Capítulo Dois

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Lucien olhou ao redor do quarto vazio. A cama, agora com os lençóis neutros assim como qualquer outro quarto de hóspede da corte, as gavetas vazias, as estantes vazias e o guarda-roupa vazio. Este tinha sido o quarto de Lucien no último ano. O lar dele.

Essa corte fora aonde pela primeira vez se sentiu em casa, que acolheu ele, fora o Graão-Senhor da diurna, o seu pai, que achou uma forma dele se livrar da parceria com Elain, ele havia encontrado refúgio nessas quatro paredes. Quando Elain recusava a sequer falar com ele, ele corria para cá. Quando Lucien estava tentando descobrir o que fazer de sua vida e sendo conhecido apenas como o traidor que ia de uma corte para outra, foi nesse lugar que encontrou conforto.

Após a quebra da parceria, depois que ele se recusou ser um emissário da Corte Noturna e finalmente contou sobre seu passado para Vassa e Jurian, era naquele quarto que por noites ele ficava conversando com os amigos enquanto bebiam, quando eles o vinham visitar.

Ele se dirigiu a varanda do quarto, inspirando profundamente, sentindo o cheiro familiar da Corte Diurna lhe alcançar, ergueu um pouco o rosto sentindo o sol esquentar sua pele. Lucien não poderia se despedir de ninguém, pois poucos sabiam de sua partida, mas poderia escrever para eles de Velaris, apesar de se sentir bem no lugar como nunca sentirá antes, os assuntos inacabados do seu passado vez ou outra vinham lhe assombrar. Sim, Lucien estava definitivamente pronto para reconhecer e se preciso, esquecer os sentimentos que haviam permanecido nele pelos Graão-feéricos da Corte Noturna. Mesmo que incluísse ter que ignorar aquele pontada no peito que aparecia quando ouvia falar da parceria dos dois, de algum modo esperava se acertar com Rhysand e Feyre.

Já era noite quando Ryle finalmente atravessou com Lucien para Velaris, eles precisaram atravessar para alguns lugares antes para que Lucien fosse visto em outras cortes, antes de finalmente pousarem próximo a cidade estrelada, apesar de Prythian ter descoberto a cidade, Velaris ainda tinha proteções poderosas, era quase impossível atravessar pra lá sem que fosse permitido, por isso o Ilyriano os aguardava para a travessia, Arziel manteve o rosto fechando enquanto os cumprimentava os atravessando para o centro agitado de Velaris, assim que se encontraram na cidade o mestre-espião desapareceu em sombras.

Lucien olhou admirado a sua volta, fazia mais de um ano que não vinha até a cidade, e de alguma forma ela parecia mais acessa, mais leve, ou talvez fosse Lucien que estivesse se sentindo assim, ele não saberia dizer, queria explorar a cidade, mas sentia-se exausto.

-Lucien, seu pai arrumou um escritório aqui para termos onde nos encontrar em nossas reuniões semanais.

Ryle disse virando-se para o ruivo.E estendendo a mão para ele, Lucien suspirou cansado enquanto estendia a mão para o macho para que o atravessasse.

Eles surgiram em um escritório pequeno.

-Só eu e agora, você, podemos atravessar para este lugar. 

Ryle passou quase uma hora lhe explicando sobre como seriam suas futuras reuniões, ele viria algumas vezes por semana para deixar Lucien por dentro dos acontecimentos na Corte Diurna, a correspondência de Lucien ainda estava chegando ao seu quarto na corte, então ele também traria elas em suas reuniões.

Algum tempo depois, Lucien ergueu os olhos ao ouvir a batida firme na porta, como para provar que só eles podiam entrar Ryle acenou fazendo algumas barreiras caírem.

O general Cassian abriu a porta, as asas imponentes parcialmente abertas, estava em suas vestes Ilyrianas, e usava seus sifões.

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