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Angeline

- Que porcaria de barraca, isso daqui é a qualidade que vocês falaram? - Acordei com Johnson gritando.

Me espreguicei e olhei ao redor, vendo o braço de Jade jogado em cima de mim, e percebendo que Lexi já tinha saído. Camila continuava deitada em um cantinho, do mesmo jeito que estava antes.

- Bom dia Angelzinha! - Matthew me recebeu assim que eu saí da barraca e me espreguicei.

- Bom dia! - Sorri, e uma onda de bom dia começou.

Pelo visto, apenas a minha barraca ainda estava dormindo, e eram nove da manhã, eu tinha dormido apenas três horas, porque fiquei gastando papo com Jade.

- Senta aqui, vem comer. - Liza bateu no espaço vazio do seu lado, e eu segui, me sentando entre ela e Cameron.

- Como vocês dormiram? - Perguntei, enquanto pegava um copo do monte.

- Igual pedra, eu nem lembro de como fui parar no colchão. - Sammy comentou.

- Eu me lembro. - Gilinsky resmungou, e só ai percebi que ele estava com uma camisa xadrez com 4 botões abertos.

Senhor.

Gilinsky cuidou de mim e do Samuel direitinho, um cavalheiro, eu diria. - Nate roubou o suco da minha mão. - Se fosse ao contrário, teriamos deixado ele dormir na areia.

- Obrigado, da próxima vez é o que farei com vocês. - O moreno respondeu.

Demos risada e continuamos nosso café, logo depois eles inventaram de entrar no mar, e assim foram. Eu fiquei organizando as coisas e arrumando nossas malas.

Quando Camila acordou, já estava de bíquini, e me deu um beijo estalado na bochecha antes de entrar na água. Eu estava quase no fim de tudo, quando um corpo gelado me abraçou por trás, e vi fios loiros indo parar quase dentro da minha boca.

- CLAIRE - Gritei, dando risada e afastando ela de mim.

- Porque você tá demorando tanto? Deixa pra arrumar essas coisas depois, vem. - Puxou meu braço, tirei o blusão branco no meio do caminho, e entrei na água junto com ela.

Jogamos vôlei, briga de galo, handball, e quando fui parar pra pensar no horario, minha mão já estava até enrugada. Alguns saíram para arrumar o almoço, mas fui despensada pelo desastre que sou na cozinha.

- Chega aqui, Angel. - Samuel me gritou, ele estava um pouco mais ao fundo, então fui até ele, onde a água chegava quase no meu pescoço. - O que você tá esperando?

- Coragem. - Eu sabia exatamente do que ele falava. - Não to achando, to com medo de pisar na bola de novo.

- Vai dar certo, você sabe que vai. - Colocou a mão nos meus ombros, e fez força pra baixo como se quisesse me afogar.

- Idiota. - Nadei pra longe, mas como nada nessa vida é de graça, afoguei mesmo assim, porque ele puxou meu pé.

- Você é fraca Angeline, te falta ódio. - Gritou antes de sair nadando de volta pra areia.

Fiquei boiando por mais um tempo, até sair de novo. Faith me entregou uma latinha de cerveja, e Nate coordenava o churrasco (anotem, isso não vai dar certo). Johnson pegou seu violão e começou a tocar algumas que todos conheciam, estava um clima totalmente gostoso, só na paz.

A tarde foi caindo, jogamos verdade e desafio algumas vezes, mas só coisas abestalhadas como "te desafio a beber água do mar" ou "é verdade que você levou bebida escondido na garrafinha", coisas muito bobas, e só pra descontrair. Quando o tom de voz foi ficando um pouco mais alto, era porque a maioria já estava mais pra lá do que pra cá.

Começamos a sair em dupla para ir em uma ducha que tinha perto, ninguém merecia água de mar até aonde não devia ter. Como de costume, fomos eu e Jade, as últimas. Aproveitei para trocar o bíquini (estando na praia, nunca se sabe), e coloquei uma camisa branca por cima, mais como uma canga.

Assim que voltamos, o caos estava instalado, e graças a deus estavamos longe da cidade, porque eles cantavam música muito alto, e de um jeito muito exagerado. Dei uma olhada percebendo que Gilinsky não estava presente, Sammy percebeu, e apontou com a cabeça onde ele estava.

Sai do meio das barracas, indo um pouco mais para frente, e vendo ele sentado na areia, olhando para o horizonte. O céu estava começando a escurecer, era o momento perfeito. E eu estremeci só de pensar.

Não é ruim, eu sei que ele vai entender, e que não vai me culpar. Mas eu sempre irei. Por ter sido covarde. Por ter caído na pilha de algo que eu sabia, que eu sempre soube, que não seria verdade.

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Fell It - 2 - JGOnde histórias criam vida. Descubra agora