Capítulo 10

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Sentada em um balcão colado com a vitrine olho pra janela onde pingos de chuva caiam, tomo meu café quente esperando ele chegar já é tarde da noite não imaginei que ele realmente iria vir aqui me ver ainda mais chovendo. O sino da porta toca, vestido com um terno elegante e cabelo molhado Enzo olha o lugar ate me achar e caminhar ate mim.

Enzo- quem toma café a uma da manhã?

Eu- eu tomo café a uma da manhã – sorrio, ele se senta ao meu lado. – deveria pedir um, deve estar com frio.

Enzo- quero dormir essa noite, obrigado.

Eu- tambem acredita em papai Noel?

Enzo- voce não?  - rimos – porque ainda esta acordada?

Eu- lembranças ruins. E voce?

Enzo- descobri que tenho uma sobrinha...

Eu- isso é maravilhoso! – digo empolgada.

Enzo- pode ser.

Eu- não parece animado com isso.

Enzo- so não sei como lidar.

Eu- tente conhecê-la, leva ela pra tomar sorvete.

Enzo- boa idéia – ele sorri

Eu- quando você me ligou ontem, o que queria?

Enzo- avisar que esta em período de experiência, começa amanhã, no caso hoje.

Eu- ahhhh – o abraço em animação – obrigada! Obrigada! Obrigada! – beijo todo seu rosto

Enzo- Ana, meu deus! – ele ri – calma cachinhos! – desgrudo dele assim que percebo minha reação escandalosa

Eu- desculpa... – me sento novamente – obrigada mesmo! – bebo um gole do café adocicado e então reparo no que ele disse antes. – cachinhos?

Enzo- seu cabelo esta bonito.

Eu- obrigada, ele fica mais armado na umidade. – seus olhos encontram os meus. Involuntariamente minha mão arruma a mecha de cabelo que estava desalinhada. Perfeito, cada traço do seu rosto é belo e me trás conforto, algo tão bom capaz de me fazer esquecer todo o inferno que vivi na minha infância, capaz de me fazer sorrir sem motivo algum.  – não sei nada de voce e mesmo assim sinto que posso confiar em voce. – sorrio – obrigada, professor. Ou será que te chamo de chefe?

Enzo- me chame como quiser, eu não ligo pra isso.

Eu- tudo bem, italiano. – ele ri uma risada gostosa de ouvir o tipo de risada que eu não me cansaria de ouvir. – apesar de ser uma lanchonete, aqui tem uma cerveja gostosa e barata. – sugiro – se bem que dinheiro não parece problema pra voce... – murmuro, toda essa historia esta me intrigando. O que meu amante é afinal? 

Enzo- a tia do café quer beber cerveja? Que surpreendente.

Eu- não enche! – dou um soquinho no seu braço e riu. Ele pede as bebidas que não demorar a chegar, logo após abrir as garrafas de vidro e beber o primeiro gole eu comento – sabe porque o nome da lanchonete é  shiny snail?

Enzo- porque?

Eu- caracol porque esta sempre aberta, igual um relógio que nunca para. vinte e quatro horas e brilhante por conta do dia e da noite, sol e lua sempre brilhando. – beberico a bebida – todos os dias e todas as horas esse lugar é o mesmo lugar, voce parece alguém diferente a cada lugar que vamos.

Enzo- porque esta me dizendo isso?

Eu- voce é o meu mistério... e mesmo isso sendo sexy pra caralho – rimos – eu ainda quero saber quem voce é.

 Perigoso Desejo [Em Andamento] Onde histórias criam vida. Descubra agora