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Angeline

Quando finalmente o final de semana chegou, arrumei tudo que precisávamos em uma mala gigante, e tudo que eu precisava em uma segunda mala gigante, o que resultou em uma onda de reclamações. Mas quando todo mundo estiver passando frio, e precisarem da mala que tanto reclamaram, vão vir agradecer.

Como tinhamos separado duas mini van (por motivo de que ALGUNS ainda estarem brigados com outros alguns), uma ficaria com Matthew, Lisa, Nate, Lexi, Faith e Cameron. E outra com Jhonson, Jade, Sammy, Claire, Gilinsky e eu.

Era muita gente, a alguns anos atrás eu nem teria paciência pra tanta gente. E era isso que meu pai estava trazendo a tona agora, enquanto eu esperava em seu escritório do centro pela van número 2.

- Quando você era pequena você chorava pra eu não assinar o papel da excursão. Sabe quantas vezes eu fui na escola ver se você estava sofrendo bullying? Quantas vezes eu escutei que quem não queria as amizades era você. - Ele deu risada, se espreguiçando na cadeira de rodinhas. Eu estava sentada perto da grande janela de vidro, olhando para ele. - E agora precisamos de duas mini vans para juntar todos eles, ah Angeline, você não sabe como fico feliz de ver que você está rodeada de pessoas que te amam.

- Pai para de me fazer querer chorar - Fiz cara de triste. - O senhor anda muito emotivo esses dias.

- É bom ter minha filha favorita de volta - Voltou a olhar o notebook.

- O senhor tem que parar com isso, depois Kate coloca uma faca na minha garganta e nós não sabemos o porque. - Apontei para ele e dei risada.

- Vou mandar ela para Nova York. - Olhou para o horizonte.

- Para com essa mania de mandar filha pro outro lado do país, vá você. - Me levantei, pegando meu celular na poltrona.

- Ai. - Colocou a mão no coração como se estivesse magoado. - Posso mandar para outro país?

Olhei com cara de tédio e ele deu risada. Desbloqueei o celular vendo mensagens avisando que eles já estavam me esperando.

- Já vou papai, até domingo. - Ele se levantou para me abraçar, e assim fiz.

- Toma cuidado, qualquer coisa liga pra polícia. - Me apertou, até forte demais. - Eu te amo, volta logo.

- Tá bom papai, também te amo. - Ele deu um beijo em minha testa e sorri, saindo do escritório e dando um tchauzinho pra a secretária.

Apertei o botão do elevador, e esperei ansioasamente para que ele chegasse.

Tudo poderia mudar apenas com esse final de semana. Vou criar coragem e explicar tudo, contar toda a verdade.

Assim que sai no saguão e passei meu crachá pela porta, vi ele me esperando já do lado de dentro perto da porta rotatória.

Abriu aquele sorriso encantador assim que nossos olhos se encontraram, e abri o meu melhor para recebe-lo bem.

Desviei apenas para pegar minhas malas embaixo do balcão da recepção, mas ele veio para me ajudar.

- Jesus amado - Suspirou ao ver a mala grande azul-bebê que eu levantei. - Você ta escondendo um corpo ai? A Jade é outra que lotou o carro com uma dessas.

- Quer que eu deixe e você corra o risco de passar frio de noite? - Coloquei a mão na cintura, e ele negou com a cabeça.

- Longe de mim, vamos lá. - Pegou na alça da mala e foi levando pra fora, puxei minha mochila e caminhei junto dele.

- Você vai me dizer porque parece que o carro anda cheio de indiretas? Eu perguntei pro Samuel mas ele não quis me dizer. - Ele perguntou, enquanto segurava a porta de vidro para eu passar.

- Jade tá com uma birra da Faith, não sei porquê, e eu acho que Jhonson e Nate discutiram, mas Sammy é o melhor amigo de Nate, e Claire amiga da Faith, então fica complicado... - Tentei explicar. - Mas não se preocupa, tudo vai dar certo.

Ele deu risada e balançou a cabeça. Assim que chegamos na van meus amigos gritaram animadamente, e abriram a porta. Guardamos as coisas e fui pro meu lugar, que era no fundo, ao lado de Gilinsky (Óbvio que não foi planejado, eu não faria uma coisa dessas...).

Vamos logo, to de saco cheio antes mesmo de sairmos da cidade - Jade reclamou, e vi Claire revirar os olhos.

- Sem falação na minha cabeça, bora Sammy! - Gritei.

O caminho seguiu, as vezes com alguma indireta ou outra, mas tudo na paz, pra mim estava ótimo, já que Gilisnky tinha caído no sono e sua cabeça estava encostada no meu ombro. Ele estava todo torto, e quase babando, mas não reclamei.

Eu não volto pra Los Angeles sem as coisas estarem resolvidas.

Fell It - 2 - JGOnde histórias criam vida. Descubra agora