Feels Like Forever

Sétimo dia - Lorraine Warren

Sétimo dia
Lorraine Warren

Uma onda de paz me preencheu.

Durante a minha oração da manhã, percebi que um peso estava sendo tirado de meus ombros. Foi como se minhas preces foram ouvidas e eu tive a certeza de que poderíamos continuar exercendo nossa profissão.

Claro, ainda estou receosa após tudo o que passamos, mas alguns casos básicos não irão interferir na saúde e vida de meu marido, isso tenho certeza de que posso garantir. Só preciso estar ao lado dele, não importa o que aconteça. Vamos ficar bem.

Ainda ajoelhada, continuei minhas orações e preces e agradeci a Deus por ter me atendido e por prontamente escutar minhas preces. Agradeci por minha família tão linda e por ajudar-me a cuidar de Ed e Judy. Pedi forças para enfrentar as provações que nos tirassem do caminho e que nada ousasse afetar a nossa fé dali em diante.

O ar do quarto parecia menos carregado e o sol da tarde entrava pela janela. Não sentia mais como se as paredes estivessem se fechando comigo presa aqui. Tudo parecia diferente. Acredito que seja hora de me preparar para enfrentar o mundo novamente, ao lado do meu marido.

Me sentindo revitalizada, levantei da cama e dirigi-me à cômoda que guardo minhas coisas. Olhei para o porta-retrato que tinha em cima com uma fotografia de Ed e eu em nosso casamento. Peguei o objeto e sentei na beira da cama.

⸩ ⸨

O nervosismo em meu olhar era palpável.

A moça que arrumava meu cabelo estava me encarando como se eu não tivesse o direito de estar assim. Como eu poderia não estar nervosa? Estava prestes a caminhar em direção ao resto da minha vida.

– Você está linda, meu bem – Meu pai disse, adentrando o cômodo em que eu estava me arrumando – Como você está?

– Obrigada, papai – Ele beijou-me na testa – Estou me sentindo culpada. Eu não deveria estar me sentindo tão nervosa assim no dia do meu casamento, deveria? – Percebi o olhar da mulher através do espelho, como se dissesse "Claro que não deveria, acorda!". Apenas a ignorei.

– É completamente normal, docinho – Garantiu-me.

– Você estava nervoso assim quando se casou com a mãe?

– Sinceramente? – Perguntou e eu assenti com a cabeça – Eu suava tanto que só pude colocar o terno faltando cinco minutos pra entrar na igreja – Ambos rimos e ele ficou sério no próximo segundo – Você precisa escutar o que seu coração diz. Sei que você, melhor que eu e a maioria das pessoas, tem o dom de sentir as coisas boas e as ruins, não é?

– Sim – Foi o que respondi. Estava tão ansiosa que não conseguia falar muito.

– Exatamente por isso confio no seu julgamento. Gosto de Ed por quem ele é e por quem ele mostra ser ao seu lado e conosco, mas o amo como um filho pois você confia nele de olhos fechados – Eu sorri para ele. Realmente a forma como acolheu Ed desde o momento que se conheceram era como se tivesse ganhado um filho e isso me transbordava de alegria – Vocês serão muito felizes juntos, não tenho dúvidas disso.

– Obrigada, pai – Meu sorriso era sincero. Ele sabia as exatas palavras para me tranquilizar.

– Ela já está pronta? – Perguntou ele para a cabeleireira.

– Sim, acabei de terminar – Falou com ar tedioso e mascando seu chiclete, que parecia ter perdido o gosto há muito tempo. Ao menos fazia seu trabalho muito bem. Meu cabelo estava preso de lado, de forma despojada e com um acessório que imitava flores preso a ele. Não estava machucando e eu realmente gostei de como ficou.