Capítulo 3 - Tauriel.

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Acordei sentindo um gosto metálico na boca. Meu corpo dolorido parecia que tinha sido empurrado para um penhasco e doía principalmente onde a flecha havia me acertado.
   Lembrei de Bilbo e dos outros, me levantei sem pensar na dor ou no local onde eu estaria, eu precisava ajudar eles. Minha visão estava embassada e apenas senti alguém me segurar.

— Está louca? Quer abrir sua ferida? — Era a elfa ruiva.

— Só se for louca para ir atrás dos meus companheiros. — Disse me ajeitando.

  A elfa mudou a feição.

— Um deles está ferido por uma flecha envenenada. — Disse ela.

— Qual deles? — Perguntei aflita.

— O sobrinho de Thorin, Kili. — Disse ela preocupada.
 
  Então me lembrei da cena que vi nas masmorras.

— Você o ama. — Disse — Qual seu nome mesmo?

— Taureil.

— Bem, Tauriel, podemos fazer um trato?

  Ela acenou com a cabeça.

— Me ajuda e sair daqui e eu te ajudo  achar eles para curar o Kili.

— É muito arriscado. O rei está irrado, ainda mais que os guardas atiraram em você. Posso estar louca mas parece que ele está amando de novo. — Disse ela me ajudando a sair da cama.

  Olhei em volta e fiquei perplexa, eu estava no quarto do Rei. Peguei no ante braço de Tauriel por sentir que iria cair por conta desse fato.

— Por que eu estou nos aposentos do rei? — Disse tentando ficar de pé sozinha — Nós precisamos de um plano para sair daqui.

— Posso sair pela porta da frente e te esperar perto da árvore da janela. — Disse ela.

— Ótimo. Mas onde está minhas armas?

— Não se preocupe darei um jeito.

  Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, guardas elficos entraram no quarto até nós. Eles me puxaram sem delicadeza nenhuma para a fora do quarto, tentei acompanhar os passos dos guardas mas desisti após tropeçar três vezes, deixei as pernas sem força nenhuma, eu era arrastada pelos grandes corredores do reino.
 
— Vai demorar muito? Acho que até lá, minhas botas vão estar gastas. — Provoquei.

— Me pergunto se não desviamos ter a deixado morrer. — Disse um dos guardas.

— Você quer perder a cabeça? Se o rei achar que a machucados ele nos mata.

— Uma elfa mestiça. Que desperdício de remédio. — Diz ele mas que congela quando ouve a voz do rei.

— Acho melhor ter cuidado com a língua.  — Diz o rei se aproximando de nós com a espada em punho.

Enguli à seco. Meus pés estavam firmes no chão mas sentia que iria cair no chão de tanto nervoso.

— Eu já havia repreendido ele, meu senhor. — Disse o outro guarda me soltando enquanto o outro permanecia apertando meu braço.

— Solte-a. Não preciso que levem ela até a sala do trono. — Disse com um tom sério que fez percorrer um frio minha na barriga — E tenha mais cuidado do modo que fala com qualquer um, mas especialmente ela.

— Sim senhor.

  Finalmente estava livre. Olhava para todos os lugares que eu poderia correr ou coisa que pudesse usar para me defender. O rei ainda continuava com a espada em mão e mesmo que ele pudesse ser minha alma gêmea, eu não confiava nele. Fui dar o primeiro passo Thranduil pegou em meu braço me levando contra parede e colocando a lâmina da espada embaixo de meu pescoço. Tentei não esboçar medo e aquilo de algum jeito o entretia.

— Pelo visto, gosta de ficar presa em meu reino. — Disse sorrindo.

— E pelo visto gosta de fazer pessoas escaparem.  — Estalei a língua sentindo a lâmina ficar mais contra minha pele.

— Eu sei para onde vão seus amiguinhos da escória anã. — Disse ele retirando a espada de meu pescoço.

  Vi uma maneira de fugir mas ele me imobilizou com os braços acima de minha cabeça.

— Pelo que soube é uma leitora de linhagens e diários de viagens. Já deve saber de meu interesses. — Sussurou contra meu pescoço.

— Se você soubesse mesmo quem sou teria muito cuidado. — Olhei em seus olhos.

— Você é difícil, eu gosto disso, mas aqui eu sou o rei. — Sorriu.

  Vi Tauriel saindo pela porta da frente com minhas armas, estava na hora. Impulsionei minha perna contra suas partes íntimas, me largando no mesmo momento. Corri para os aposentos ouvindo o rei gritar por meu nome, mas não parei. Ao chegar no local fechei a porta e a tranquei, ouvindo logo depois o rei tentando abrir.

— Morgana. Abra essa porta. — Ordenou.

— Resposta errada, Thranduil. — Ri indo em direção à janela.

  Olhei para baixo e vi a elfa me esperando. Pulei a janela no momento exato que Tranduil arrombou a porta.

— Morgana! — Gritou ele quando cheguei ao chão.

  Meus joelhos reclamaram ao receber o impacto da queda, mas nada do que eles não estivessem acostumados a receber.

— Aquele foi o rei? — Perguntou Tauriel dando minhas armas para mim.

— Foi e vamos antes que ele venha me procurar aqui embaixo. — Disse terminando de me armar e correndo junto de Taureil.

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   Estávamos perto da foz do rio que vinha da floresta e partia para outro, para a cidade dos humanos que beirava a montanha solitária, a antiga Erebor.

— Eu e Legolas, capturamos alguns orcs. — Disse ela se abaixando para ver se havia algum rastro.

  Eu olhava ao redor pedindo para o vento dizer para onde eles haviam ido, por rio ou terra. Fechei os olhos e ouvi um sussuro do vento.
   Água, rio abaixo. Cuidado.
   Ouvi um galho quebrar atrás de nós. Eu e Tauriel armamos os arcos e vimos o príncipe do Reino da Floresta.

— Nunca pensei que isso iria partir de você, Tauriel. — Disse Legolas com o arco armado.

— Eu precisei fazer isso. Por ele. — Disse ela desarmando o arco.

  Eu me mantive firme com o semblante raivoso. Não confio nele.

— E você? Meu pai está louco desde que chegou, Morgana. Os próprios guardas antigos e servos dizem quem nem na época que minha mãe era viva, ele ficava dessa maneira. Por que?

— Gandalf disse que nossas almas estão conectadas. Por que só agora sentimos isso, eu não sei.

  Legolas riu soprado.

— Almas gêmeas? Desculpe mas elfos apenas ama uma vez.

  Não gostei de seu tom então soltei os dedos que prendiam a flecha que acertaram de raspão seu braço. O elfo ficou impressionado, não esperava que eu soltasse.

— Legolas, você deveria ficar quieto. Eu posso ser jovem para uma elfa, mas saiba que os olhos são de meu pai, a magia de minha mãe, mas a atitude e língua são minhas. Cuidado.

  Tauriel deu um riso quase sussurrando.

— Agora entendo por que seu pai está apaixonado por ela.

O elfo ficou com o semblante sério enquanto guardava as suas armas.

— Vamos antes que os orcs achem eles primeiro.

  Corremos pela margem do rio para acompanhar e despistar os orcs ou humano curiosos.
  Enquanto corríamos pude sentir que Thranduil estava pensando em mim. Maldito rei.

A Canção da Floresta - Thranduil Onde histórias criam vida. Descubra agora