — Então, como vamos fazer isso? Você não sabe aonde elas estão, sabe?
     — Bem, eu sei aonde está a esfera do fogo. Mais as outras três eu não sei.
     — Flora, eu não sei se iremos conseguir fazer isso. Por favor, venha com nós.
     Flora deu um trago em seu cachimbo, e ficou encarando o teto, pensando sobre o convite.
    

Mary e Harry, estavam sentados na cama esperando Vergil e Grey voltarem, e estavam conversando sobre quem seria aquela mulher.
     — Vergil conhece ela? — perguntou Mary. — O que será que os dois estão conversando?
     — bem, eu não sei. — respondeu Harry. Que estava deitado na cama olhando para Mary de cabeça para baixo.
    Os dois estavam completamente entediados. Então, Mary começou a falar sobre coisas aleatórias.
    — Harry, você tem um sonho?
  Harry deu um sorriso.
    — É claro! — disse Harry bastante empolgado.
    — E qual é o seu sonho?
    — Bem, você já se perguntou qual é o seu propósito e por que você existe?
    — Não.
    Harry levantou da cama e olhou para Mary que estava sentada. Mary nunca tinha reparado que Harry era bem alto, e se perguntou se também era. A janela estava aberta, e um raio de sol entrou e iluminou o rosto de Harry.
     — Esse é o meu sonho. Encontrar respostas sobre mim mesmo, e encontrar o meu propósito.
     Mary nunca imaginou que o sonho de Harry seria algo desse tipo. Mary ficou intrigada com isso e ficou muito pensativa sobre o que Harry acabara de falar. Propósitos e descobrir sobre si mesmo, não era algo que ela imaginava. 
      Se passara algumas horas, o crepúsculo já dominava o céu. Grey chegou com as armas, e foi até o taberneiro pedir comida para levar as crianças. Pegou, e subiu as escadas até o quarto. Quando chegou no quarto, Grey ficou surpreso em ver as crianças dormindo, deixou as armas em um canto e levou a comida para baixo. Vergil e Flora ainda estavam lá embaixo, conversando sobre o passado. Grey desceu e se sentou ao lado deles. Passara exatamente duas horas, todos que estavam na taberna estavam indo para a suas casas, quartos ou simplesmente desmaiados no chão. Quando Vergil, Flora e Grey foram se retirar, um enorme som rugiu lá fora. Os três ficaram espantados, quando todos começaram a se perguntar o que estava acontecendo, um homem abriu a porta da taberna com muita força, estava desesperado e ofegante.
     — O que está acontecendo? — disse o taberneiro assustado.
     — A vilarejo vai ser atacado!
     — Quem está vindo para atacar? — perguntou Vergil já pensando no pior.
     — MONSTROS!

As Crônicas De Northgard: O EclipseOnde histórias criam vida. Descubra agora