Obsidia

1. Seguindo

Alexa Trovasky
Rancho Fundo, Goiânia
31 de dezembro de 1993 • 21:22

 Alguns poucos momentos da minha vida eu pensei em como teria sido se eu houvesse feito tal coisa em vez de, tal coisa. Raramente eu me arrependo de qualquer coisa que eu faça. Antes de fazer algo eu sempre penso muito. Odeio agir por impulso, não é bem do meu feitio

 Mas, sinto que talvez eu tenha agido por impulso sobre Michael e eu. Porém, isso é só um ponto de interrogação na minha cabeça que vai sumir em alguns dias. Se eu fiz, bem, foi o certo. Não tinha o que ser feito, ele mesmo disse que já tinha alguém então, o que eu poderia fazer?

 Me humilhar pra ele não me deixar, para me dar uma chance não era e nunca será uma opção. Eu nunca me humilhei antes, não é agora que irei. Nunca nem corri atrás de ônibus, quem dirá de homem meu Deus

— Então, acabou mesmo — meu pai me pergunta com aquele tom decepcionado. Eu demorei muito para me casar e quando me casei, bem, não tive uma festa de seis dias e um vestido de noiva como meus pais sempre quiseram. Foi algo entre mim e ele na minha casa em Los Angeles

 No dia seguinte nós fizemos um comunicado a imprensa e eles quase enlouqueceram. Não estávamos sequer vestidos adequadamente. Ele não tinha me apresentado como namorada para o mundo e no incio eu até pensei que ele apenas era tímido, mas, hoje não sei

 Talvez nossa relação não fosse boa o suficiente para chamar a atenção da mídia, não sei. Eu era bem conhecida até, sempre fui. Logo no meu primeiro filme ganhei fama mundial. Foi algo magico!

 Quando me casei com ele eu já era uma das pessoas mais famosas do mundo ao lado de Michael Jackson e Marilyn Monroe, que por acaso é minha tia. Ela é irmã da minha mãe, mas, a gente evita falar isso por aí. A forma como ela morreu... enfim, não é seguro ser da família de Marilyn

 Independente das coisas que ele nunca me deu ou proporcionou, como um namoro fofinho e um casamento de verdade com direito a vestidinho chique e ele com alguma jaqueta legal, eu sei que ele me amou, me amou o quanto podia e pelo tempo que ele podia e esta tudo bem. Tudo acaba e esta tudo mais que bem

— Papai, prometo que se eu me casar novamente, vai ser um festão e eu vou vestir um daqueles vestidos luxuosos! — digo entre risos para ele que puxa minha mãe para perto e a abraça — Eu estou bem, ele já seguiu a vida e agora, eu tenho que fazer o mesmo. Não é? — abro um sorriso maior que meu rosto consegue suportar e eles apenas concordam e me dão um lindo sorriso.

22:51

 Andando com Daniel pelo campo gigantesco que tem no caminho para a cachoeira. Eu queria ir para a cachoeira, mas, não queria ir sozinha e a Marjorie teve a brilhante ideia de pedir para ele me acompanhar, não vou mentir não, foi uma baita ideia!

 Estou andando logo atrás dele. A bunda dele é linda. Os ombros fortes dele é de tirar o folego, quanto mais velho, mais gostoso. Nunca tinha reparado assim em Daniel, nunca mesmo. Essa é a primeira vez que consigo enxergar outra pessoa com olhos diferentes

 Em um silêncio que esta instalado desde que saímos da festa continuamos andando em direção ao som da cachoeira que já esta se aproximando. Andamos mais um pouco e lá esta, é linda!

— Vem, vou te ajudar a descer! — Daniel me estende a mão direita. A seguro. Descemos o barranco bem devagar. É alto, dá uma certa privacidade — Suas mãos são tão macias — ele balbucia assim que chegamos à terra firme

— Obrigada — sussurro com um tom sedutor — Não pude deixar de notar o seu interesse por elas, onde você quer que eu leve minhas mãos quando entrarmos na água? — arqueio uma das sobrancelhas para ele que ri

— Quero que coloque a mão que você mais tem controle dentro da minha cueca e faça o que quiser — ele diz sem rodeios. Tira a camisa, leva a mão até o botão da calça. Apenas de cueca ele anda em direção a água e mergulha. Que homem é esse Brasil?