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Nate

Subo as escadas ignorando a insistência da Suzan para que eu coma alguma coisa. Não sinto fome há horas. Eu não tenho notícias dela há horas, tudo isso por conta daquela maldita espero que esteja bem escondida Nádia, porquê se não pode se considerar uma mulher morta.

Paro na frente da porta do meu quarto, respiro fundo e saio do lugar indo em direção ao quarto dela. A porta está aberta, em cima da cama há uma camisa, em cima da poltrona há uma bolsa jogada. Apenas resquícios de que alguém habita o quarto, não de alguém que esteja nele nesse momento.

Vou em direção ao closet dela, as roupas todas organizadas por cores, jeans e moletons. Sorrio com a lembrança da obsessão dela por organização. Observo a mala no alto. Quando retiro a mala uma foto cai. Deixo a mala no chão e pego a foto. Ana está ao meu lado enquanto sorrimos um para o outro na viagem da Turquia. Fecho meus olhos por um instante. Onde você está Ana?

Volto minha atenção para a mala, abro devagar com medo de acabar quebrando algo. O arco está travado, ao lado dele há aljava e algumas flechas. Eu que dei esse arco para ela. Passo meus dedos pelo símbolo, um "R" em letra cursiva. Guardo a mala novamente em seu local.

Me sento na cama observando o quarto ao redor.

"Suzan!". Grito, espero que ela não tenha ideia embora ainda.

"Oi, senhor".

"Me traga um pano". Peço arregaçando as mangas da minha camisa.

"Pano?". Ela pergunta parecendo confusa.

"Sim". Retiro meu celular do bolso, verificando se não há mensagens do grupo. Nada.

"Pano de chão ou um pano para limpar?". Não posso culpá-la pela sua confusão.

"Para limpar". Retiro os primeiros livros da prateleira de cima. Suzan arregala os olhos.

"Ai meu Deus, eu deveria limpar isso aí senhor". Não importa quantas vezes eu diga para ela parar de me chamar de senhor, ela sempre continua.

"Não se preocupe, vou limpar". Ela parece querer protestar.

"Aliás, ela não ia querer nem eu limpando essa estante". Forço um sorriso, Suzan volta segundos depois com um pano de prato. Ela tem razão, Ana não ia gostar que mexessem na estante, mas eu sei que ela detestaria mais ainda se seus livros tivessem sujos. Limpo a primeira parte, passo para os livros e limpo um por um.

Até que eu paro em um livro específico. Amor sob encomenda. É o livro preferido dela, ela sempre está falando dele por aí, passo as folhas e há várias marcações nas páginas.

Nem sempre se consegue devolver para os lugares certos.

Me sento na cama olhando para o livro, uma lágrima solitária caiu em meu rosto. As câmeras de segurança da Allure confirmaram o meu medo. Romero a pegou.
Depois de limpar todos os livros e guardar, volto novamente para o livro preferido dela. Me sento na varanda do quarto dela com o lençol dela, e começo a ler.

Paige

Puxo minha faca da barriga de um dos soldados do Romero. Ele geme de dor e cospe sangue no chão.

"Quero respostas!". Grito, dou um chute nele e ele cai no chão gemendo de dor.

"Eu não sei!'. Chuto novamente, mas agora em sua parte intima, ele grita de dor.

"Eu não sei porra!". Minhas mãos estão manchadas de sangue, sangue dele.

"Eu tenho minhas dúvidas". Deixo a faca no balcão. Romero a escondeu em algum lugar, e vou encontrá-la. Tínhamos que encontrá-la. Me doía a cada vez que eu olhava para o Nate e Allie.

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