12° Capítulo - O Deus de Abraão, Isaac e Jacó.

2 0 0
                                    

Alexander se enfurece e acaba ferindo um tapa no rosto de Gabriel, deixando assim os dedos marcados em sua pele branca, a região queima e o jovem totalmente tomado pela raiva, acerta um soco certeiro no servo de Deus. Aos poucos os outros ministros se aproximam, já que ouviram o barulho e todos percebem o que o novato fizera.

— Você irá se arrepender pirralho. — Ameaça Alexander segurando o nariz quebrado. — A mão de nosso Senhor Jesus pesará demais sobre ti.

O jovem vendo que os outros servos se aproximam com segundas intenções, decide sair correndo, mas é impedido pelos padres, que avança para cima dele. Uma briga inicia, Gabriel apanha, porém bate também, apesar de ser apenas um garoto, o mesmo possui bastante força, já que sempre ajudou seu pai na lavoura e em outros afazeres pesados. Os ministros vendo que não darão conta de um simples garoto, o deixa ir, Gabriel sai correndo totalmente atordoado, sentindo seu rosto doer devidos aos socos que recebera e o sangue quente escorrer pelos lábios machucados.

Enquanto isso na igreja...

— Temos que dar um jeito nesse pirralho. — Exclama o padre idoso que estava acompanhado da prostituta. — Ele sabe demais e irá abrir a boca ao povo.

— E você acha que eu não sei? Jeremias, não me diga o que eu preciso fazer, eu sei muito bem das minhas obrigações. — Afirma Alexander tentando estancar o sangue de seu nariz quebrado. — CHAME OS CAVALEIROS AGORA!

Longe dali...

Gabriel corre pela cidade deserta e escura, está com medo e desesperado, já que baterá em um servo de Deus, mas fizera isso por estar cansado de tantas mentiras e manipulações.

Horas depois...

Já totalmente exausto, o garoto se aproxima de um lago e cai ajoelhado, tenta respirar o mais fundo possível e aos poucos consegue beber a água. Depois de saciado, se levanta e ao olhar para cima, seus olhos negros notam o céu forrado de estrelas.

— Deus, isso é tudo culpa sua. — Afirma o jovem enquanto seus olhos não desgrudavam do céu. — Maldita foi a hora que criaste está vida miserável, como pode ser considerado um ser de amor? Já que permite tantas coisas? Porque me faz sentir isso? Esse ódio pelo meu próprio corpo? O que eu fizera para ti?

Gabriel se aquieta e ouve apenas o silêncio ensurdecedor, seu coração está triste, frustrado e com muita raiva do criador dos céus e da terra. Em certo momento, ele ouve galopes de vários cavalos e ao olhar para trás, vê a cavalaria que serve ao rei e a igreja se aproximando, sentindo que o pior acontecerá, o garoto volta a correr, porém os cavaleiros o alcançam. O jovem nota que ao todo são 10 cavaleiros, 9 deles vestiam uma armadura prateada e apenas 1 possuía uma da cor dourada.

— Ora, ora, ora. — Exclama o líder com sua bela armadura dourada, acompanhada do cavalo marrom e em sua cintura a espada afiada. — Você é o pirralho que bateu em um servo de Deus?

— Sim, sou eu!

— Não tem medo do castigo de nosso Senhor Jesus?

— Se Ele me castigar, terá que castigar a todos, já que os maiores pecadores estão dentro da igreja, a mesma que se diz servir ao seu Deus.

— Pirralho, você precisa aprender a calar a boca, mas estamos aqui para fazer isso.

Gabriel olha para trás e nota que está no centro do círculo que os cavaleiros fizera, todos estavam com suas espadas, porém só alguns seguravam as tochas para poder iluminar o caminho.

— Como irá me fazer calar a boca? Não vá me dizer que deseja ser chupado até ficar saciado? Igual que os servos de Deus fazem né?!

— Eu e meus homens poderíamos até te estuprar se quiséssemos, assim você viraria um homem de verdade, mas minha missão é outra.

New WorldOnde histórias criam vida. Descubra agora