4. Ele se foi

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Alexa Trovasky
Centro médico Mari'Angel, Los Angeles
6 de dezembro de 1995 • 20:19

 Sentada na sala de espera apenas olho Daniel andar de um lado a outro todo preocupado. Tudo bem que ela esta em cirurgia, mas, por que ele esta assim tão apreensivo? Eu achei que o amor que ele sentia por ela tinha acabado ou sei lá

 Espera, ele está sujo de sangue... Ele estava com ela? O que eles estavam fazendo? Sobre o que estavam conversando? Será que eles se acertaram? Lembro-me que quando eles terminaram, terminaram com raiva um do outro e não se falavam, bem, até então suponho

— Você estava com ela na hora da batida? — pergunto a ele que para, coloca às duas mãos na cintura e faz uma cara séria para mim 

— Me ligaram de onde o carro dela bateu porque sou o contato de emergência de todo mundo e eu cheguei aqui antes deles, quando ela chegou... — ele olha para cima como se estivesse pensando em uma forma de me contar — Ela estava presa nas ferragens, tinha alguns ferros e muito sangue... Eu pensei que ela já estava morta e me debrucei sobre o corpo dela — seus olhos se enchem

— Você o quê? — pergunto a ele que vem até perto de mim e se senta ao meu lado — Daniel, acho bom você me contar tudo o que esta se passando por esse coraçãozinho, não quero trazer meu filho ao mundo dessa forma! Não quero que você continue comigo apenas pela criança! — ele suspira

— Eu sei e entendo, eu te amo, mas, não sei. O que aconteceu hoje me deixou muito confuso Alexa — sua voz embarga — Eu não queria, mas, não se manda no coração — suas lagrimas descem — Eu tenho esse bebê incrível que esta prestes a nascer e eu tenho você — ele morde o lábio — Você acha que eu sou uma pessoa ruim por isso? Eu, não queria fazer o que Michael fez com você, não quero abandonar você Alexa — ele começa a chorar copiosamente e me abraça — Me perdoa, por favor, me perdoa — ele chora e chora

 Alexa, mantenha a calma. Esta tudo bem. Esta tudo mais do que bem. Você não depende dele, ele só estava na sua vida para somar. Você tem sua independência, pode muito bem criar seu filho sozinha ou dividir a guarda com ele. Esta tudo bem! Tudo chega ao fim. Todo conto de fadas, tem seu fim e nem todos os finais são bons

 Mas, esta tudo bem. Esta tudo ótimo. Nunca vou me esquecer o quanto esse homem me ajudou. Nosso ciclo chegou ao fim. Eu vivi um grande amor, sei o quanto é incrível. Agora é a vez dele de viver um grande amor, e bem, o grande amor da vida dele esta agora em cirurgia.

— Dan, não me peça perdão. Você não fez nada de mais. Pelo menos você não me traiu com ela, eu conheço seu coração e caráter e eu sei que jamais faria isso comigo. Não tem como você se comparar com ele. O sofrimento que ele me causou e que ainda dói na minha alma, você jamais faria! — digo enquanto acaricio seus cabelos

— Senhor Daniel Hichello! — uma voz masculina chama por Daniel. Dou um beijinho na testa de Dan, e o distancio de mim. Aponto para o médico que esta segurando uma prancheta. Dan se levanta e vai até o médico — A cirurgia foi um sucesso! Ela vai voltar a andar em uma ou duas semanas! Ela já foi levada para o quarto, se você quiser ficar lá para ela acordar e ver um rosto familiar! — o médico diz com um sorriso no rosto

 Daniel olha para trás. Ele com seu rostinho completamente perdido parece me pedir permissão para ir. Levanto-me. Ando até ele. Posiciono-me em sua frente. Seguro suas duas mãos e as levo até a minha boca. Em seguida pego a aliança que ele usava na mão direita e a coloco em seu bolso da camisa

— Vai lá homem! SE DEUS FEZ É PORQUE CABE! — grito me referindo ao tamanho dele e a altura dela. Sua feição de tristeza e dor por me deixar, some dando lugar a um sorriso enorme. Ele me dá um beijo na testa e quase corre com o médico para o corredor do hospital para ver a mulher da vida dele.

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