Capítulo 6

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As câmeras dos canais de televisão, juntamente com celulares de blogueiras e criadores de conteúdo digital à base de fofoca, cercavam meu grupo de amigos. Ninguém nos havia deixado sair desde o pequeno incidente, então tivemos que ficar parados. Pensei em recitar algum feitiço para escaparmos dali em segurança, mas o choque não me permitiu pensar em nada que não me entregasse ainda mais.

Solar, Aisha e Seokjin nos olhavam de longe, perplexos, mas não fizeram menção de nos deixar em momento algum. Agradeci por isso.

Taehyung estava em choque, e ainda segurava a minha mão. Mingyu e eu nos comunicávamos telepaticamente, e sim, eu era capaz de fazer isso acontecer.

Aos poucos, a escuridão foi deixando o céu tão magicamente quanto surgiu, e todos percebiam que havia algo errado ali. Observei toda a sombra negra se acumular em uma grande nuvem e depois desaparecer por entre as pessoas. De longe, meus olhos encontraram os de Eunah. Ela estava sorrindo, e eu sabia que aquilo tinha sido obra dela.

Só não entendia o motivo.

Ao seu lado, três pessoas tentavam abrir caminho pela multidão, vindo até nós rapidamente enquanto desviavam dos carros das emissoras e dos jornalistas que lutavam entre si para conseguir espaço e gravar uma matéria interessante.

Eram exatamente as três pessoas que eu precisava ver, os únicos além de Mingyu que poderiam me ajudar.

— O que aconteceu?— meu pai perguntou assim que conseguiram nos alcançar. Uma repórter tentou segurar Yiren para uma entrevista, mas Namjoon puxou a garota antes que conseguisse.

— Tiros— respondi— Me desculpe, eu não pensei na hora e...

Fui abraçado. Senti um bolo na garganta quando os braços do meu pai contornaram o meu corpo. Em seguida, Yiren, Namjoon e Mingyu fizeram o mesmo.

— Vocês estão vivos— ele disse— A gente cuida do resto, tudo bem?

Assenti. Olhei para Taehyung e segurei sua mão novamente, sem saber como explicar o que eu tinha feito.

Seokjin segurou os ombros dele, enquanto Aisha e Solar continuavam paralisadas nos olhando.

— Fui eu— sussurrei para elas. Não queria que as duas se assustassem com Taehyung ao ponto de afastá-lo ou algo assim. Elas concordaram com a cabeça e se aproximaram.

— Com licença— um oficial da polícia surgiu, trazendo mais dois consigo. Atrás deles, duas viaturas estavam paradas entre o bloco de artes e o de astronomia. Dentro de uma delas, eu enxerguei os dois atiradores juntos no banco traseiro. Pelo menos agora todos estavam seguros— Preciso levar os três comigo.

— Você não pode— meu eu pai interveio, mas o policial o segurou por trás enquanto os outros dois algemavam meus pulsos, e, em seguida, os de Taehyung e Mingyu.

— Eles ficarão sobre custódia e observação, senhor. Como policial, é meu dever proteger a cidade de quaisquer ameaças, e o que aconteceu aqui está além dos limites humanos, como todos puderam perceber. Esses garotos serão testados e investigados pelo bem da população— depois disso, voltou-se para nós, proferindo a mesma fala que eu já estava cansado de ouvir em todos os filmes de ação criminal— Vocês têm o direito de se manter calados. Tudo o que disserem pode e irá ser usado contra vocês mais para frente, no tribunal.

Notei quando os olhos do oficial encontraram os de Taehyung. Pela expressão em seu rosto, imaginei que eles já tinham um suspeito principal.

— Droga— xinguei.

Fomos empurrados para a segunda viatura. Dentro do carro, eu prometi aos outros dois que tudo iria ficar bem, e que logo explicaria a situação para Taehyung, mas este apenas encarava tudo pela minúscula janela do veículo, sem dar atenção a mais ninguém.

Oxygen  ➟ taekook Onde histórias criam vida. Descubra agora