Vigésimo terceiro

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Alguns dias haviam se passado. Day e Carol conseguiram descobrir depois de muita procura onde seus pais moravam e estavam enrolando pra tomar coragem o suficiente de ir encontrá-los.

Até esse momento chegar, ambas meninas estavam indo para as últimas semanas de aula.

Não era necessário elas irem, pois já estavam passadas, mas como ainda não moravam juntas, foi o jeito que arrumaram de se encontrarem todos os dias, e davam a desculpa que estavam indo porque os pais já haviam pagado a mensalidade e não queriam desperdiçar o dinheiro deles.

E ainda não estavam morando juntas porque seus pais estavam levando o retorno do casamento como um início de namoro. Os dois flertavam como se estivessem se conhecendo agora, mesmo um já sabendo de toda a vida um do outro, e pareciam gostar de renovar algo de tanto tempo e perceber que ainda tinham química.

-Sobre o que você acha que vai ser o jantar de hoje? - Dayane perguntou dando mais uma mordida na maçã em sua mão, a mesma que Carol pegou em seguida e também roubou um pedaço.

-Eu não sei, mas nem temos com o que nos preocuparmos, eles parecem estar bestas juntos. Gosto de ver eles assim. - Assumiu dando mais uma mordida e devolvendo a maçã para irmã que aceitou respirando fundo.

-Eu também. Não é preocupação, só curiosidade mesmo. - Indagou dando ombros.

O silêncio ficou no banheiro rodeando as duas que dividiam uma maçã quase no fim.

-Mas então...aconteceu algo bem triste hoje. - Carol iniciou um assunto abaixando o olhar enquanto ciscou o pé no chão na tentativa de se mostrar cabisbaixa.

-O que? - Perguntou Dayane, a mesma estava sentada na pia do banheiro balançando as pernas cruzadas e pousou suas mãos no mármore prestando atenção na Carol que mastigava a maçã com uma expressão emburrada e soltou um suspiro frustrado.

-Fala Caroline!!. - Murmurou impaciente.

-Não me chama de Caroline, Dayane!. - Reclamou com o tom de indignação.

-Não me chama de Dayane!. - Brigou no mesmo tom e Carol revirou os olhos.

-Fala logo o que aconteceu pra você ter ficado assim do nada. - Pediu voltando a ter o tom preocupado.

-Minha unha!. - Exclamou.

- O que tem? - Perguntou tentando entender o contexto do início da história.

-Ela quebrou hoje cedo!!. - Exclamou com a voz chorosa e Dayane piscou algumas vezes encarando a irmã com cara onde julgava toda a birra que ela estava fazendo.

-Faz alguma coisa, Day!!. - Pediu com um tom manhoso e Dayane gargalhou pela reação da irmã.

-Tu quer que eu faça o que? - Perguntou ainda tentando conter a risada.

- Pare de rir e me console. - Pediu e claro que um mimo faria ela esquecer de tal tragédia.

-Como se consola uma pessoa por ter a unha quebrada? - Questionou de forma brincalhona

- Só avisando, sapatão não pode ter unha grande não, tá? - Perguntou e Carol revirou os olhos.

-Eu tô vendo algo que pode secar minhas lágrimas!. - Carol afirmou colocando a língua entre dentes 

-Você não está chorando. - Comentou.

-Dayane, para de ser chataa!!! - Brigou e se aproximou um pouco da pia enroscando os dedos na gravata da irmã que observou a cena e depois de alguns segundo entendeu o consolo que a irmã queria.

Dayane sentiu a gravata ser puxada com cuidado induzindo-a a sair de cima da pia e caminhar eliminando o já curto espaço entre elas.

-Tem certeza que isso vai servir de consolo? - Perguntou apontando para a gravata e abriu um sorriso quando a menor afirmou sem jeito com a cabeça colocando nos lábios um sorriso maligno.

Apaixonada Por Minha IrmãOnde histórias criam vida. Descubra agora