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Ana

Essa cadeira não é confortável. Não mesmo. A empresa é muito bem aconchegante, tudo muito sincronizado.

Avisto o Nate conversando com um homem alto, cabelo caindo na testa. Meus instintos dizem que ele não é confiável. Os dois se aproximam, procuro um lugar para fugir, mas não encontro.

"Kerim, essa é minha namorada Ana Rivera" Ah então esse é o nome do esquisito.

"Prazer em conhecer". Falo com um sorriso no rosto.

"O prazer é todo meu". Aperto sua mão. Me sinto desconfortável quando ele me olha dos pés a cabeça. Como o dia está frio, escolhi uma calça jeans, uma blusa branca com detalhes de renda, minhas botas preferidas só dão mais detalhe. Noto um certo desejo nos olhos dele então busco pelo o Nate.

"Você não parece ter nascido nos Estados Unidos". Kerim me fala.

"Sou brasileira". Os olhos dele se iluminam.

"Uau, é a primeira vez que conheço uma brasileira". Forço um sorriso.

"Bem, temos que ir, até mais ver Kerim". Nate dá tchau para o homem esquisito.

"Até mais ver, foi um prazer te conhecer Srta. Ana". Aperto a mão dele novamente sem soltar a outra mão que está entrelaçada com a do Nate.

"Tchau". Puxo Nate para fora do prédio, respirando o ar fresco.

Nate tirou seu paletó ao entrar no carro alugado, detalhe, uma BMW. Nate tem algum problema com esse modelo de carro, acho até que pode ser uma obsessão.

"Pra onde vamos?". Pergunto. Ele está fazendo um suspense danado sobre isso, e me preocupa.

"Se eu te contar deixa de ser surpresa". Bufo irritada, Nate coloca os óculos escuros. Puta merda. Eu acho que preciso me tratar, tenho sérios problemas envolvendo ternos e óculos escuros, ainda mais quando estão em Nathaniel Connelly.

"O que achou do Kerim?". Avalio um pouco. Mas não encontro nada de bom.

"Meus instintos dizem, não melhor, gritam que ele não presta". Nate me encara quando termino de falar, mas volta sua atenção para a estrada.

"Estou até com medo agora". Ele fala, acho graça do tom de voz dele.

"Mundo anotem esse dia, horário e o clima. Nathaniel está com medo". Finjo escrever, ganho uma risada dele que me preenche por completa.

"Vamos ver, estávamos em São Paulo, Fitz sugeriu que fossemos a uma boate, você recusou dizendo que não estava gostando da forma com o dia estava seguindo seu curso, e seus instintos diziam que não era boa ideia sair de casa, me arrumei e fui com o Fitz e a Allie, Mas, paramos mesmo na entrada quando também percebemos o clima estranho e voltamos, horas depois essa mesma boate foi invadida e alguém morreu lá dentro, enquanto estávamos assistindo em casa um filme".

Ele me lembra, esse dia foi louco e muito assustador. Primeiro me deu uma dor de cabeça que não podia explicar, depois recusei o convite da boate. Estremeço só de pensar que poderia ter acontecido com eles.

"Haveria um evento em Manhattan, você teve uma crise de asma e preferiu ficar em casa, então a Jade foi mais a Paige, as duas chegaram contando que teve assédio, velhinhas passando mal e a apresentação da empresa do evento falhou". Ah mais isso meus instintos não falaram nada, eu me senti mal, fiquei em casa assistindo vampire diaries, com um belo prato de comida.

"Eu não tive nada haver com isso, eu apenas me senti mal".

"E você acha pouco?". Não respondo porque o celular dele começa a tocar.

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