Wallflower

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Alerta de gatilhos: alcoolismo, tabagismo, sexo explícito, degradação.




A música acabou seguida das palmas voltadas a cantora. Lina se afastou levemente de Toji, o encarando com os olhos brilhosos por conta das lágrimas.

O moreno percebeu que talvez Lina não estivesse mais no clima de continuar naquele lugar e pergunto se a ruiva preferia voltar para casa.

- E aí pequena, quer ir pra casa? - ele sorriu tentando animar a garota.

- Por favor. - Lina enxugou as lágrimas com um lenço delicado que tirou da bolsa.

Toji a acompanhou até o carro, com um braço em volta dos ombros magros da mais baixa, numa tentativa de reconforta-la.

No carro, total silêncio. O mais velho dirigia até a escola, para deixar Lina em segurança. Barkova se sentia envergonhada por ter chorado na frente de Toji, mal o conhecia e já havia se aberto de tal forma, ele não tinha nada a ver com seus sentimentos.

No meio do caminho, Toji ouviu a suave e quase inaudível voz de Lina dizer algo.

- Disse alguma coisa ?

A ruiva parecia ponderar para dizer o que queria.

- Podemos ir pra sua casa? - perguntou envergonhada.

Toji olhou de canto, curioso. - Podemos... Mas por que? Está se sentindo bem?

- Estou, eu... Só não quero ficar sozinha hoje. Sei lá... Só queria conversar um pouco mais. - Lina não conseguia olhar nos olhos de Fushiguro para fazer o pedido, já estava morrendo de vergonha só por falar.

- Tudo bem, você pode ficar no quarto do Megumi. - Toji deu meia volta com o carro, mudando o trajeto, desta vez  até sua casa.

Subiram até o apartamento, esse que Lina tinha certa familiaridade, estava todo fechado e escuro. Toji foi acendendo algumas luzes e abrindo as janelas.

- Acredita que hoje é o primeiro dia da semana que venho pra cá? - Ele disse abrindo a porta da sacada.

- Fica muito tempo fora de casa? - Lina se sentou em uma das banquetas na cozinha, alisando o vestido e se posicionando de forma ereta com as mãos no colo. O moreno a olhou sentada daquela forma como se estivesse deslocada e riu.

- Tá parecendo uma boneca sentada desse jeito. Fica a vontade, você já veio aqui antes! Não tem que ter toda essa formalidade. - Foi até o bar, onde serviu duas doses de whisky e se jogou no sofá, estendendo o copo para a ela.

Lina se levantou e foi até o sofá, pegando o copo e tomando um gole. Fez uma careta assim que gosto alcoólico envolveu sua língua, por mais que tivesse odiado o sabor, bebeu tudo, já que havia sido ensinada a vida toda a não negar atos de hospitalidade como bebida e comida, pois seria falta de educação.

- Não gosta de uísque? - O mais velho riu. - Não precisa beber o que não gosta.

- Desculpa... Da próxima vez eu digo. - Lina abaixou a cabeça, ainda segurando o copo vazio.

- Vou colocar uma música. - Fushiguro foi até um rádio não muito moderno, dando play em um CD qualquer que já estava dentro do mesmo. Glory box - Portishead começou a tocar, ele também fez questão de deixar a iluminação do ambiente mais baixa, criando uma atmosfera relaxante e intimista.

Conversaram um pouco sobre alguns assuntos banais, sem uma finalidade exata. Toji percebeu os olhos de Lina pesados, como se a garota lutasse contra o sono.

- Está cansada? - O moreno perguntou a analisando.

- Um pouco... - bocejou.

- Vem, vou te emprestar uma roupa e preparar a cama. Vem comigo.

𝕆𝕝𝕕𝕖𝕣 𝕥𝕙𝕒𝕟 𝕞𝕖 - 𝕋𝕠𝕛𝕚 𝔽𝕦𝕤𝕙𝕚𝕘𝕦𝕣𝕠Onde histórias criam vida. Descubra agora