Bônus Pt1. Jimin

1.2K 131 59
                                    

 Boa leitura e aproveitem os 10k (31 paginas) de palavras, até parte 2! 






Minha vida nunca foi fácil, sempre lidei com vários tipos de pessoas. Trabalhar desde meus quatorze anos me trouxe experiências boas para vida, mas ruins no momento em que as vivenciei. Por ser filho único e alfa, acedi grande parte das responsabilidades em casa, desde de trazer o sustento até expulsar criminosos que queriam se aproveitar da nossa pobreza para persuadir meu pai a fazer dívidas em troca de dinheiro.

Mesmo com essa pressão de ser um alfa de família, nunca deixei de estudar, até mesmo em situações que seriam para meu descanso. Conseguir me formar e dar uma boa vida aos meus pais era meu maior objetivo, se não o principal.

Infelizmente nem tudo o que sonhamos acontece.

Meu pai, em um dia comum de trabalho no campo, passou mal e desmaiou no meio da plantação. Fui informado quando saí da faculdade e já estava pronto para iniciar um bico como jornaleiro, mas meus planos mudaram e meu destino foi o hospital.

Lotado como sempre.

Encontrei meu pai no corredor daquele local que dizia atender as necessidades de todos, mas que mais parecia portar todo o tipo de doença e sem qualquer organização para atendimento. Minha mãe chorava segurando as mãos de meu pai, que parecia ter perdido qualquer tipo de cor em seu rosto, não parecia o alfa forte e carrancudo que eu convivia.

Foi a primeira noite que me vi sem chão.

Após horas esperando naquele minúsculo e lotado corredor, fomos atendidos e descobrimos que eu meu pai possivelmente estava com câncer de pele e que o único meio de se ter um resultado completo seria nos hospitais da cidade, os quais já cobravam uma fortuna por um simples exame, imagine um tratamento de câncer.

Naquele momento só pude abraçar minha mãe e prometer que daria um jeito, eu tinha que resolver aquilo de uma forma ou de outra.

Depois de medicado com o básico, meu pai recebeu alta. Chegar em casa não foi um alívio e sim se comparava a um enterro. Ninguém parecia disposto a falar e meu pai, após a notícia, se fechou e não esboçou qualquer tipo de sentimento. Minha mãe chegou a reclamar que sua marca doía e coçava, era algo agoniante e sem remédio, afinal tudo o que ele sentisse, ela também sentiria. Nesse momento valorizei ainda mais o ato de se atrelar a um ômega, pois além de dividir uma vida, iriam compartilhar de dores e todo qualquer tipo de sentimento intenso.

Nunca pensei muito sobre, para mim eu era que nem meu pai; carrancudo, sem classe, grosseiro e bem cabeça dura. Não me via agindo como os playboyzinhos da cidade grande.

A única diferença é que eu não teria um ômega que gostasse de mim com meus defeitos e jeito carrancudo, que a cada cinco palavras, uma sai com sotaque e de forma "errada". As moças tinham mais interesse nos carinhas ricos da cidade e os moços também. Ninguém queria ficar naquele fim de mundo partilhando da mesma pobreza, não os julgava, nem eu pretendia ficar naquele lugar, por isso lutava todos os dias para acordar cedo e ir à faculdade e conseguir um futuro diferente.

Meu curso é de engenharia da computação e eu necessito de vários livros e um computador para estudar e desenvolver. Perdi a conta de quantos bicos fiz para conseguir comprar um computador meia boca e os livros usados por antigos estudantes, tirando os que eu pegava na biblioteca da cidade.

Todo esforço tinha como objetivo tirar minha família daquele fim de mundo, mas naquele momento eu tinha um novo objetivo: manter meu pai vivo e conseguir pagar seu tratamento.

Foram semanas pensando e tentando achar uma solução justa, mas nada aparecia e o tempo só corria contra mim. No final, em desespero, me vi tentado a pegar dinheiro com os mesmo criminosos que viviam nos atormentando.
Com tal pensamento em mente, cheguei em um dos garotos da faculdade, o qual eu sabia que estava envolvido com essa gente, e pedi que me passasse o endereço do local onde eles ficavam. Fiquei sabendo que eles não tinham ponto fixo por conta da polícia e a única forma de encontrá-los naquela semana seria indo a uma festa do campus, onde eles iam para distribuir drogas aos estudantes e fazer novas vítimas, o qual me tornaria futuramente, por livre "espontânea" vontade.

Nosso Odiável Amor - ABO (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora