capítulo 36

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— Hoje está mais frio do que o normal. — Lexa falou, se aconchegando mais nos braços de Clarke. Ela notou que sua namorada fitava Beatrice de longe e que provavelmente não ouvia nada do que ela falava. — Clarke, está me ouvindo? — Nenhuma resposta foi emitida e Lexa bufou. — E então a médica me beijou a força.

— O quê? — Clarke perguntou apressadamente, fitando seriamente Lexa.

— Viu só como não estava me ouvindo? — Lexa disse fingindo irritação. Clarke suspirou e enlaçou um braço ao redor de Lexa, voltando a fitar Beatrice.

— Desculpe, Leashy, é que... — Ela negou com a cabeça. — Algo está errado. — Observou.

— Como assim? — Lexa indagou.

— Não sei explicar, mas conheço os passos de todo mundo aqui e Beatrice está agindo diferente hoje. — Falou. — Tomaremos banho juntas por precaução.

— Não vejo problema nisso. — Lexa disse, soltando um risinho malicioso, porém o cessou quando viu que Clarke manteve o olhar em Beatrice. — Vamos lá, me dê atenção, Clórk... — Lexa pediu, apoiando a testa no maxilar de sua namorada. — Eu só tenho mais umas duas semanas aqui. — Clarke voltou a fitá-la e sorriu de lado, assentindo.

— Está vendo aquelas duas loiras com quem ela está falando? — Clarke perguntou e Lexa assentiu. — Foram presas por assassinato e são líderes de seus respectivos bandos.

— Não foi uma delas que quebrou o nariz de Beatrice? — Lexa perguntou reconhecendo.

— Exato. Ela jamais perdoa alguém, a menos que ofereça algo bom. Ela nos olhou quatro vezes hoje e seu padrão é duas. — Clarke apontou os fatos. — Sinto cheiro de encrenca.

— Não seja paranoica. — Lexa disse, envolvendo os braços ao redor do pescoço de Clarke. — Você é a líder daqui. Está segura. — Os olhos azuis a fitaram rapidamente.

— Você se ouviu? — Clarke indagou e Lexa assentiu. — Leashy, você sabe que eu... — Limpou a garganta. — Você sabe a verdade.

— Sim, eu sei. O que tem?

— Deveria saber que não estamos seguras de verdade. Eu sei lutar um pouco, porque aprendi, mas não é o suficiente.

— Mas elas não sabem disso. — Lexa disse, dando um beijo no rosto de Clarke.

— Tenho medo de que te aconteça algo. — Confessou.

— Nada vai acontecer, Clórk. Não pense nisso. — Ela pediu, dando mais um beijo no rosto de Clarke, que fitou uma das loiras no exato momento onde voltava a lhe encarar.

— Não sei. Algo está estranho. — Ela avisou, jamais desviando o olhar da loira.

— Você só está com medo porque me contou a verdade e agora acha que algo vai dar errado, mas não vai, meu amor. — Ela disse, puxando o rosto de Clarke em sua direção para lhe dar um beijo manso.

Aquilo definitivamente abrandou o coração de Clarke.

— Tem razão. — Disse relaxando. — Acho que estou exagerando.

— Sim. Judie diria que você precisa de muito carinho para ficar calma. — Lexa disse sorrindo e Clarke arqueou uma sobrancelha.

— Ela diria ou você? — Clarke perguntou rindo.

— Ela, sua maliciosa. — A menor contestou e Clarke sorriu genuinamente.

— Como se sente sabendo que poderá abraçá-la em poucos dias?

— Ansiosa. — Lexa respondeu sorrindo. — Vou exigir a guarda dela. Anya não merece nossa sobrinha e nem deve querer mesmo a guarda dela. Uma criança dá trabalho.

— Ela nem imagina ainda que você já sabe de tudo, não é? — Clarke indagou e Lexa negou.

— Digamos que ela terá uma surpresinha quando eu sair daqui. — Ela disse se levantando, puxando Clarke pela mão.

— Aonde vamos? — Clarke perguntou e Lexa sorriu.

— Andar. Não aguento mais ficar sentada. Já basta ficar naquela cela o tempo inteiro. — Ela falou e Clarke assentiu, começando a seguir a menor, tendo seus dedos entrelaçados com os dela.

— Luna já sabe que você vai sair? — Clarke indagou ao ver a ruiva correndo desesperada em sua direção.

— Ainda não contei a ela. — Lexa confessou.

— Vai deixar para a última hora? — A mais velha indagou e Lexa iria responder, porém se calou pelo fato de Luna ter parado arfante em sua frente. Carregava algo consigo.

— Por que corria tanto? — Lexa perguntou rindo e Luna negou com a cabeça.

— Luna, você devia se manter afastada. — A ruiva disse, imitando a voz de Scar, tomando mais um pouco de ar antes de prosseguir. — Mas vocês me conhecem, não consigo te esconder as coisas, Lexy.

— O que houve? — A morena indagou e Luna apenas esticou a mão com uma revista para Lexa, que a pegou após franzir o cenho. Seus olhos se arregalaram ao constatar que era ela na capa.

"A empresária Lexa Woods reabre o caso e garante ser inocente." Ela mordeu o lábio inferior e logo dobrou a revista, escondendo aquilo.

— Aonde conseguiu? — A garota indagou e Luna umedeceu os lábios.

— Está nas novas revistas que nos deram para passar tempo.

— Droga! — Clarke resmungou baixinho.

— Isso quer dizer que todas aqui dentro têm acesso a esse material? — Lexa questionou e Luna assentiu.

— É verdade? — A ruiva perguntou e Lexa assentiu. — Uau, você é podre de rica, tenho uma amiga rica, não acredito. — Luna disse rindo, soltando seu famoso ronco. — Saio em alguns meses, que tal pagar umas cervejas? Eu levo a carne. — Lexa sorriu diante da simplicidade de Luna. — Poderíamos roubar alguns carros juntas, seria divertido. — Ela sussurrou a última parte, porém logo riu ao ver a expressão confusa no rosto de Lexa.

— Está falando sério? Vai seguir roubando quando sair? — Lexa indagou.

— Eu estava brincando. Vou esperar minha mulher sair. Ela sai em um ano e depois faremos nossa vida juntas.

— Parece que temos algo em comum. — Lexa disse sorrindo. — Mas lá fora vamos com calma. — Alertou. — Não é, Clark? — Um alto suspiro foi escutado, fazendo Lexa fitar sua namorada. — O que foi, amor?

— Eu avisei que teríamos problemas. — Ela disse, apontando para a mini-arquibancada onde estavam minutos atrás, lugar o qual ninguém mais sentava além de Clarke.

Estava ocupada pelas duas loiras e por Beatrice.

— Luna, leve Lexa para a minha cela e chame Octavia. — Ela disse solenemente.

— O que vai fazer? — Lexa perguntou preocupada.

— Não posso deixar elas lá, vão me julgar fraca e teremos ainda mais problemas.

— Clarke! — Lexa chamou e a loira lhe fitou. — Não precisa dessa droga de posto.

— Se eu quiser continuar com vida eu acho bom querer. — Disse conformada. — Uma líder só deixa de ser líder quando morre ou quando sai, então preciso ir ver o que elas querem.

— Por que preciso ir para a cela?

— Porque tenho quase certeza de que estão fazendo isso porque descobriram uma mina de ouro em você.

— Mas não quero ir. — Lexa protestou e Clarke se virou para ela, se inclinando e lhe deu um beijo manso nos lábios antes de acariciar seu rosto.

— Por favor, me escute, está bem? — Lexa mordiscou o canto de seu lábio inferior e assentiu um pouco contrariada.

— Chamou, chefinha? — A voz firme de Octavia fez Clarke a fitar.

— Chamei, Octavia. Temos um pequeno grande problema para resolver.

Presa Por Acaso - Clexa Onde histórias criam vida. Descubra agora