Capítulo Três

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Lucien realmente acordou no meio da noite, seu estômago roncando. Ele desceu as escadas e parou ao ver a incrível vista do Horizonte de Velaris a noite. Ele finalmente se afastou da vista incrível e foi até a cozinha. Havia uma nota rabiscada em vermelho preso à geladeira que dizia para Lucien colocar a caçarola azul no fogo com instruções sobre temperatura e tempo. Lucien espiou para descobrir algum tipo de ensopado. Parecia decente o suficiente, então ele seguiu as instruções e decidiu verificar a varanda enquanto esperava. Ele desceu a parede de janelas até chegar às elegantes portas. Ele as abriu e saiu para noite escura. Assim que ele saiu acenou fazendo uma pequena chama surgir na palma da sua mão, enchendo a varanda com luz e calor. Um trio de poltronas brancas que mais pareciam sofás individuais agrupados ao redor da lareira, e uma mesa com tampo de vidro, com cadeiras escuras sentadas à esquerda.

Lucien deu um passo para o lado direito para olhar com curiosidade para o estrado de madeira escura e notou uma grande banheira de aparência estranha afundada na madeira. Intrigado, Lucien deu alguns passos até a plataforma e deu um pequeno puxão quando a banheira pareceu ganhar vida assim que seu pé atingiu o último degrau. Lucien percebeu que a banheira estava cheia de água quando começou a borbulhar e espumar, uma luz azul profunda emanando de suas profundezas. Lucien podia ver o vapor saindo da água e cautelosamente ajoelhou-se sobre um joelho para mergulhar a mão na água espumosa. Estava quente, perfeita, e ele pode detectar um leve cheiro de lavanda vindo da água. Lucien olhou ao redor, a banheira era enorme, então decidiu que a varanda provavelmente estava encantada.
Lucien se afastou, pensando que o seu jantar já devia estar quente. A banheira ficou escura e silenciosa quando o ruivo saiu da plataforma. Ele deu uma última olhada e se perguntou se algum dia teria coragem de tentar. Ele bufou. Ele definitivamente teria que esperar até que Rhysand e Feyre estivessem fora.

Lucien voltou para a cozinha e procurou até encontrar pratos e talheres. Uma vez acomodado à mesa de jantar, ele deu uma mordida no ensopado e teve que admitir que ficou impressionado e se perguntou se Feyre o havia feito.
Lucien terminou sua refeição da meia-noite e voltou para cozinha. Ele enxaguou o prato e a colher que encontrou e deixou um bilhete agradecendo o jantar antes de voltar para cima e se forçar a dormir mais algumas horas.

Lucien começou o dia com um banho quente, depois se vestiu, precisava encontrar Ryle o quanto antes. Ele passou os dedos pelos cabelos que estavam já secos graças a sua magia, ele havia colocado um cinto e uma faca afiada estava enfiada na lateral de suas vestes. Ele desceu as escadas se inclinando para enfiar uma adaga pequena em uma das suas botas. Ele olhou para cima para ver Rhys e Feyre olhando para ele. Rhysand estava sentado na ponta da mesa mas distante da cozinha, uma xícara fumegante na frente dele e ele lia alguns papéis. Feyre estava parada perto do meio da mesa, uma mão em uma cadeira e a outra segurando um bule. Lucien sentiu uma súbita onda de autoconsciência, mas a controlou enquanto usava as mãos para fazer uma trança lateral nos fios ruivos.

-Você tem tempo para o café da manhã?
Feyre perguntou a ele, parecendo quase ansiosa.

-Oh. Er, eu ia comprar algo em uma das cafeterias.
Feyre o dispensou enquanto colocava o bule na mesa. -Absurdo. Hélion preparou um escritório para seus encontros, você não deve ser visto. Pode atravessar. -Feyre continuou sem esperar a resposta de Lucien. -Venha comer. Há muito. Rhysand quase não toma café da manhã.

Lucien sentiu seu rosto esquentar por algum motivo. Ele não pretendia ser visto.

-Vá se sentar e eu vou pegar um café da manhã para você.
Feyre disse a Lucien, e ele estava atordoado demais para fazer qualquer coisa além de obedecer.

Não era isso que esperava quando concordou em morar com os Graão-Senhores. Ele esperava vê-los ocasionalmente e um raro momento dos três sentados para jantar. Ele com certeza não esperava que Feyre lhe servisse o café da manhã. Lucien observou a fêmea desaparecer pela porta e teve um pequeno sobressalto quando Rhysand falou quase ao lado do seu ouvido.

Corte de Desacertos e RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora