Consertar Você?

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A notícia que a Brie trouxe caiu como uma bomba entre nós

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A notícia que a Brie trouxe caiu como uma bomba entre nós. Como se não bastasse tudo que estamos passando, agora sei que meu pai foi hospitalizado às pressas e seu quadro é crítico.

Estamos no jato a caminho de Jersey. Quando Brie bateu a porta com o telefone na mão, e vimos seu estado, eu soube imediatamente que era grave. Era o Charlie no telefone, ligando para me informar, ele parecia calmo, mas eu o conhecia bem demais para saber que ele estava em pânico.

Qualquer chance de conversa ou reconciliação acabou ali. Cecília e eu mais do que depressa, arrumamos uma pequena mala e seguimos para o aeroporto. Achamos por bem os meninos ficarem, e na atual situação, mais ainda.

Estávamos em absoluto silêncio desde que saímos de casa, nossa conversa mal resolvida e tudo que foi dito, criou um muro enorme entre nós. Cecília bloqueou qualquer tentativa minha de aproximação. Estava encolhida na poltrona, olhando para a janela, se segurando para não desabar.

Estávamos em uma maré pesada nos últimos tempos. Nos afastamos como família, nos afastamos como casal, estávamos emocionalmente esgotados e a notícia que meu pai estava mal parecia vir para terminar de nos destruir. Cecília amava meu pai genuinamente. Ela amava minha família genuinamente e eles a amavam da mesma forma. Então, assim como eu, ela estava em pânico com a notícia.

— Aceita? — Ofereço um copo com whisky e gelo para ela, e ela apenas diz que não com a cabeça sem me olhar.

Eu sabia que ela tinha motivos para estar com raiva de mim, ainda mais depois dela desabafar sobre tudo que estava sentindo relacionado a Rebecca. Depois de hoje, definitivamente não quero mais ver essa mulher pintada na minha frente, e tenho bons motivos para isso.

Enfim, após sua recusa silenciosa me sento na poltrona ao seu lado, bebo o whisky que havia lhe ofertado e delicadamente repouso minha mão sobre a sua, mas ela a retira assim que sente meu toque sobre ela. Ela cruza os braços se aconchegando a poltrona, e evita assim, que eu tente toca-la novamente.

Suspiro fundo e encosto minha cabeça no encosto, fechando meus olhos, decidido a não tentar me aproximar novamente. Eu apenas queria dar e receber o seu carinho, estávamos sofrendo e precisando um do outro. Apesar de tudo nós não nos odiávamos, apenas estávamos passando por problemas.

Assim que pousamos, seguimos direto para o hospital. No momento que chegamos ao andar que meu pai estava nos deparamos com meus irmãos e minhas cunhadas, todos muito preocupados e aflitos na sala de espera. Imediatamente os abraçamos e nos cumprimentamos.

— O que está havendo? — Indago ao Charlie que está sério e angustiado como raramente eu o vi.

— O problema do coração, veio com tudo, ele quase morreu nos meus braços, Henry. Ele desfaleceu, perdeu a cor, ficou com a boca roxa. — Dá um suspiro profundo e me olha, com os olhos marejados — Eu, não sei o que seria se eu não estivesse lá, esperar por uma ambulância poderia ser fatal. — A palavra fatal faz meus órgãos internos revirarem. Perder meu pai, era algo que eu realmente nunca cogitei, apesar de saber que um dia isso aconteceria, ter essa possibilidade tão próxima mexeu comigo de uma forma violenta.

Quando tudo dá errado ... Parte 3Onde histórias criam vida. Descubra agora