8. Kapitel otte

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Charlotte sentiu o gosto salgado das lágrimas que adentravam seus lábios entreabertos.

O corpo esfriou e sentia uma dor intensa na canela, que a fazia tremer em leves espasmos. A garota, ao olhar para a perna, percebeu que camiseta branca já estava vermelha. Os cabelos ondulados de Charlotte, presos em um rabo de cavalo, balançavam contra o vento. Decidiu fechar os olhos, pois garoto corria pelos corredores o mais rápido que conseguia.

Ela então pensou em como tudo aconteceu. Era realmente tão rápida a ponto de rasgar a perna daquele jeito? Por que o corpo esquentou tanto?

Charlotte soluçou e quando olhou para cima, visualizou o rosto do garoto. Ele mantinha o cenho franzido e parecia contrair o nariz.

"Por causa do meu sangue."

Ela controlou a vontade que sentia de morder forte os lábios e se limitou a apertar a própria mão com força, precisava descontar em algo. Charlotte sentia o sangue escorrer para a blusa e fez mais uma careta de agonia.

Depois de virarem alguns corredores, por fim chegaram na enfermaria. Ele a colocou na cama com cuidado e logo se virou para os armários. Charlotte nem levantou a cabeça, apenas encarou o teto branco e sentiu as lágrimas escorrerem pela lateral do pescoço até caírem no travesseiro.

— Vai ficar tudo bem, vou tirar isso e limpar em volta. — falou o garoto, tentando tranquilizá-la.

Bem, se a intenção era acalmar Charlotte, não deu muito certo, pois quando ele abriu a boca para falar, os caninos grandes e pontudos brilharam.

— Pode deixar que eu limpo! — ela levantou o tronco com dificuldade — Devem estar precisando do capitão. — tentou sorrir ao inventar a desculpa.

— Calma, vai ser rápido. — ele sorriu e tirou a camiseta que estava tapando o machucado. — E eu não mordo.

"Só se você quiser"

Charlotte completou mentalmente. Soltaria um risinho se não tivesse um buraco na canela.

— Não me convenceu tanto com esses dentes aí.

— Não é como se eu pudesse evitar. — comentou em um tom irônico.

Ele então limpou o ferimento e enrolou a atadura.

— Eu encontrei também um remédio pra dor, tem alguma alergia?

— Nenhuma. — Charlotte soltou um gemido ao se deitar na cama.

Charlotte observou o garoto encher o copo dosador com o remédio e oferecer a ela. Após consumir o medicamento, a garota se deitou novamente. Era impressionante como a dor já havia aliviado um pouco.

— Foi muito estranho o que você fez. — ele começou puxando assunto.

— Ficou com inveja da minha velocidade? — ela sorriu.

— Fiquei. Mas isso não é o mais estranho, apesar de ser estranho. — balançou a cabeça em negação — Eu nunca vi alguém correr daquele jeito antes.

— Mas não somos vampiros? — inclinou a cabeça para o lado, confusa.

— Sim, mas se nem um vampiro do meu nível consegue, imagina você. Não querendo me gabar nem te ofender. — ele colocou a mão no queixo — Acho que o único caso meio parecido com o seu é o do Ni-ki. Ele chegou aqui mês passado é já é mais rápido do que eu, mas não tanto quanto você foi, entende?

— Isso significa que eu sou incrível? — alargou mais o sorriso.

— Significa que você é estranha.

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