— Estou ansiosa, sabe? Em pouquíssimos meses saio finalmente. — Luna comemorou e Lexa sorriu, olhando em volta.
Elas estavam na mini-arquibancada onde apenas Clarke se sentava enquanto a maior havia ido ao banheiro. O dia estava ensolarado e já fazia quase dois meses que a menor estava presa e quanto mais tempo ali, mais curiosa ela ficava sobre Clarke, mas não a pressionaria.
— Você também deveria estar. Faltam quatro meses. — Luna disse sorrindo e Lexa forçou um sorriso, assentindo.
— Estou, afinal verei minha sobrinha. — Lexa disse, sorrindo, dessa vez, sinceramente.
— Olha só como nos olham. — Luna disse olhando em volta. — Como as rainhas do mundo. Céus! Eu nunca havia sentado aqui antes. — Falou animada e Lexa riu. — Acho que ninguém daqui, na verdade. A única pessoa que sentava aqui era a ex-amiga de Clarke. — Lexa franziu o cenho.
— Ex-amiga? — Lexa perguntou confusa.
— Sim, a ex líder. — Luna explicou e Lexa a olhou surpresa.
— Clarke derrotou a própria amiga? — Lexa perguntou e Luna deu de ombros.
— Não se surpreenda com algo assim, estamos na cadeia. — Luna disse, porém Lexa ficou ainda mais intrigada. Clarke dissera que não queria amigos aqui dentro. Seria culpa?
— Séria assim por quê? — Clarke perguntou, fazendo Lexa negar com a cabeça e sorrir fraco. A maior suspirou e subiu na mini-arquibancada, sentando-se ao seu lado. — Não ficou contente com o que fizemos mais cedo?
— Fiquei Muito. Obrigada. — Lexa disse, deitando a cabeça em seu ombro. — Eu estava com saudades de falar com ela.
— Falaram em um celular? — Luna perguntou chocada e Clarke olhou em volta, verificando seu não havia policiais por perto. — Vocês são doidas. Lexa, você está prestes a sair, não deveria arriscar.
— Eu não deixaria ela levar a culpa. — Clarke disse solenemente. — E é melhor não tocarmos nesse assunto, não quero dar brecha para alguém nos ouvir. — Avisou. — Olha só o que eu trouxe para nós. — Falou, retirando de baixo de sua blusa um cacho de uvas roxas.
— Como conseguiu? — Lexa perguntou erguendo a cabeça, vendo Clarke retirar uma uva do cacho e levar até a boca da menor.
— Sem perguntas. — Ela disse, dando um selinho em Lexa assim que ela capturou a fruta entre seus dentes.
— Chata. — Lexa disse rindo, mastigando e engolindo a fruta antes de passar dois braços ao redor do pescoço de Clarke e apoiar seus seios no braço dela. — Mais uma. — Pediu, abrindo a boca e Clarke riu, levando mais uma fruta até seus lábios.
A morena segurou a fruta entre seus dentes e a direcionou até a boca de Clarke, fazendo a maior roubá-la e comê-la. Lexa sorriu e pincelou seu nariz no de Clarke antes de apoiar sua testa na dela.
— Me conta? — Lexa insistiu e Clarke sorriu, bufando antes de assentir.
— Eu tenho amizade com a tiazinha da cozinha. — Clarke disse baixinho e Lexa riu de uma forma nasalada antes de fechar os olhos e lhe dar um beijo casto.
— O mais bonito de tudo é que sem vocês nos falarem é possível ver o quão apaixonada vocês estão. — Luna disse suspirando e Lexa, que acabara de capturar mais uma fruta entre seus lábios, começara a tossir incessantemente.
— Você está bem? — Clarke perguntou e Lexa assentiu, tossindo ainda mais.
— Foi só... — Ela tomou ar quando a tosse cessou. — A fruta. — Disfarçou.
— Uh, que bom. — Clarke disse, vendo Luna sorrir em sua direção e logo corou. — Eu, hm, vou ali dentro ver se não...
— Certo. — Lexa disse constrangida. — Eu vou ficar bem aqui com a Luna. — Clarke assentiu e se levantou, entregando o cacho de uvas para Luna.
— Nos vemos. — Clarke disse, incerta sobre beijar ou não Lexa logo após Luna ter tocado em um assunto tão frágil.
— Certo. — Lexa respondeu e Clarke sorriu amarelo, se afastando. A menor soltou o ar de seus pulmões e enterrou o rosto em suas mãos.
— O que foi isso? — Luna indagou confusa e Lexa negou com a cabeça.
— Não toque em assuntos como amor, paixão ou algo assim entre Clarke e eu, Luna. — Lexa pediu.
— Por que? — Indagou confusa.
— Porque... Não posso dizer a ela como me sinto. Não vê que ela fugiu? Claramente ela não quer que nos envolvamos nisso de sentimento.
— Besteira! Vocês já estão envolvidas, só não tocam no assunto.
— Você acha que ela... — Lexa mordeu o lábio inferior e Luna sorriu.
— Óbvio. — A ruiva respondeu apressadamente. — Deveriam aproveitar que sentem isso e falar uma com a outra. Não precisam se separar ou fazer aquele drama todo de "não deveríamos e blá-blá-blá.".
— Não é tão simples desse lado aqui da história. — Lexa disse.
— É sim. Vocês só precisam falar, porque qualquer um que olha vê que estão irremediavelmente apaixonadas.
— Não precisamos falar então. Se qualquer um vê, então ela já deve ter notado também. Há coisas que não precisam ser ditas.
— Você sequer tinha certeza se era recíproco se eu não tivesse falado. — Luna alertou. — Ela deve se sentir igual. — A morena olhou em volta e suspirou.
— Aos poucos nós duas vamos conversando. — Lexa disse e Luna sorriu.
— Você tinha razão, sabe? — A ruiva falou e Lexa franziu o cenho.
— Em quê? — Indagou confusa.
— Em dizer que ela é boa. — Falou naturalmente. — Ela se esconde por trás da pinta de durona, mas tem um bom coração.
— Sim. — Lexa disse, deixando um sorriso enorme rasgar seu rosto. — Ela tem.
— E é todo seu. — Luna falou e Lexa a fitou.
— Eu acho que eu vou lá falar com ela. — Lexa disse e foi Luna quem sorriu abertamente dessa vez.
— Sim! — A ruiva disse, batendo palminhas de excitação antes de um ruído escapar de si. — Droga de risada que estraga meus momentos. — Ela falou e Lexa gargalhou.
— Eu te adoro, garota! — Lexa falou ainda rindo e abraçou sua amiga.
— Agora vá lá e use esse mesmo entusiasmo para falar que está apaixonada.
— Eu não vou falar isso. — Lexa disse rindo. — Digo, eu vou tentar, mas se eu ver que ela reage mal eu vou desistir.
— Certo. Boa sorte nisso e bom divertimento no acasalamento pós revelação. — Ela disse, piscando para a morena, que riu.
— Não iremos transar. — Lexa disse, porém no fundo desejava que sim.
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Presa Por Acaso - Clexa
FanficO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Lexa Woods não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o melho...