2. Em mar aberto

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Alexa Trovasky
Leilão Pritchett, Manhattan
12 de outubro de 1994 • 21:10

 Ando pelo enorme salão com Daniel. O meio do salão esta sem mesas para que possamos dançar. Antes de chegarmos a nossa mesa, Daniel é abordado por Lisa, ele demora para a responder, mas, responde. Ele não conseguiu ficar chateado com ela por muito tempo

— Olá Alexa, eu, é um prazer conhecer você! — ela diz em um tom meigo e baixo, a voz dela é grossa, baixo essa mulher não fala nem ferrando. Ela pode estar com vergonha do que fez. Ela não tem que ficar com vergonha de nada, quem errou comigo, foi ele

— Oi meu bem! — digo enquanto me aproximo para a abraçar. A puxo para um abraço e levo minha boca até sua orelha — Não se sinta culpada, não se sinta envergonhada. Quem me devia respeito era ele, você não tem nada a ver com isso — beijo seu rosto e me afasto — Vou deixar vocês conversarem! — digo enquanto ando até o bar. Sento-me em uma das cadeiras altas e peço um uísque sem gelo

 Ainda bem que ela chegou porque, eu tinha que sair de perto de Daniel. Sinto-me traindo ele sempre que sinto saudade de Michael. Eu sou tão idiota! Como eu posso ter saudade de alguém que me fez tão mal

 Com meu copo na mão me viro para ver a pista de dança. As irmãs de Daniel estão dançando até o chão, bem, uma delas esta, Jéssica esta descendo mesmo até o chão e River esta tentando. Ela é tão dura pra dançar, mas, pelo sorriso dela, ela está se divertindo muito

 Percorro todo o salão com os olhos e os meus olhos traidores para bem na mesa Pritchett onde Michael esta. Seu olhar se encontra com o meu me causando tanta coisa. O olhar daquele homem me rende

 Michael com sua cara de paisagem coloca seus óculos e mascando seu chiclete se levanta da mesa. Arruma sua jaqueta e anda na minha direção passando pela pista de dança e parando em minha frente. Meu Deus!

— Alexa! — ai meu Deus. Alexa, nada de olhar pra ele feito idiota. Olha pra ele com seu olhar mais frio. Ele não pode ler você! Não pode! Você não esta sofrendo e não esta sentindo falta dele! Nem desse pênis lindo

 Não o respondo, apenas o encaro com a mesma cara de paisagem que olhei para ele enquanto ele estava na mesa. Michael faz uma linha fina com a boca e em seguida suspira, ele dá um passo a frente e fica perto, bem perto. Não perto a ponto de eu sentir sua respiração, mas, esta perto

— Alexa, pelo amor de Deus. Grita comigo, me xinga de filho da puta de egoísta de traidor, mas fala comigo. Eu não ouço sua voz a meses e isso vem me torturando! Me diga tudo o que você tem pra me dizer porque, eu prefiro ouvir o que você esta pensando porque assim eu descubro o que você sente por mim e isso vai me deixar com mais aliviado porque, esse peso de saber que você deixou de me amar sairia dos meus ombros — não mudo minha feição em nada e continuo o encarando. Michael, se eu abrir a minha boca querido, não vai ser nada bom pra você, você já me viu brava e sabe que não é nada bom.

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