Meses antes dos eventos sob a montanha
Lucien andava com certa pressa até a mesa de jantar, Tamlin o havia convocado, o que ele sabia era que Andras estava morto, uma humana havia o matado.
Antes mesmo de chegar a três metros da mesa ele sentiu a presença dela, o coração batendo agitado no peito. Lucien passou pela humana indo para a cabeceira da mesa, ignorando a presença da mortal.
-Então?
Perguntei a Tamlin, essa é a humana que quebrará a maldição? Lucien quis perguntar.
-Então o que?
Tamlin rebateu.
-Andras está morto, então?
Tamlin deu um aceno com a cabeça.
-Sinto muito.
Respondeu Tamlin.
Lucien cruzou os braços apertando os dedos, Tamlin não sentia muito. Ele havia implorado para Andras que não fosse, implorado a Tamlin que não deixasse o macho que o proporcionava o pouco de felicidade que ele sentia ir para a morte, mas Tamlin não o fez, e Andras, era honrado demais para escolher não ir, nem mesmo Lucien pôde faze-lo mudar de idéia.
-Como?
Pergunteu Lucien por fim.
-Uma flecha de freixo.
Respondeu Tamlin, Lucien sibilou.Tamlin disse mais alguma coisa, mas Lucien estava ocupado demais sentindo a raiva invadindo seu corpo, o poder sob sua pele se agitando.
-Uma garota ... Uma garota mortal matou Andras.
Lucien não tentou esconder a raiva das suas palavras. Olhou para a ponta da mesa onde a humana deveria estar, estava vazia por que ela não havia se movido.
Lucien se virou para ela, o olho mecânico e o outro fixaram na mortal, ela era bonita, embora parecesse doente, magra demais para sua altura, com olheiras profundas embaixo dos olhos. Lucien farejou uma vez, franzindo os lábios quando percebeu que mesmo que envolto no mal cheiro das roupas imundas e do cabelo sujo, o cheiro dela lhe era agradável.
-Está brincando.- Lucien disse baixo. - Aquela coisa magricela matou Andras com uma única flecha de freixo?
-Ela admitiu. -Disse Tamlin projetando uma guarra e a arrastando sobre a mesa. -Ela não tentou negar.
Lucien afundou na beira da mesa, sentindo o olhar da humana sobre sí. E algo dentro dele se agitou de forma ansiosa por isso, e ele odiou a sensação. Queria sair dali, queria matar aquela humana.
-Bem.- Lucien disse com raiva. -Agora que estamos empacados com aquilo, graças a sua misericórdia inútil, e você destruiu ...
Lucien percebeu quando a mortal deu um passo a frente, e ele sabia que ela estava ofendida. Ele não se importava.
-Gostou de matar meu amigo, humana?- Lucien hesitou, Andras fora bem mais que um amigo, e agora, estava morto. -Hesitou, ou o ódio em seu coração a guiava com força de mais para que considerasse poupálo? Deve ter sido gratificante para uma coisa mortal e pequena como você abatê-lo.
A humana não se encolheu pelo tom de Lucien, mas ele percebeu o coração dela acelerar. Ele ia começar a dizer que eles podiam arranjar uma outra forma de quebrar a maldição para que ele pudesse mata-la, mas Tamlin o repreendeu antes que ele pudesse terminar.
Lucien ficou rígido, mas saltou da mesa e a contra gosto fez uma reverência intensa para a mortal.
-Minhas desculpas, Lady. - Disse com sarcasmo. - Sou Lucien, cortesão e emissário.- Lucien gesticulou com um floreio - Seus olhos são como estrelas e seu cabelo como ouro queimado.
Lucien ergueu as sombrancelhas esperando que humana assassina tivesse decência de lhe dizer seu nome, mas ela apenas o encarou.
-O nome dela é Feyre.
Tamlin se pronunciou, então esse era o nome da assassina de Andras.
Tamlin comentou que Alis ia levar a humana para se limpar, e Alis apareceu arrastando Feyre para fora da sala de jantar, mas tanto ele quanto Tamlin sabia que ela estava ouvindo a conversa deles através da porta.
(...)
Naquela noite, assim como em todas as noites desde que Andras partiu, Lucien teve pesadelos, mas dessa vez não fora Jasminda que ele virá morrer, era Andras, e ao invés de Beron, Feyre era quem tirava-lhe a vida.
Lucien acordou ofegante, seu corpo tremendo, inspirou com força, as memórias do sonho ainda em sua mente, sabia que Feyre estava na casa, sabia que poderia atravessar até o quarto que ela estava e mata-la, era o que ele queria fazer, mas não podia. Não podia por que assim a morte de Andras teria sido em vão, não podia matar a assassina dele, por que ela era a única esperança para toda a Prythian, e isso o fazia a odiar ainda mais. O plano era ser cordial, e fazer o esforço de suportá-la, seria educado durante os jantares que Tamlin o obrigava a comparecer e poderia evitar a humana o restante do tempo.
Mas Feyre tinha seus próprios planos de se aproximar de Lucien, com a esperança que o macho a ajudasse a escapar do tratado e fugir dali.
A nenhum dos dois ocorreu que tinha algo que eles não podiam calcular, ou até mesmo evitar que faria seus planos parecerem insignificantes. Algo que nem humana nem féerico poderiam controlar.
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Corte de Desacertos e Recomeços
FanfictionUm ano após romper sua parceria com Elain, Lucien finalmente encontrou um lugar que ele pode chamar de lar, junto a seu pai na Corte Diurna, mas quando féericos começam a morrer a segurança de Lucien fica comprometida e ele precisa de proteção. Qu...