Obsidia

4. Ele me ama

Alexa Trovasky
Mansão Trovasky, Los Angeles
11 de dezembro de 1995 • 21:42

 Pingos gelados de chuvisco caem sobre mim. Estou usando o primeiro vestido que apareceu na minha frente no closet. Eu literalmente estou me sentindo um embrulho de presente porque esse vestido até o tecido é esquisito

 Ou esse vestido é lindo e eu estou passando por algum problema de autoestima e só estou reparando nisso agora. Tomara que não seja isso porque eu não tenho nem tempo pra uma coisa dessas

— Ligue para Daniel! Conte a ele o que esta acontecendo, ele nem deve estar sabendo por tudo o que está acontecendo, avisa que eu estou indo para o aeroporto. Diga também que a minha obstetra vai comigo e que ele não precisa se preocupar, se o Téo resolver nascer antes do tempo aviso ele! — digo enquanto ando apressada até o carro

 Entro no carro e assim que fecho a porta meu motorista começa a dirigir. Eu não consigo acreditar que só atendi esse telefone agora! Eu devia ter atendido bem antes. E se ele tivesse morrido? Eu me sentiria péssima!

 Ainda bem que ele está melhor. Eu nem sei como eu estaria agora se meu pequeno houvesse morrido. Olho para a janela ao meu lado direito. Que ele realmente esteja bem, se não estiver, eu cuido!

Hospital Hichello, Manhattan
12 de dezembro de 1995 • 09:52

 Deitada sobre a cama do hospital espero pela minha obstetra. O combinado para ela me acompanhar era eu ir a algum hospital em assim que chegássemos pra ver se está tudo bem com o bebê. Viajar de avião com esse barrigão todo é muito perigoso! Olha o que eu faço por você Michael Jackson.

Centro médico Beth Israel, Nova York
11:12

— O que a senhora é do paciente atualmente? — uma mulher na recepção me pergunta sem ao menos olhar para mim. Incomodada pelo resto de gel que deve sem dúvida ter ficado na minha barriga eu me remexo em meu vestido

— Chame a doutora Aline e ela vai lhe dizer quem ela é para o paciente. Nos foi passado que o paciente só teve uma melhora porque a doutora prometeu a ele que a minha paciente o veria! — minha obstetra diz em um tom firme para a atendente que olha para nós

— Alexa — a atendente diz assim que bate os olhos em mim. Abro meu sorriso de fotos para ela. O ruim de ser da indústria do entretenimento é isso, você sorri sempre que alguém te olha com fascinação e às vezes você nem quer sorrir é só automático — Ouvimos muito de você aqui no hospital! O paciente só falava de você! Pra ele comer e fazer os exames dizíamos "olha, a Alexa não gostaria disso, você não pode ficar relutante assim!" — ela sorri — É tão bom te ver pessoalmente! Venha! Ele já está almoçando! Está comendo tudo muito empolgado porque a doutora Aline disse que você viria mesmo! — ela diz empolgada enquanto se levanta, anda até o fim do balcão e em seguida segue por um corredor. Ando logo atrás dela com a minha obstetra.

11:21

 Sentada em uma cadeira do lado de fora do quarto eu espero ansiosamente a saída dos médicos do quarto para eu poder ver Michael. Eu estou tão aflita. Ele é tão frágil, a saúde dele é igual aquelas casquinhas que compramos na frente do colégio, se você vacilar o vento leva

— Você aqui! — Janet diz com um sorriso no rosto e se agacha para ver melhor a minha barriga — Sua barriga está enorme! Você está maravilhosa! Sempre tão elegante! — ela abre um sorriso. Se levanta e logo após me abraça

 Após ela me abraçar mais umas sete pessoas me abraçam em seguida, todos são da família dele. Admira-me muito eles estarem aqui, eles nunca ligam para Michael e sempre acham que ele está sendo dramático. E isso é culpa dele mesmo, quem manda ser realmente tão dramático!

— Alexa! — a voz é da médica que falou comigo por telefone. Ela praticamente cantarola meu nome — Alexa, vem pegar esse menino que não quer calçar os sapatos porque acha que o enganamos e você não está aí fora esperando ele — ela diz como se estivesse falando com uma criança, que fofa

 Com um pouquinho de dificuldade eu me coloco de pé. Eu não dormi essa noite. Fiquei tão preocupada. Ele é tão idiota, foi tão babaca comigo, mas, eu o amo muito e não consigo imaginar o mundo sem ele

— Alexa! — uma médica diz assim que abre a porta do quarto — Então, essa é a famosa Alexa? Que linda! Parece uma fada! — ela diz com um enorme sorriso no rosto e se aproxima para me dar um abraço — Muito obrigada por isso, você salvou uma vida indiretamente — ela cochicha ao meu ouvido — Vamos Michael, já terminou de comer sua fruta? — ela pergunta a ele que dá uma risadinha sem graça

— O que aconteceu? — pergunto a ela que olha para todos os lados e me leva pela mão para longe do quarto. Ela suspira e olha diretamente para os meus olhos

— Dona Alexa — não sei lidar com ninguém me chamando de Donna porque me lembro da minha segunda mãe, eu sempre brinquei que a minha mãe era dona de todo mundo, por quê? Sei lá — Ele estava desidratado e muito fraquinho. Ele não comia, não bebia e dormir há dias! Quando o trouxeram ele estava entre o inconsciente e consciente! Ele só chamava pelo seu nome, o tempo todo! Então, comecei a usar seu nome para o fazer cooperar conosco! Ele queria desistir Alexa, mas, quando eu prometi que você apareceria, ele começou a cooperar! — ela abre um sorriso gigante

— Nem sei como te agradecer — balbucio para ela enquanto tento segurar as lágrimas — Mas, agora ele está completamente bem? Como ele está? Quais são os cuidados que preciso ter com ele? Ele precisa tomar algum remédio ou não sei? — ela segura um sorrisinho

— Ele precisa é de mimo e carinho, fisicamente ele está ótimo! O pior já passou! Seria ótimo que você o fizesse comer, isso já seria o suficiente! — ela diz entre risos, aceno positivamente para ela

— E ele pode viajar? Eu estou morando em Los Angeles e quero levar ele pra ficar comigo, quero cuidar dele pessoalmente! — ela acena positivamente e cruza os braços com uma carinha bem orgulhosa

— Então vamos lá? Ele quase não dorme ansioso por esse dia! Ele não parava de dizer nossa quando ela chegar eu vou mostrar pra ela que eu zerei o nosso jogo favorito de novo — ela ri — Ele é tão fascinado por você! Isso é muito inspirador! — ela diz enquanto andamos ate perto da porta do quarto. Ela vai até à porta — Está pronto? Ela está linda! — ela diz empolgada para ele — Vem Alexa, vamos ver o príncipe! — assim que ela fecha a boca eu ando até a porta. Com meu sorriso no rosto entro no quarto

— Você veio mesmo! — ele diz com um fascínio em sua voz e abre um sorriso bem grande assim que eu entro. Ele está tão lindo. Parece estar bem saudável. Ele está usando um sobretudo preto. Ele é uma gracinha.