Capítulo 19 - Estamos rugindo alto

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Alessandro


As palavras de Sebastian foram como uma paulada para me fazer reagir. Ele estava certo. Eu não podia ficar assim com medo, achando que tudo dará errado. Se eu quisesse me deixar ser feliz teria que aceitar o fato que tudo tem seus riscos e que nada na vida não é um caminho só feito de acertos.

Mudança é algo que todos nós estamos suscetíveis a sofrer em qualquer momento de nossas vidas. Como lidamos com ela, é a questão. Nós podemos nos arriscar com o novo e incerto ou ficar sofrendo com os acontecimentos do passado.

Tive minha inocência, minha felicidade e a esperança de uma vida melhor descartadas pela pessoa a qual devia me proteger, pela pessoa a qual eu já chamei de pai. Por mais que se passe anos e anos, as marcas do meu passado continuaram inextinguíveis em meu corpo, internas e externas. Eu não posso mudar ou esconder meu passado, ele sempre existirá como um capítulo da minha vida. A dor e a angustia que á senti, se transformaram em cicatrizes em cérebro que sempre estarão para lembrar quem eu sou.

Se você não se curar de quem te feriu, vai sangrar em cima das pessoas que não te cortaram.
Repito o que Sebastian disse varias vezes como se fosse meu mantra.

Felicidade é uma palavra que desconhecia a muito tempo, eu tinha somente um censo de obrigação comigo mesmo e a gratidão que sinto pela família de Helena que me acolheu. E nessas ultimas semanas eu me lembrei de como era sentir felicidade de novo, graças a ela. Eu preciso me curar por ela.

Volto minha atenção a minha camisa de botões, termino de fechar o ultimo botão preto e me encaro no espelho. Olheiras profundas e um pouco escuras se encontravam sob meus olhos verdes, consequência das incontáveis noites de insônia com a qual lutava veemente. Respiro fundo soltando uma lufada de ar, me sinto impaciente desde que combinei com Helena de nos encontrarmos na minha cabana.

Ela permeava meus pensamentos mais do que eu gostaria de admitir, e, agora eu estou agindo como um conquistador barato. Comprando roupas mais sócias e de melhor qualidade para impressiona-la, até comecei a usar mais o perfume que ela gosta.

Minha respiração acelerada mantinha uma disputa ferrenha com meu ritmo cardíaco em debate pelo tempo que estava perdendo, por não ter seguido em frente antes. Olho para o espelho na tentativa de me tranquilizar, mas não adiantava, a minha cabeça explodia a cada pensamento que eu tinha.

Fico imaginando o que Helena quer falar comigo. Será que ela se arrependeu? Será que se cansou de mim? MAS QUE MERDA! Afasto-me meus pensamentos destrutivos.

Saio do banheiro e vou até a cômoda, ligando o pequeno aparelho de som que começa a tocar uma musica calma e romântica. Vejo duas luzes pela janela da cabana e meu coração acelera. A necessidade impetuosa que sentia para toca-la, não é algo que já tenha vivenciado antes. Sinto um calafrio somente da lembrança de sua voz, de seu cheiro ao tocar em mim.

Selvagem Como Uma Fera  (Últimos Capítulos)Onde histórias criam vida. Descubra agora