Homem de Cristal.

Vicio.

Jimin corria contra o relógio, em uma mão carregava sua câmera de fotos e bloquinho de notícias na outra puxava seu filho para que entrassem no metrô.

-Sehun amor, o papai precisa que você se comporte.

Park Jimin é um jornalista, um bom jornalista numa empresa ruim. Com o salário curto não dava pra pagar babá sempre que precisava contudo levava seu pequeno para o trabalho escondido. O que rendeu uma bronca e quase demissão.

-Ok papai.

O menininho de cabelos negros sorri com o dentinho da frente faltando.

-Voce promete ficar bem escondidinho pro papai trabalhar?

Sehun acentiu.

-Obrigado meu amor, o papai promete te recompensar.

O trem para, num movimento rápido Jimin puxa Sehun para seu colo correndo com o menino pelo bairro chique, para em frente à casa onde estava tendo a festa de aniversário de Jeon Jungkook, o homem mais rico de toda Coreia, claro que o jornal furreca mandou Jimin para cobrir o evento.

Entra pela porta dos fundos, procurando uma salinha vazia, mas só acha um quartinho de limpeza.

-Amor o papai vai te deixar aqui ok?

Sehun acentiu sorrindo sentando-se no chão.

Jimin tenta arrumar seus cabelos loirinhos e cacheados mas nada, desiste e passa só um glos rosinha.

-Papai tá lindo.

Jimin beija seu filhote e fecha aquela porta correndo para o salão principal de evento.

-Park Jimin...

Lisa, uma jornalista de alta importância, graças a seu marido rico e dono de jornal, se aproxima de Jimin, ambos já estudaram juntos.

-Oi Lisa.

Jimin nem olha a mulher, que veste um vestido curtíssimo com decote dourado, todo o vestido tem pedras lindas e o salto altíssimo, fora as jóias caras que davam adorno nos cabelos loiros escorridos longos.

Jimin Não gostava de se comparar com ela, afinal ela está com um conjunto de roupas e sapatos perfeitos da Gucci Premium, e o Park com uma camisa social com marca de comida a qual Sehun havia gospindo num tranco, uma calça jeans nas canelas apertada e os chinelos brancos.

-Voce tá...

A mulher começa olhando a roupa de Jimin que cora nervoso.

-Me deixa em paz.

O mesmo resmunga dando as costas para Lisa tirando fotos da festa, um exagero de coisas. Fonte de champanhe, um bolo enrome que alimentaria um estágio de futebol, sem contar uma estátua ridícula de Cristal.

Só de olhar eu morro de medo de quebrar.

Jimin suspira, Não é como se odiasse seu trabalho mas, tinha estudado para repórter de Polícia, infelizmente não havia terminado seu treinamento na academia policial e depois do nascimento de Sehun, só ladeira abaixo.

Com maldade Lisa se aproxima de Jimin.

-Poxa Jimin, eu sei que você não tem dinheiro nem pro pão mas... podia não se sujar não é?

Antes que Jimin pensasse em algo, um copo de vinho cai sobre a blusa branca se espalhando.

-Ai não, não não não.

Jimin gemeu frustrado corando, agora sim seria centro de risadas para todos aqueles ricos nojentos.

Faça isso pelo Sehun.

Jimin esfrega a testa respirando fundo pela milésima vez, sem dor nem choro, levanta a cara e continua tirando as fotos.

Assim que já vê o material o suficiente decide tomar um ar na varanda do corredor, abre aquelas portas enormes de vidro as fechando em seguida para que ninguém o percebesse.

-Porra...

Jimin tira um maço de cigarro do bolso acendendo um, coloca na boca e depois solta a fumaça. O mundo está pisando em si e o coitado não tem forças para revidar. A ponto de explodir.

-É proibido fumar nessa casa.

A voz grossa surge, Jimin abaixa a cabeça deixando os olhos caírem juntos.

-Por favor... eu tô quieto me deixa em paz.

Jimin sente um perfume forte mas nem sequer olha, relaxa achando que aquele cara tinha ido embora mas vê a sombra do mesmo no chão.

-Eu entendo, mas fumar só vai te matar.

Jimin ignora tragando o cigarro com mais força, dessa vez prendo a fumaça na boca.

-Bom... ao menos vista isso.

O homem deixa um sobretudo preto na cadeira sofisticada ali no canto e sai da sacada.

Jimin apaga o cigarro e pega aquele sobretudo sentindo o cheiro masculino perfeito, fazendo seus pelos se arrepiarem.

Deve ser de algum ricasso.

Veste o sobretudo fechando e pega sua câmera voltando para o salão. Agora todos tiravam fotos do homem bonito ao lado da estatua de Cristal.

Por um momento Jimin prende o ar, vendo aquele homem alto, de blusa social branca e calça de couro preto, e aquele cabelo que toca seu ombro, as pontas enroladas.

Como o desgraçado pode ser bonito e rico, deve ter o pau pequeno!

Jimin sorri e tira foto do homem que direciona seu olhar para o loiro, Jimin cora quase se encolhendo ali no meio.

-Eu acho...

Lisa se aproxima de Jimin, esse que se afasta.

-Que você já tem fotos demais, pode ir embora com seu filho piolhento.

Jimin encara a mulher alta que sorri malvada, ela havia deixado sehun sair. Nesse momento um segurança grita e milhões de estilhaços de Cristal voam por todos os cantos.

-SEHUN.

Jimin grita correndo até o menino sentado no chão que chora assustado. Abraça seu filho enchendo de beijos e carinho.

-Calma... calma amor...

Jimin sentia seu coração a mil, saindo do peito com força, as pessoas olhavam para si e para seu filho com olhares maldosos tirando fotos.

-Desculpa papai...

A voz sai manhosa, Jimin corre empurrando as pessoas saindo com seu filho daquele lugar.

-Calma... calma meu amor.

Jimin anda rápido pelas ruas, estendendo o braço para que algum táxi pare mas nenhum para.

Depois de 3 horas andando, de sofrimento e do chinelo ter arrebentado. Chega em casa com Sehun dormindo em seu ombro.

Cansado deita seu filho na caminha dele e se joga no chão sentindo o rosto arder e as lágrimas recorreram livremente, somente alguns murmúrios tristes se ouvia.

Levanta com cuidado indo para a sala e pega uma garrafa de cerveja, acende um cigarro e chora cansado sobrecarregado. Nunca na sua vida havia sido tão humilhado, e perderia seu emprego, o único que coloca comida na mesa.

Garrafas e mais garrafas vazias rolaram pelo chão, 2 maços com 12 cigarros cada agora vazios. Todos carregando uma única certeza triste.

Perderei meu emprego e demorará para achar outro, meu filho...

Jimin chorava tossindo graças a toda aquela fumaça de cigarro.