Obsidia

2. Ele não pode ir

Alexa Trovasky
12 de outubro de 1994 • 23:59
Centro médico Hichello

 Aqui na sala de espera, as mulheres mais lindas que eu já vi choram incessantemente por Daniel que entrou para uma cirurgia há duas horas. A mãe de Daniel chegou um pouco antes de o levarem para a operação. Ela é linda! De jeito nenhum parece ser mãe de Daniel e River, ela é tão jovem!

 Astrid Hichello esta sentada ao meu lado e esta segurado minha mão com delicadeza. Ela está tentando manter a calma, mas, deve ser horrível saber que seu filhinho corre o perigo de não sair vivo da cirurgia

 O médico nos disse com todas as letras que era uma cirurgia complicada e que talvez Daniel não resistisse. Tem a ver com a bebida, o médico nos disse para não o deixar beber. Se ele continuar bebendo vai se tornar algo cronico que irá atrasar completamente a vida dele 

 Eu estou tão preocupada. Queria estar lá! Estou tão angustiada só aqui nesse escuro sem informações. Eu preciso saber se ele esta bem, se já saiu da cirurgia. Lisa acompanhada por Michael se senta ao lado de Astrid que a abraça com carinho e logo após abraça Michael

 Lisa se levanta de seu lugar e com seu rostinho molhado pelas lagrimas vem até mim, se senta ao meu lado direito e me abraça. Seu abraço é apertado e ela se permite chorar em meu ombro. Completamente esgotada eu também caio no choro. A abraço como se ela fosse um ursinho de pelúcia

 Se esta difícil para mim, imagine para as irmãs dele? Jéssica e River estão aos prantos desde que ele foi encontrado no banheiro. Agora, Lisa também se permitiu despencar. Ele não pode nos deixar, não mesmo.

13 de outubro de 1994
• 05:53

— Onde ele está? Ele está bem! Aí meu Deus! — uma mulher com uma melanina invejável corre até River que a abraça forte. A mulher chora e chora copiosamente — Diz que ele está bem pelo amor de Deus! Eu nunca me perdoaria — ela chora e chora. Espera, nunca se perdoaria? Pelo quê?

— A culpa não é sua, ele tem os movimentos das mãos e pode muito bem levar qualquer coisa que ele quiser até a boca dele. Azar o dele levar logo álcool. É a escolha dele, só dele e ninguém tem culpa disso! Pode parar com isso agora! — ela diz firmemente a ela

— Se eu não tivesse o trocado, ele não estaria assim — ela grita entre lágrimas. Que babado, ela abandonou ele? Ela é idiota? — Eu não devia ter ido embora, não devia! Eu sou uma tola — River revira os olhos e faz uma carinha de esgotada

— River Richards! — o médico diz firmemente. River se afasta imediatamente da mulher e corre até o médico. Levanto-me da cadeira da sala de espera e devagar vou até pertinho dela para ouvir o que ele tem a dizer

— Ele está vivo? Se está vivo o resto é fácil de reverter! — ela diz em um tom que parece ser calmo, mas, ao mesmo tempo, parece ser desesperado, River é uma incógnita

— Ele está vivo e pronto para receber visitas! Está manhoso e todo choroso também então já traga com você todo o amor que puder! — ele diz entre risos — Vamos lá! — diz enquanto vira as costas para nós e começa a andar. River segura minha mão e eu a acompanho. Passamos por um longo corredor até chegar no quarto com uma estrela dourada na porta e o sobrenome dos Hichello-Richards na porta

O médico abre a porta, River solta a minha mão e entra apressada. Daniel faz um biquinho assim que ela chega perto de sua cama. Ela o abraça. Dou um passo atrás e apenas o observo. Está tão vulnerável

— Eu não quero morrer — escuto Daniel chorar enquanto abraça a irmã. River tenta o consolar, mas, o choro vai ficando mais alto e logo um médico e alguns enfermeiros aparecem. Abrem a porta e entram. Meu pobre Dan.