Capítulo 7

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Sinceramente, eu não sei qual foi a parte mais engraçada da noite.

Taehyung, Mingyu e eu competimos para ver quem aguentava ficar mais tempo segurando o riso na frente dos policiais, do químico e do médico.

Tudo começou quando, a caminho do laboratório de perícia, no corredor principal, eu avistei os dois atiradores que invadiram a nossa universidade. Uma ideia maluca surgiu na minha cabeça, e eu não pensei duas vezes antes de recitar algumas palavrinhas mágicas até que o corpo dos dois se iluminasse em um brilho branco, atraindo a atenção de todos os que estavam presentes no local, incluindo o olhar do delegado.

Ouvi Taehyung engasgar ao engolir a própria risada ao meu lado, e isso foi o gatilho que eu precisava para sentir vontade de gargalhar da cara de confusão dos policiais e dos dois criminosos. Mingyu tapou a boca com as mãos algemadas e eu tive que morder a ponta da língua para evitar algum som.

No mesmo instante, o oficial que nos trouxe para a delegacia se aproximou de Taehyung, examinando os seus olhos, e depois olhou-o de cima abaixo quando enxergou a cor azulada nas íris dele.

— Mas o quê?

Não dissemos uma palavra sequer até que os dois fossem levados para longe, ainda reluzindo em brilho, e as algemas fossem retiradas de nossos pulsos. Perdi o foco da minha concentração quando os atiradores sumiram de vista corredor adentro, mas tinha sido o suficiente para que todo mundo pensasse que o que havia acontecido na universidade não era culpa nossa.

A primeira coisa que senti quando fui liberto foram os braços de Yiren em volta do meu pescoço.

— Onde você estava?— perguntei.

— Esperando aqui com todo mundo, não deixaram a gente entrar depois daquela hora.

Olhei em volta, Taehyung estava reunido com Seokjin, Aisha e Solar em um canto, olhando para mim vez ou outra como se pedisse ajuda para explicar a situação.

Dei de ombros, a minha parte eu já tinha feito, ele que se virasse.

Em um dos bancos, Mingyu e Namjoon dividiam um tipo de salgado assado e uma latinha de refrigerante. Havia um livro com a capa azul escura apoiado no colo de Namjoon, que provavelmente ele teria usado para passar o tempo enquanto nos esperava. Reconheci o título e sorri, eu adorava Douglas Adams, era um ótimo escritor.

Encostado no batente da porta estava meu pai, de braços e pernas cruzadas, e ele me encarava profundamente.

Eu não poderia escapar de tudo, de qualquer forma.

Fui até ele coma cabeça baixa.

— O que aconteceu com os seus olhos?— foi a primeira coisa que perguntou quando me aproximei.

Cara esperto. Os policiais nem mesmo tinham se tocado da minha nova cor, de tão focados que estavam em Taehyung.

— Eu não sei... mas jajá volta ao normal, pai, pode ter certeza.

— Vamos embora— ordenou— chame seu irmão.

— Ele não é meu irmão— disse baixinho entredentes quando me virei de costas.

Me despedi de todos e fiz questão de me curvar respeitosamente para o iludido do delegado. Namjoon me deu uma miniatura de donuts cor de rosa quando me abraçou, e eu enfiei na boca no mesmo instante. O gosto era ótimo, e eu estava faminto.

Tive que esconder o meu bom humor quando entramos no carro, pois o silêncio do meu pai e a energia negativa que emanava dele me deixava com medo. Ele estava obviamente aborrecido com a minha falta de precaução. De vez em quando, durante o trajeto, eu e Taehyung trocamos alguns olhares cúmplices e comprimimos os lábios para segurar as risadas.

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