♤ CAPÍTULO QUINZE - ERIS ♤

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Havia suspenso Varinis de suas obrigações, uma delas, foi jantar comigo. Minha mae estava em sua vila de nascença. Desde que meu pai morreu. Ela decidiu passar mais tempo por lá.

E eu a entendia.

Viver aqui com ele, era uma tortura diária, a pior de todas as formas. Essas paredes, carregavam não só os quadros da família, mas também segredos horríveis de coisas crueis que aconteceram aqui.

Por mim, tinhamos demolido tudo, e refeito a casa. Mas os súditos de meu pai, que ainda acreditavam em seu governo, não aceitariam isso.

Então meus jantares, na maioria das vezes consistia em ser somente eu no imenso salão. Não gostava de pedir a minha mãe que permanecesse muito tempo aqui.

Agora que meu pai não vivia mais para prende-la a ele, ou a corte, eu a deixei livre pra ir onde bem entendesse. E eu gostava que fosse assim. Vivi e vi ela suportar coisas absurdas por seus filhos, principalmente por Lucien. Ela merecia um pouco de paz e felicidade.

Meu governo na outonal era.. solitário. E não precisava de muito pra saber por que. Minha fama me perseguia, a máscara que meu pai lutou durante séculos para construir, ainda pairava sobre mim. Dessa forma eu nao me sentia confortável em ter alguem por perto, não deixava qualquer um se aproximar e realmente me ver de verdade.

Exceto Rheina.

Desde aquele ocorrido na Corte dos pesadelos, eu tentava não pensar nela, e eu não estava tendo nem um pouco de sucesso. Mas depois de senti-la em mim e ve-la partir... algo em mim mudou.

No meu centro, bem la no fundo.

Uma alma, que eu não sabia que tinha, pulsou em vida. E eu sentia que rheina era essa vida que insistia em pulsar em mim.

Aquele sentimento tinha me deixado desesperado. Eu não sabia o que fazer. Então tentei ignora-lo. Agora ela estava seguindo sua vida. E eu seguiria a minha.

O problema é que eu nao estava preparado pro que aconteceu. Graças ao Caldeirão eu estava sozinho. Pois tudo que eu senti, veio como uma onda dentro de mim, fiquei tão atônito, que deixei minha taça cair.

Basicamente eu estava no meio do jantar, quando senti.

Era puro odio, e um desejo assassino de matar alguem. Foi tão forte, que reparei em minhas mãos, e elas estavam tremendo. Meu estômago se retorceu com aquela ira.
Minha cabeça parecia que ia explodir, sentia o sangue pulsando em meus ouvidos. Aquela onda ia e voltava, fluindo de dentro de mim. E no mesmo instante eu soube.

Rheina estava com problemas.
Como eu sabia, eu não tinha a minima idéia, mas desde a corte... eu me sentia ligado a ela.
Ela estaria em perigo ?

Algo para derruba-la tinha que realmente ser uma coisa grande, pois eu sabia que ela não caia facil. Sabia que ela conseguia se cuidar.

Mas não deixei de me preocupar.
Não toquei mais na comida. Meu estômago revirava. Por um instante tive de relance uma visão de uma cadeira voando na parede.

Eu precisava falar com ela. Saber se ela estava bem. Então lembrei.

Os recados de fogo eram úteis em nossa corte, usavamos frequentemente. Como rheina sabia deles, era um mistério pra mim. Na noite que fiquei em Keir, tive outro pesadelo, dessa vez não tão drástico como o que houve na casa de Cassian.

Foi mais uma lembrança triste. Queimei apenas o colchão.

Mas quando acordei, o bilhete dela surgiu em meu quarto. De alguma forma, ela sabia que eu estava angustiado com algo.

Então fiz o mesmo por ela. E foi razoavelmente... bom. Senti que ela estava tensa e ainda furiosa quando enviei o bilhete. Mas também senti que com passar de nossa conversa, aquela tensao e raiva foram se dissipando.

E só a Mãe sabe como eu queria abraça-la. Sentir sua pele quente.

Foi com esse pensamento que a convidei para o Sara. Quando dei por mim, ja tinha enviado o bilhete convidando-a.

Por um instante, achei que ela iria recusar. Mas .. não. Ela aceitou. E agora eu estava aflito e pensando em como séria ter rheina aqui, sob meu convite. Comigo. Só eu e ela por uma semana.

Não posso negar que pensamentos nada puros invadiram minha mente.
Eu tinha que me controlar. Maldição. Nao podia estragar tudo. Rheina era astuta, ao primeiro sinal de mim ultrapassando algo que ela não permitisse, eu provavelmente acabaria jogado no chão com alguns ematomas.

Precisava de um quarto pra ela. Um proximo ao meu. Não queria ela longe.
E informar as sacerdotisas que teríamos uma visitante da corte noturna. Informar a Varinis tambem. O que ele faria com essa informação, não era da minha conta.

Se eu estava ancioso ? Talvez. Mas agora minha missão, era deixar tudo perfeito pra ela. Queria ve-la feliz.
Lidar com Tamlin devia estar deixando ela louca.

O que eu faria até o dia de encontra-la na fronteira? Sobreviveria.





Notas da autora:
Foca nessa mídia?! Aain que Eris perfeito.  😍

Corte De Flores E FogoOnde histórias criam vida. Descubra agora