Capítulo 11

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Não vi Sasuke no domingo. O que é bem comum mas não deixei de ficar um pouco desapontado. Já tem um tempo que me pego pensando nele e querendo estar com ele cada vez mais... Não conversamos depois do beijo. Nem sei ao certo o que conversaríamos, só espero que leve a um segundo beijo.

Domingo a tarde o Gaara foi embora, foi gostoso passar esse tempo com ele porque senti que apesar de tudo ainda tenho sua amizade e pude mostrar que ele tem a minha.

Por mais que não estivesse nada animado em demonstrar minhas habilidades matemáticas ou seja lá o que as aulas de segunda exigirão de mim, fiquei bem animado com a chegada do início da semana. Acordar cedo, ir pra aula... Ver o Sasuke...

Mas pra minha surpresa ele nem olhou pra minha cara durante toda a manhã e quando procurei ele no recreio nem sequer consegui achar. Fiquei tentando me convencer de que foi um desencontro completamente comum mas quando chegou o último horário eu já estava me perguntando se o que eu me enganei e se tudo que sinto por ele era completamente platônico.

Saí desses pensamentos num sobressalto assim que o sinal do término da aula tocou e o vi saindo de sala. Corri para alcançá-lo.

Mesmo depois de ensaiar mil e uma formas de como chegar nele hoje, depois que o alcancei o que saiu da minha boca foi completamente espontâneo e impensado.

- está me evitando? - ele desvia do meu toque e continua andando com uma cara amarrada.

Eu, que não estava entendendo nada, agora entendi menos ainda. Pensei que ele estava simplesmente me dando um gelo ou algo assim, mas ele parecia realmente irritado.

- você está bravo?

- não - revirou os olhos.

- o que está acontecendo?

- nada. - apertou o passo e fiquei pra trás sem entender.

Segui o caminho um pouco atrás dele. Tão sem ideia do que poderia ser que comecei a me sentir ainda mais inquieto.

Quando estavamos quase chegando ele para bruscamente e vira pra trás me olhando com um olhar indecifrável. E esperou que eu chegasse perto para dizer algo.

- Você tem vergonha de mim? - parece tão frágil que chega a doer.

- claro que não. - digo afoito.

- Está com outro? Com aquele seu amigo? Vocês tem alguma coisa?

- Também não, porque você tá falando isso? - minha voz falha.

- Por que tu só podia me beijar sem que ninguém soubesse?

- Não é que eu não podia, eu só não queria.

- Você ainda teve que negar quando eles deram a entender que tinha rolado alguma coisa. - diz ressentido.

- Não era da conta de ninguém, era uma coisa nossa, pra quê contar? - um nó se faz presente na minha garganta e tento engolir qualquer ameaça de choro.

Ele simplesmente continua me encarando sem dizer nada. Parece não acreditar em nada do que eu digo.

- Eu tinha acabado de dar um fora nele, ok? Eu não ia esfregar na cara dele que estou afim de outra pessoa.

Ficamos uns segundos em silêncio.

- Com o seu amigo?

- É... - concordo desviando o olhar.

- E vocês saíram juntos mesmo assim?

- Ele ainda é um dos meus melhores... - Paro me dando conta do caminhar da conversa e ri incrédulo.

- O que foi?

- Eu disse que estou a fim de você e você nem notou. Simplesmente continuou me perguntando sobre o Gaara.

Ele pareceu pensar a respeito e deu um riso contido.

- Bom você me roubou nosso primeiro selinho e nem notou, acho que estamos quites.

Ri também.

- Uma coisa não tem nada a ver com a outra - agora já trocávamos sorrisos cúmplices.

- Vem, vamos embora.

- Quer passar na minha casa? - digo engolindo a timidez e torcendo internamente para que ele aceitasse.

- Mas semana que vem é semana de prova.

- Podemos estudar lá - insisti.

Assim, por mais que eu não esperasse por isso, estávamos sozinhos na minha casa - no meu quarto - ESTUDANDO.

- Você é idiota?

- Seu metido de merda, eu ainda vou ser o melhor aluno dessa escola.

- Ai, Naruto, finge que eu sou matemática e me erra.

- Anda, saí da minha casa! - levantei e comecei a puxar ele pra que se levantasse também.

- Quê? Para de besteira.

- SAI. DA. MINHA. CASA. - ele aceitou se levantar e agora estava sendo empurrado.

Se virou pra mim.

- Calma, eu nem peguei as minhas coisas...

Bufei. A cena toda era tão teatral que fiquei meio perdido em que parte era cena e que parte era real.

Então senti sua mão me puxando pela cintura. E segui seus passos até que ele encosta na parede e eu nele.

Estamos a menos de um passo um do outro, tão perto que nossas barrigas de encontrariam se não fosse pelo tecido e sinto um arrepio gostoso por isso. Ele olha nos meus olhos, me sorri um sorriso malicioso e sinto como se eu fosse derreter.

Olho pra sua boca e quando olho em seus olhos outra vez o pego olhando pra minha.

Passamos o resto da tarde trocando saliva, o que não foi muita coisa já que ele fez questão de ir embora antes de escurecer.

Assim que ele foi embora peguei o celular a procura do seu número no grupo da sala.

Não trocamos mensagens ainda e me sinto tentado a mudar isso.

Fico encarando a tela do celular me perguntando o que dizer ou se estaria sendo muito emocionado se mandasse alguma coisa.

Deixo isso de lado quando meu pai chega em casa. Conversamos um pouco enquanto ele prepara algo para a gente comer.

Disse sobre o trabalho e me perguntou como foi meu dia, acho que é o auge da nossa interação.

- Foi legal, um amigo veio aqui para estudarmos para as provas da semana que vem.

- Sei... O mesmo amigo que agrediu desse jeito - ele aponta para o meu pescoço e sem entender procuro o que quer que seja.

Antes mesmo de encontrar me lembro exatamente do que ele está falando... Só consigo pensar "EU VOU MATAR ESSE FILHO DA..."

- Sabe, se você por gelo e massagear ela diminui pelo menos.

Arregalo os olhos.

- Ah... Obrigado.

- Eu não ligo mas sua mãe...

Palavras De Eu Te AmoOnde histórias criam vida. Descubra agora