Ana
Observo Nádia com um ar triunfante, postura ereta, como se nada pudesse a atingir. Não gosto dela. Desde da última vez que ela completamente embebedou o Logan para dormir com ela.
"Não é possível". O soldado diz ao meu lado. Como ele, eu também não acreditava que ela estivesse viva.
"Me belisca, acho que estou sonhando". É a fome, tenho certeza que é a fome, estou alucinando. Sinto, um forte beliscão em meu braço.
"Puta que pariu". Eu não estou sonhando! Ou seja, Nádia está viva, muito bem viva.
"Ainda estou em dúvida, você está vendo a mesma coisa que estou vendo?". Pergunto a ele que assentiu sem desviar o olhar da Nádia.
"Não vai falar nada papai?". Ela pergunta fazendo um biquinho.
"Como?". Romero pergunta, ele está pálido vendo a filha na sua frente.
"Estou viva!". Ela finge uma animação. Os dois se afastaram e seguiram até uma sala ao lado.
A maior loucura? É que eu já suspeitava que ela estivesse viva. O carro explodiu, não houve nenhum traço de vida depois da explosão. Ah, me poupe. Nádia e Romero sumiram para conversar a sós, e eu ainda permaneço aqui. Presa.
"Não há nada que não possa piorar". O cara mais novo me diz. Estreito meus olhos pra ele. Estou com fome, eu acho que não sinto mais minhas pernas, Nádia voltou dos mortos, estou conversando com um dos meus sequestradores, acho que ele tem razão.
"Como é o seu nome?". Decido perguntar. Tenho nada pra fazer mesmo.
"Meu?". Reviro meus olhos.
"Tem outra pessoa aqui?". Pergunto irritada. Ele aponta para o cara mais velho que ainda observa o mapa.
"Ele não conta". Velho chato, nem pra puxar papo. Ele acha que pode pegar a Sirena. Coitado.
"Meu nome é Stephan". Bonito nome. Noto uma aliança em sua mão.
"Casado?".
"A dois anos". Uau. Assopro mais um fio do meu cabelo que cai em meu rosto. Estou com medo de como cabelo deve está, se for pra morrer, quero morrer com meu cabelo bonito.
"Você também rouba salgado dela?". Stephan começou a rir.
"Você não vai esquecer isso nunca não é?". Dou de ombros. Depende, se eu morrer hoje ou não.
"Ouvi histórias sobre você". Ele me diz. Levanto uma sobrancelha.
"Não, eu não pego criancinhas". Digo. Ele riu novamente. Há dois anos surgiu uma história que eu roubava crianças e vendia para o exterior. É cada uma que me aparece.
"Droga". Stephan brinca. Um grito é ouvido de algum lugar. Cale sua boca!
"Parece que ele estuprava ela quando criança". Viro minha cabeça de imediato para ele.
"Está falando sério?".
"Foi o que os outros me disseram". Olho novamente para aquela porta, se for verdade, é por isso que ela forjou sua morte. Cretino bastardo.
"Por que trabalha para o Romero?". Pergunto a ele. Stephan dá de ombros. Sinto que ele não trabalha para o Romero porque quer, aconteceu alguma coisa.
"É iniciado?". Ele balança a cabeça.
"E você?". Dou de ombros. Logan sempre insistiu que eu me iniciasse, mas sempre tive um pé atrás. Que se dane! Se eu sair viva daqui, vou me iniciar. Escuto um som ao meu lado. Eu conheço muito bem esse som! Uma flecha. A flecha era silenciosa, mas um bom arqueiro sempre reconhecia o som de sua arma.
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Uma oferta inesquecível
RomanceLivro 1 da série "Um grupo em Nova York" Já imaginou perder o emprego e se vê sem um lugar para morar? Ana perdeu o emprego e no mesmo dia soube que teria que se mudar, já que sua melhor amiga iria morar com o namorado, o azar estava batendo na port...