capítulo quatro

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As coisas voltaram relativamente ao normal após a discussão. Embora Lucien tenha notado que Feyre havia pintado antes do café nas duas manhãs que se seguiram. Ele sorriu conscientemente para a fêmea e algo vibrou em sua barriga para as bochechas rosadas de Feyre.

Lucien continuou a encontrar Ryle em alguns dias da semana embora as conversas com ele tenham ficado ainda mais formais. Nenhum dos dois falava o nome do Graão-Senhor da Diurna, Lucien ainda estava chateado, queria perguntar se Ryle havia conversado com Hélion a respeito dele, mas de certa forma também tinha ficado ressentido com ele. Quase duas semanas depois após a visita de Jurian, Lucien sentou-se de boca aberta na mesa do escritório em frente a Ryle encarando a carta que acabára de ler. Pelo caldeirão, o que ele deveria fazer? Ele se levantou dobrando a carta e guardando-a em seu bolso.


-Eu não posso ir sozinho?

Ryle ergueu os olhos para Lucien, ele suspirou aliviado.
-Que bom que irá, e sim. Você pode ir sozinho, mas a tradição é que leve alguém.

-Eu vou falar com Feyre e Rhysand sobre isso.

Os lábios de Ryle contraíram, mas ele apenas assentiu.

Lucien atravessou para o escritório em casa e Rhysand se levantou de um salto.

-Lucien. O que está errado?
Lucien olhou frenéticamente para Rhysand.

-Eu preciso ir pra Corte Diurna.
Uma miríade de emoções cruzou o rosto de Rhys, nenhuma das quais Lucien estava em estado de espírito para decifrar.
Rhysand foi até ele.

-O que aconteceu?
Ele perguntou.

Lucien acenou com a carta para Rhysand.

-Eu preciso ir pra casa, preciso de um acompanhante. Eu não sei como- Lucien acenou com a outra mão frenéticamente. -E se eu for atacado? Se nada sair como planejado, não sei fazer isso.

Rhysand agarrou os ombros de Lucien e o segurou firmemente.
-Respire, Lucien.- Lucien respirou fundo estremecendo. -Agora, me diga o que está acontecendo.

Lucien olhou para a carta e o pânico começou a tomar conta dele mais uma vez. Rhysand sacudiu os ombros com firmeza.

-Lucien! Olhe para mim. Concentre-se em mim.- Lucien arrastou seus olhos de volta para o violeta reconfortante do olhar de Rhys. -Agora, fale comigo.


-É o Hélion. Ele vai fazer um baile para me apresentar como o Herdeiro legítimo da Corte, todos os Graão-Senhores serão convidados. É tradição da Diurna que eu leve um acompanhante. Nos outros bailes que estive como emissário eu só tinha que aparecer, ser educado e observar.- Lucien olhou suplicante para Rhysand. -Eu realmente não tive que interagir diretamente com Graão-Senhores.


-Você interagia comigo quando era um emissário.

Rhysand pontuou, e Lucien sentiu o rosto esquentar, mas não desviou o olhar.

-Não é a mesma coisa.


-Eu posso ver a carta?

Lucien acenou com a cabeça e ergueu a carta do seu pai. Ele se sentiu desolado quando as mãos de Rhysand se moveram dos seus ombros para pegar o papel. Lucien observou enquanto ele o desdobrava e começava a ler.


-Lucien, há uma solução simples para tudo isso se você estiver disposto.
Havia uma nota de cautela na voz de Rhysand, e Lucien olhou para ele.

-O que?

-Acontece que você ainda tem o risco de ser atacado se for a Corte Diurna. A tradição não diz que precisa levar alguém da própria Corte.

Corte de Desacertos e RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora