Kael - O Mikaelson Perdido

Não Era Pra Ser Assim

Kael

Procure o seu pai, ele vai te receber de braços abertos.

Foi a última coisa que minha mãe disse antes de morrer. Eu tentei a todo custo usar os feitiços que ela me ensinou para trazê-la de volta mas eu não consegui, não tive poder suficiente para trazer minha mãe de volta. Ela era única pessoa que eu tinha, até porque eu nunca conheci o meu pai. Mamãe me contou que ele era um vampiro, e que por um certo tempo eles estiveram juntos, até que um dia ele precisou deixá-la e nunca mais voltou. Tudo o que ela tinha, era uma foto dele bastante gasta mas mesmo assim dava pra ver claramente seu rosto.

Resolvi atender o último pedido da minha mãe, juntei algumas roupas dentro de uma mochila e peguei o dinheiro que ela me deixou pra poder me manter durante a viagem. O lugar para onde eu tenho que ir chama-se Nova Orleans, já tinha ouvido falar sobre essa cidade na Tv mas nunca tive oportunidade de ir lá. Mamãe me contava que lá, eles fazem festas quase sempre e principalmente no carnaval. É para lá que preciso ir.

[...]

Peguei carona com algumas pessoas pela estrada, e em outros momentos segui caminho a pé mesmo mas para a minha sorte encontrei um casal que também estava indo para o mesmo lugar que eu, eles me ofereceram carona até lá e logo chegamos. Desci do carro do casal e continuei meu caminho andando. O Quarteirão Francês estava em festa. Várias pessoas festejavam no meio da rua sem qualquer restrição, outras pessoas estavam ali apenas pelo turismo, seguindo um guia que lhes apresentava tudo pelo caminho. Eu os segui até pararmos em frente a uma loja de vodu chamada Jardim Cinza.

- Aí, garoto, se quiser fazer uma excursão tem que pagar. - disse o cara, me olhando o tempo todo tentando adivinhar quem eu era.

- Eu não vim fazer excursão, desculpa atrapalhar. - tentei sair dali mas o cara parou na minha frente.

- Você não é daqui, né ? - perguntou.

- Não, não sou. - respondi. - Bom, eu preciso ir.

- Onde está indo ? Será que eu posso ajudar ? Meu nome é Marshall.

- Talvez. Se você conhece algum Klaus que vive aqui talvez possa me ajudar.

O cara me olhou de um jeito, como se tivesse ouvido uma história de terror.

- Cara, a única pessoa que eu conheço com esse nome, eu acho que você não vai querer conhecer.

Ele demonstrou temer a pessoa de quem falava.

- Isso eu posso resolver. Mas e aí ? Onde ele mora ?

- Eu não sei onde, mas conheço uma pessoa que sabe.

Ele encerrou o tour na mesma hora, dispensou os turistas e seguiu comigo até o The Hotel Royal, onde acontecia uma festa enorme com muita bebida e gente pra todo lado, curtindo aquilo. Marshall me pediu pra esperar na porta de um dos salões e entrou. Fiquei esperando por ele apenas por alguns segundos antes dele voltar acompanhado de vampiro alto, de pele clara, vestido como se estivesse nos anos 60, e quando olhou pra mim ficou meio desconfiado.

- Me acompanhe.

Senti que não deveria mas o segui até pararmos em frente a uma porta no fim de um corredor pouco iluminado. Ele abriu a porta e fez um gesto para que eu entrasse, e ele entrou logo depois.

- Eu soube que está procurando um vampiro, é verdade ? - disse o vampiro negro, sentado na cadeira atrás de uma escrivaninha de carvalho escuro.

- Depende. - falei. - Sabe onde posso encontrar esse cara ? - perguntei, lhe mostrando a foto do meu pai.

Ele reconheceu a pessoa da foto, em seguida me olhou desconfiado também.