Mil e um poemas

Livro

Após uma semana de eu ter ido visitar o lugar, estava a ir lá novamente. Com uma coisa em mente, pedir para sair. Não conseguiria trabalhar com alguém que não estava em sintonia, nós estamos sem harmonização alguma.
Parei em frente ao teatro e o olhei de fora. No mínimo tem uns vinte metros de altura, um letreiro amarronzado, as portas enormes brancas e douradas, vidros longos negros e dois seguranças ao lado da porta. Pego meu crachá e me aproximo o mostrando aos seguranças, entro e fico observando as paredes. Grandes pinturas, algumas réplicas de quadros famosos, outras são fotografias de shows que aconteceram neste local.
Entro em uma das portas a direita e começo a descer escadas de concreto branco. Chego ao palco e vejo um papel em uma das bancas, o abro e começo a ler. "Jimin e Yoongi, não posso comparecer hoje, mas podem escolher a música, estou a contar com vocês!"
Fecho o papel e suspiro pesado colocando a mão em minha testa, não posso deixar ele na mão. Preciso fazer isto de qualquer jeito.
Fico no meio do palco e olho em volta, cadeiras de todos os lados, o teatro nas cores marrom; amarelo e vermelho. Para cima tem cinco fileiras de cadeiras vip's, e em baixo onde fica a plateia, várias fileiras com centenas de cadeiras. Um local tão bonito me faz lembrar da primeira peça que eu assisti.
Pego meu celular e coloco black swan para tocar, ponho o celular em cima da mesinha e começo a dançar... Quando acabei escutei palmas, me viro e vejo Yoongi, por mais que soubesse que ele vinha, eu não esperava isso. Caminho até ele e o encaro, quando abri minha boca para falar ele me entregou uma sacola e foi andando até o piano que ali havia.
Abro a sacola e vejo meu livro, não, um livro novo. Vou até ele e sorrio fraco.

— Yoongi, obrigado pelo livro, ele é importante para mim.

— É meu pedido de desculpas. — Ele entendeu a mão — Paz?

Sorri e apertei a mão dele. Ficamos nos encarando por um tempo até ele falar.

— Qual música você quer?

— Oh, é mesmo! — O encaro surpreso por falar algo. — Você tem alguma propia?

— Eu, eu tenho uma. — Ele se sentou no piano e começou a tocar — Essa eu chamo de, eu preciso de você.

Fecho meus olhos sentindo a música invadir meu corpo, era como se ele realmente precisasse de alguém, como se fosse uma história de amor inacabada, é algo triste, um amor puro, não, um amor onde alguém agiu errado e perdeu a outra pessoa, agora esse alguém está necessitado de ter esta pessoa novamente.
Quando ele parou de tocar eu o olho e ele faz uma cara assustada ao se virar em minha direção.

— Jimin? Você está a chorar?

Passo a mão pelos meus olhos e sorrio triste

— Em que você se baseou para escrever essa melodia?

— Em um romance de um amigo meu.

— Eu quero dançar ela.

Ele sorriu leve e se levantou, veio em minha direção e ficou próximo ao meu rosto.

— Na próxima semana ensaiamos, pense em alguma coreografia, se quiser lhe dou meu número para ouvir a música.

— Não é necessário, agora preciso ir, tchau.

Pego minha mochila largada ali no chão, coloco o livro dentro, meu celular em meu bolso e volto a minha casa.