Madelaine P.O.V
Era uma noite escura e gelada, nada convidativa. O ar gélido era de arrancar gemidos de frio daqueles que se atreviam a enfrentar o anoitecer gelado. A lua começara os estágios iniciais de sua fase nova e a pouca luz que era refletia do satélite quase não alterava minha visão noturna.
Me movo com rapidez, mas ao mesmo tempo de forma cautelosa conforme sigo um jeep pouco antigo ou mais precisamente quem estava o dirigindo. Peter me convocou de madrugada sem explicações e somente confessou que a pessoa dentro do veículo estava ligada a algo em seu passado e que haviam contas a serem pagas. O homem assumi sua forma completamente transformada e nós dois corremos na rápida velocidade do veículo, o cercando de cada lado com as sombras como aliadas.
O motorista repara que algo está errado, me arrisco dizer que chegava a estar desnorteado, pois um deslize seu quase resulta em um acidente entre ele e outro carro que acabara de dobrar a esquina à nossa frente.
O alfa me lança um sinal e eu o entendo rapidamente. Em um pulo preciso aterrizo sobre o teto do carro prateado na intenção de distrair a pessoa dentro para que o homem-lobo a ataque. O forte som do vidro quebrado é o indicativo da sucessão da emboscada, mas o humano dentro era mais treinado do que eu havia imaginado, ele resiste! Pelos grunhidos emitidos de dentro do automóvel percebo que não se trata de um homem e sim de uma mulher.
Eu escuto o som ensurdecedor de uma bala sendo disparada em minha direção e em seguida uma dor ardente. Um uivo dolorido escapa de meus lábios e o alfa interrompe suas investidas contra a mulher e me pega em seus braços. Em um movimento rápido e desesperado, Peter escapa comigo em seus braços e quando estamos longe do alcance da jovem, eu reparo em suas feições irritadas e em seus gritos raivosos.
- Vamos. - Grita com um tiro pro alto. - Vamos! - Exclama ela inquieta com a arma na mão.
Estávamos no topo de um prédio abandonado perto da rua onde o carro da caçadora estava parado. Sangue escorria de minha barriga e manchava minha blusa cinza. Lágrimas de dor escapavam de meus olhos, enquanto eu tentava engolir os gemidos e gritos de agonia.
- Ei, vai ficar tudo bem. - Diz o alfa fazendo pressão sobre o ferimento.
- P-por que você se-se importa? - Pergunto estranhando a demonstração de sentimentos do homem e na tentativa de não pensar na dor.
- Não fale... - Disse aflito. - Vai gastar a força que ainda lhe resta.
- Pet-peter... dói, dói muito... - Digo chorado e acabo não contendo o lado forte e destemido que tentava manter a seu lado. Me entreguei a dor e não conseguia contar minha sinceridade escondida. - Faz parar. Por favor... - Imploro com grunhidos e o olho com a expressão dolorida.
- Não se preocupe criança, eu vou cuidar de você. - Afirma limpando o suor que se concentrava em minha testa. Meus sentidos estavam falhando comigo e tudo começava a ficar turvo, não conseguia distinguir os cheiros e sons que bombardeavam minha audição e olfato, somente o forte cheiro de outro lobisomem era evidente e eu percebi que se não quiséssemos ser descobertos tínhamos que sair. Agora!
- Temos que ir. - Reuno forças para dizer. - Tem mais um. Ele está perto. - Digo com a voz fraca.
- Outros caçadores? - Questiona procurando o cheiro.
- Não só caçadores. Lobisomens! - Exclamo rouca e sinto meus olhos intermediarem entre o amarelo e castanho antes de tudo ficar preto e eu não conseguir mais ouvir ou escutar nada.
****
- AAAArgh! - Grito de dor ao sentir um corte em minha barriga.
Eu acordo em um lugar estranho e desconhecido, o que gera um sentimento de pânico e medo percorrer meu corpo.
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𝓣𝓱𝓮 𝓞𝓽𝓱𝓮𝓻 𝓖𝓲𝓵𝓫𝓮𝓻𝓽
FantasyThe Other Gilbert | "𝕃𝕚𝕗𝕖 𝕥𝕠𝕠𝕜 𝕒 𝕝𝕠𝕥 𝕠𝕗 𝕡𝕖𝕠𝕡𝕝𝕖 𝕀 𝕔𝕒𝕣𝕣𝕚𝕖𝕕 𝕒𝕓𝕠𝕦𝕥, 𝕓𝕦𝕥 𝕚𝕥 𝕕𝕚𝕕𝕟'𝕥 𝕥𝕖𝕒𝕔𝕙 𝕞𝕖 𝕙𝕠𝕨 𝕥𝕠 𝕤𝕒𝕪 𝕘𝕠𝕠𝕕𝕓𝕪𝕖" Onde após o acidente que resultou na morte de seus pais, Madelaine Gilbert de...