Novas amizades

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Assim que colocou os pés no Japão, Lina se apressou para encontrar o homem de cabelos brancos que haviam lhe informado, Satoru Gojo. O tal homem estava esperando por ela com uma placa em mãos escrito seu nome "Лина Баркова". Nem precisaria da placa, pois ele se destacava entre as demais pessoas do aeroporto.

Lina se aproximou do platinado, mas não disse nenhuma palavra e torceu para que ele falasse outro idioma a não ser o japonês.

- E aí, como foi a viagem, Rina? - perguntou em um inglês enrolado, errando a pronúncia de seu nome.

- Tranquila. A propósito, desculpe ser chata ou algo assim... Mas se pronuncia Lina. - o corrigiu delicadamente.

- Rina... Liena... Lina... - o mais alto murmurava consigo mesmo. - Alguma hora eu aprendo! - riu e deu de ombros.

- Vamos, vou te levar para a escola. Quer ajuda com... A bagagem? - ele olhou confuso para a garota que carregava somente uma mala de mão e uma bolsa transversal pequena.

- Você tem pouca coisa para alguém que veio morar em outro país, não?

- Eu sei... No orfanato não tínhamos muitos pertences pessoais. - disse um pouco tímida.

- Tá bom então. Vou mandar tirarem suas medidas amanhã, para o uniforme. - Gojo ia falando enquanto andava e Lina logo atrás, somente respondia com "sim" ou "não".

Barkova sentiu seu estômago doer de fome, não comeu nada desde a última refeição no avião, que foi aproximadamente a cinco horas atrás. Como era de madrugada, não quis incomodar o mais velho com isso, afinal, no orfanato onde vivia, era comum as pessoas sempre a ensinarem que não deveria incomodar ninguém e sempre aceitar de bom grado e sem questionamento, qualquer coisa que lhe dessem. Fosse uma coisa boa ou ruim.

Gojo estava totalmente distraído tagarelando sobre assuntos da escola, se sentou no carro e nem ao menos perguntou se a garota precisava de algo. Lina como de costume, ficou calada.

Uma breve pausa da voz do platinado, fez com que ele ouvisse o ruído do estômago da ruiva, que insistia em lhe avisar que precisava de comida.

- Olha eu... Fazendo isso de novo. - Satoru riu e tirou os óculos escuros que usava, esfregando os olhos. - Me desculpa. Não perguntei se você tinha comido, eu sou meio distraído.

- Não quero incomodar senhor Gojo... Já está bem tarde. - disse com a cabeça baixa, segurando firme a alça da bolsa transversal que passava pelo peito.

- Que nada! Vai ser de boa, você deve estar com muita fome. E não precisa me chamar de senhor Gojo, pode me chamar de Gojo- sensei ou pelo meu primeiro nome mesmo, Satoru. - disse de forma descontraída, tentando deixá-la mais a vontade.

- Tudo bem Gojo-sensei, obrigada. Se puder me levar à um restaurante não muito caro, agradeceria. Não tenho muito dinheiro.  - Lina sorriu levemente, encarando o platinado que estava sentado de forma espaçosa, com os braços apoiados no encosto e as pernas abertas.

- Não esquenta, é por minha conta. - ele abaixou parcialmente os óculos escuros e a encarou com seus olhos extremamente azuis.

O platinado tinha um jeito despojado de agir e falar, em alguns momentos Lina chegou até a achar que eles estaria flertando com ela, mas de qualquer forma, manteve a postura, respondendo somente o necessário.

O carro parou em frente a um restaurante que tinha aparência simplória, bem tradicional japonês, todo feito em madeira e com bandeiras decorativas com letras japonesas que Lina nem ao mesmo fazia ideia do que significavam.

𝕆𝕝𝕕𝕖𝕣 𝕥𝕙𝕒𝕟 𝕞𝕖 - 𝕋𝕠𝕛𝕚 𝔽𝕦𝕤𝕙𝕚𝕘𝕦𝕣𝕠Onde histórias criam vida. Descubra agora