capítulo 20

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— Griffin! — A voz firme da policial loira fez Clarke se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

— Pois não? — Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

— Nada. Não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. — A policial disse e Clarke assentiu. — Se eu voltar aqui e ver vocês assim terão problemas. — Alertou, puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

— Essa foi por pouco. — Clarke sussurrou e Lexa riu, assentindo.

— Eu quase me borrei de medo. — Lexa confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios se Clarke pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

— O que foi? — Clarke perguntou e Lexa puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

— O que foi isso? — Perguntou e Clarke abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

— Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. — Clarke falou e Lexa se levantou, pegando algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para a sua cela como brinde por estar na enfermaria.

— Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, Clórk. — Lexa falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Clarke e deslizar o mesmo sobre sua pele.

— Você abandonou meu time. — Clarke falou fingindo ressentimento. — Estou com uma jogadora a menos agora.

— Não sirvo para jogar. — Lexa falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Clarke a procura de mais. Encontrou outro em suas costas e a virou de costas para ela, jogando seus cabelos para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. — Aquelas garotas te machucam aqui em cima como?

— Não faço ideia. — Clarke respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. — O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado.

— Tome cuidado, por favor. — Lexa pediu preocupada e Clarke assentiu, sentindo Lexa parar o que fazia e suspirar. Elas sentiu as pontas dos dedos de Lexa percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Lexa tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

— Eu senti sua falta essa semana. — Lexa confessou, percebendo que Clarke havia engolido em seco. — Não se afaste assim de novo, Clórk, por favor.

— Eu não vou. — Clarke respondeu, se esquivando de Lexa apenas para sentir novamente o deslizar dos dedos em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o autocontrole.

— Obrigada por hoje. — Lexa disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob seu toque.

— De nada. — Clarke respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Lexa tocarem sua nuca vagarosamente. — Para, Lexa... — Clarke pediu com fraqueza na voz.

— Eu senti mesmo a sua falta... — Lexa falou e Clarke se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem sutiã mesmo.

— Você já disse isso. — Clarke falou ao se virar de frente para Lexa e a menor se aproximou, porém Clarke se levantou.

— Eu sei que você também se sente atraída por mim, então para que ficar fugindo? — Lexa perguntou e Clarke se encostou na parede.

— Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisas de dia. Não estou afim de problemas. — Clarke falou e Lexa assentiu, se levantando para ficar de frente para ela.

— Nos proibiu de transar, não de nos beijarmos. — Lexa falou e Clarke riu.

— Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. — Clarke falou sorrindo prepotente e Lexa franziu os olhos.

— Idiota. — Resmungou. — Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcisismo. — Lexa reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Clarke tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

— Ah, não minta! — Clarke falou, colando ainda mais os corpos. — Você e eu sabemos que você quer sim. — Seus lábios roçaram nos de Lexa antes da menor suspirar.

— E você e eu também sabemos que você também quer. — Lexa falou sorrindo de forma contida. — Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

— Certo. — Clarke falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Lexa. O toque singelo fez ambas suspirarem e então a menor se aconchegou mais nos braços de Clarke, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

— Hmm... — Lexa murmurou antes de depositar um selinho em Clarke. — Que beijo gostoso. — Falou sorrindo contra seus lábios e Clarke riu, corando levemente.

— Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? — Clarke comentou, levando uma mão até as mechas de Lexa, colocando-as atrás da orelha da menor. — Não tem nada demais em te falar, mas...

— Então me fala. — Lexa pediu e Clarke riu.

— Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infiltrou, hm? — Clarke disse rindo e Lexa assentiu.

— Sim. — Lexa  disse e Clarke umedeceu os lábios. — Por favor, me conta algo... Sou muito curiosa. — A loira riu e assentiu.

— Bem, eu posso te contar da primeira vez que te vi, que tal? — Sugeriu e Lexa balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenética.

— Se eu te disser que não foi nesse estado você acredita? — Clarke perguntou e Lexa assentiu.

— Eu viajava bastante há alguns anos, então não seria difícil. — Lexa disse, deitando sua cabeça no ombro de Clarke.

— Foi na praia. — Clarke disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. — E você estava tão maravilhosa.

— Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. — Lexa falou rindo e Clarke suspirou.

— Vai me deixar contar ou não? — Clarke perguntou e Lexa assentiu.

— Desculpe. — Lexa se retratou. — É que estou feliz. — Clarke arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

— Eu imagino. Conversar com sua...

— Não é só por isso. — Lexa disse. — Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. — Explicou. — Eu gosto de ficar assim com você, Clórk.

— Eu também gosto. — Clarke confessou, vendo Lexa envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

— Agora conta... — Lexa pediu e Clarke riu, assentindo.

— Sem interrupções? — Clarke indagou, sentindo Lexa fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

— Pronto. Agora sim sem interrupções. — Lexa disse e Clarke assentiu.

Não faria mal contar aquilo à Lexa, até porque não tinha nada a ver com o que ela deveria manter segredo, porém ela sabia que aos poucos Lexa ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que acontecera alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.

Presa Por Acaso - Clexa Onde histórias criam vida. Descubra agora